O mundo do esporte está com os olhos voltados aos Jogos Olímpicos de Tóquio e, recentemente, uma das grandes favoritas, a ginasta norte-americana Simone Biles, ganhou foco diferente e recebeu carinho de Adriano Imperador.
Biles falhou em uma das suas apresentações e depois anunciou sua desistência de outras etapas que ainda estavam por vir. Ela afirmou que precisava cuidar da sua saúde mental e fãs e autoridades precisaram prestar bem atenção ao recado.
Nunca o mundo esteve falando tanto sobre saúde mental. A pandemia agravou a situação e, por mais difícil que seja, é necessário separar o ídolo do ser humano e lembrar que por trás dos grandes esportistas, existem pessoas tão normais quanto aqueles que os idolatram.
O peso da fama e a pressão por resultados afeta o psicológico de atletas e Biles é só mais um exemplo recente. Soma-se a isso outros problemas pessoais, como aconteceu com outra norte-americana: a Sha’Carri Richardson, que caiu no exame antidoping testando positivo para substância encontrada na maconha.
Richardson não se esquivou da punição, mas falou sobre precisar lidar com outras questões. A sua mãe biológica havia falecido uma semana antes e diversas personalidades do mundo saíram em defesa da atleta.
Adriano Imperador tem exemplo parecido. Após perder o pai, enquanto estava no auge pela Inter de Milão, viu seu mundo ir abaixo e sofreu uma depressão profunda.
Devido a isso, sua solidariedade a Biles é o Imperador usando seu lugar de fala. Ele decidiu abandonar muito dinheiro e uma carreira extremamente promissora na Europa para voltar para seu lar, onde se sentia bem, e foi (e até hoje é) julgado por isso.
Em 2009 ele retornou ao Flamengo e conquistou o hexacampeonato brasileiro. Depois disso até tentou recomeçar na Europa, mas sua cabeça já não era mais a mesma. Somados, os problemas físicos e psicológicos encerraram precocemente sua carreira.
Naquela época, pouco se falava sobre saúde mental, especialmente de esportistas. Atualmente, o próprio Adriano é um exemplo e passou a se abrir e a falar mais sobre os problemas que passou, mostrando um caminho para Biles e tantos outros.
Adriano Imperador revela motivo de ter trocado milhões de euros para jogar no Flamengo
Ídolo da torcida rubro-negra, Adriano Imperador abriu o seu coração no programa Resenha ESPN, nos canais da Disney. De acordo com o ex-atacante, ele trocou os 7 milhões de euros anuais do seu contrato com a Inter de Milão para jogar no Flamengo porque “queria ser o Adriano”. A declaração vai ao ar nesta sexta-feira, 28. O ex-jogador afirmou ainda que tentou ser sincero com o presidente do clube à época, Massimo Moratti. Mas declarou que se arrepende pela forma como saiu.
Segundo o ex-artilheiro, ele não queria ser o Imperador. Mas apenas o Adriano que sempre foi. Uma pessoa menos badalada e próxima de quem amava. Entretanto, infeliz na Internazionale, sabia que o clube não o negociaria com outra equipe. Foi aí que pediu para ir embora:
“Poderia ter ficado mais tempo na Inter, poderia, sim. Mas como eu estava falando antes: eu não queria mentir para uma pessoa que me deu oportunidade de estar lá, a pessoa que me colocou na Itália (Moratti). Aí eu pensei comigo: se eu não quero mais e eu sei que o clube não me deixaria embora, eu optei por sair”, disse ao programa.
À época, o ex-atleta tinha um dos maiores contratos do futebol europeu, cerca de R$ 49 milhões por ano. Quando perguntado pelo apresentador André Plihal se estava arrependido de ter saído da Inter, Adriano afirmou que pela forma como foi, sim. Mas não por voltar ao Flamengo:
“Eu sei que foi uma decisão errada e até hoje eu me arrependo. Mas foi de coração! Eu queria ser o Adriano, não queria ser o Imperador. Eu ganhava 7 milhões de euros por ano. E larguei tudo isso. E não me arrependo!”, desabafou Adriano.