O Flamengo teve o jogo nas mãos mas não soube garantir a vitória. Parecia mais perto da eliminação e os pênaltis já pareciam bom negócio quando o jovem Vinicius Júnior, num lance de categoria, carimbou, de peito, aos 47 do segundo tempo, a passagem para as quartas de final da Copa São Paulo, na qual o Flamengo busca o quarto título e um inédito bicampeonato consecutivo.
O jogo contra o Cruzeiro, primeiro contra um grande clube brasileiro nesta edição, teve a dificuldade que se poderia esperar. Ainda mais porque o Flamengo teve um importante desfalque de última hora: com um desconforto muscular desde a última partida, o camisa 10 Patrick não passou no teste de vestiário e foi poupado, com João Pedro entrando em seu lugar. O Flamengo dominou o primeiro tempo, mas a rigor, só teve uma oportunidade concreta de gol: após cruzamento de Kleber, Lincoln ajeitou de cabeça e Vinicius Júnior concluiu fora do alcance do goleiro, mas o zagueiro Tonhão salvou com o pé. O Cruzeiro, por sua vez, embora tenha ido menos ao ataque, esteve mais perto de abrir o placar: Gabriel fez bela defesa num chute de Thony Anderson e a bola ainda bateu na trave. O capitão Dener também quase marcou contra após desviar um cruzamento – outra vez a bola carimbou a trave de Gabriel.
No segundo tempo, a história foi diferente. O Flamengo continuou dono das ações, mas de forma mais objetiva. Antes dos nove minutos, abriu o placar. O lateral-esquerdo Moraes, um dos destaques da partida, fez bela jogada, foi à linha de fundo e rolou para trás. Jean Lucas dominou e teve tempo para pensar o que fazer. Concluiu no canto, com categoria, abrindo o placar.
No fim do jogo, o camisa 8 se emocionou ao dar entrevista sobre o gol que abriu o caminho para a vitória. Ele parou de falar por um segundo para respirar e chorar antes de concluir:
– Quero dedicar esse gol aos meus pais, que lutam muito por mim.
O Flamengo ainda teve boas chances de ampliar, a principal delas numa bola em que Vinicius Júnior recebeu de Lincoln, invadiu a área, mas chutou em cima do goleiro. O destaque do time da Copinha não foi o jogador solidário das outras partidas, o que o fez ser o principal garçom até aqui no torneio, com cinco assistências – buscou sempre a jogada individual, e, apesar de alguns dribles, não teve sucesso. Até o fim da partida.
Antes disso, porém, o Cruzeiro chegou ao empate num lance polêmico. Após uma cobrança de falta para o time mineiro na qual Gabriel fez grande defesa, Dener caiu sentindo dores. O lateral-esquerdo Moraes acabou chutando a bola para a lateral. Na reposição, o Cruzeiro não devolveu a bola e acabou conseguindo um escanteio. Da jogada, saiu o gol de cabeça do zagueiro Tonhão, em falha de Gabriel, aos 39 minutos. A partir daí, o Cruzeiro rondou a área do Flamengo e parecia mais perto da vitória. Cansado, o rubro-negro parecia achar os pênaltis um bom negócio.
Só que aos 46, o Flamengo conseguiu um escanteio. Kleber cobrou e a bola voltou a sair em escanteio. Na segunda tentativa, Dener desviou e Vinicius Júnior, de peito, desviou para as redes, garantindo a classificação. Foi o quarto gol do camisa 18 na competição. Ele é o artilheiro do time na competição.
– É muito trabalho. Deus me abençoou com mais um gol. Venho a cada dia melhorando e com o apoio de todos vamos em busca do bi – disse Vinicius ao fim do jogo.
Cartão amarelo inusitado
O destaque negativo do jogo ficou por conta das três suspensões por cartão amarelo no time do Flamengo, uma delas de maneira absolutamente boba e inusitada: o volante Vinicius Souza, que substituiu Théo, suspenso na partida anterior, voltou do segundo tempo com a camisa 25, mesmo número do lateral-esquerdo Moraes, em vez do número 23, que deveria estar usando. Ele acabou levando o cartão por conta disso. Como o outro volante, Hugo Moura, também já tinha levado o segundo amarelo, o Flamengo agora não tem dois jogadores para manter o esquema mesmo com a volta de Théo. A opção mais provável é que Gilmar Popoca recue Jean Lucas e coloque outro jogador para jogar no meio – Lucas Abreu, Lucas Silva ou Gabriel Silva. Além dos dois volantes, o zagueiro Rafael, que fez grande partida, também está suspenso. A situação pode preocupar porque seu companheiro de zaga, Dener, saiu sentindo dores no último minuto. Mas a julgar pela entrevista do capitão, único remanescente no time titular da última Copinha, não será uma simples dorzinha que o tirará de combate.
– Quando eu entro em campo com a camisa do Flamengo, se for preciso eu perder uma perna para vencer, eu perco a perna e a gente vence – disse o zagueiro.
Até agora, Dener não precisou perder nenhuma perna, mas também não perdeu nenhum jogo na Copinha – nem nessa nem na última. No total, o Flamengo atingiu, com a vitória de hoje, 20 jogos de invencibilidade no principal torneio de categorias de base do país – 6 jogos este ano, 9 no ano passado e 5 em 2015, quando foi eliminado nos pênaltis pelo Atlético-MG.
O adversário do Flamengo só será definido amanhã, na partida entre Internacional e o rival da final do ano passado, o Corinthians. Os dois times e o Botafogo são os únicos considerados grandes a seguir na Copinha, ao lado do Flamengo.
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