Depois da derrota para o Fluminense neste domingo (26), o técnico Zé Ricardo concedeu entrevista coletiva na Arena das Dunas, em Natal. Com o revés, o Flamengo terminou a 11ª rodada do Brasileiro em 6º na tabela de classificação, empatado com o Atlético-PR e a 5 pontos do líder Palmeiras.
Como um todo o time rubro-negro não foi mal na partida, sendo prejudicado por erros individuais exatamente nos gols do adversário. Willian Arão, destaque da vitória contra o Santa Cruz, fez um belo gol de cabeça, uma pena que a bola entrou no gol de Muralha. E Rafael Vaz, outro jogador que vem agradando a torcida e o técnico, decretou a vitória tricolor com um recuo displicente que resultou no gol de Richarlison.
Em vários trechos da coletiva Zé Ricardo falou sobre o jogo e o campeonato, destacando a busca por uma sequência de resultados, a reconstrução do próprio time e, é claro, os erros do seu time na partida:
“A competição apresenta nuances que não nos permitem posicionar nenhum grande favorito. São as sequências de resultados que acabam dando afirmação para a gente. Muitas equipes estão se construindo, e o Flamengo é uma delas. O time apresenta potencial para brigar lá em cima. Clássico sempre tem um ingrediente especial, queríamos aproveitar o bom momento. Agora é brigar contra o Internacional (próximo adversário) para recuperar os três pontos”.
“O jogo é feito por vários momentos, de construções ofensivas, de momentos defensivos, bolas paradas. Aconteceram os erros. Tivemos oportunidades para sair com um resultado melhor. Uns dias acontecem a favor, outros contra. Foi um pecado porque nos sentimos capazes durante a partida toda de conseguir resultado melhor”.
Surpreendendo o padrão de discurso dos treinadores atuais, Zé Ricardo corajosamente assumiu o erro na saída de Ederson e entrada de Sheik:
“Queria ganhar agressividade pelo lado esquerdo, sentimos que o Jorge não estava conseguindo fazer o jogo andar por ali. Infelizmente as coisas não ocorreram do jeito que gostaria. Pelo contrário, o Fluminense encontrou espaços e cresceu. Mas não foi isso que determinou os gols da partida, que saíram em lances diferentes. Em algumas substituições vamos acertar e outras não”.
Interino desde a 4ª rodada da competição, o técnico campeão da Copa São Paulo de Juniores deste ano em nenhum momento cobrou uma definição de sua posição. Sempre político em relação a posição de indefinição da diretoria, prefere aproveitar as oportunidades que tem para falar sobre o trabalho e mostrar sua visão de futebol. Querendo apresentar mais uma vez sua visão de futebol na coletiva, Zé destaca que uma equipe vencedora requer tempo.
“Vejo futebol de duas formas: equipe equilibrada, madura, o que requer tempo. Desta maneira, faz o seu jogo independentemente do adversário. Vejo também de outra forma, quando a equipe não está tão madura, tendo que se adequar ao adversário. No jogo contra o Santa Cruz tirei o Vizeu no início do segundo tempo, porque ele também já apresentava desgaste e treinamos com o Cirino como referência. Não fiz a mexida por fazer. Hoje, tinha observado o adversário e a gente acreditava que poderia ocupar os espaços com dois abertos e a volta do Guerrero. É a opção que a gente está trabalhando.
Algumas opções do treinador podem colocar um grande ponto de interrogação no trabalho do atual comandante do Mengo. O que não podemos dizer é que Zé Ricardo está perdido e não sabe o que está fazendo. Nesta quarta-feira (29), contra o Internacional, em Cariacica-ES, o treinador terá mais um oportunidade de colocar em campo suas ideias.