Ninguém esperava exatamente grandes emoções quando parou pra assistir a partida de hoje. Um Flamengo praticamente todo reserva, sem a presença dos titulares nem mesmo no banco, enfrentando um Cuiabá que briga, até agora sem tanto sucesso, para escapar da zona de rebaixamento.
Se a meta visível talvez nem fosse tão necessária – o Flamengo quer garantir a posição no G4, mas ele pode se transformar em G6, e mesmo assim não precisaríamos da vaga em caso de vitória da Copa do Brasil ou na Libertadores – outras metas alternativas acabavam se tornando a principal atração da partida.
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Cebolinha vai seguir evoluindo como opção para o time titular? Molecada da base vai aproveitar bem as oportunidades? Varela finalmente vai ter uma chance de mostrar a que veio pra garantir que teremos lateral-direito em 2023?
E se no primeiro tempo nenhuma dessas questões acabou sendo respondida, com 45 minutos do mais puro nada que fizeram o torcedor rubro-negro se dedicar a outras perguntas como “será que tem novidade boa na Netflix?” ou “não poderia eu ter gasto essa quase uma hora arrumando a casa, lavando uma louça?”, ao menos a segunda metade da partida serviu para algumas conclusões, nem todas animadoras, mas várias muito importantes.
Primeiro é cada vez mais claro que 2023 tem tudo para ser o ano de Cebolinha. Ainda que com um começo tímido, ainda que com uma certa falta de confiança, o atacante cada vez mais vem se soltando, armando jogadas pela ponta esquerda, e já começa a se mostrar uma opção na criação de jogadas pelo lado nas partidas em que não podemos contar com Arrascaeta e Everton Ribeiro pelo centro.
Depois é visível que, mais uma vez, estamos diante de uma grande safra de jovens jogadores. Moleques como Victor Hugo, Mateusão, Igor Jesus, Peterson e o destaque da partida Matheus França, ainda precisam amadurecer, ainda pedem mais minutos jogados, mas já mostram que tem qualidade para fazer parte do elenco e permitir que o Flamengo consiga se desdobrar entre todas as competições onde ele precisa brigar pelo título nessa temporada e nas próximas.
Sobre Varela, a verdade é que segue muito cedo para falar. Se já mostrou não ser um jogador que comete erros crassos ou falhas absurdas, ainda não teve tempo de demonstrar nada de superlativo, nada de impressionante, ainda que a sinceridade obrigue a admitir que um lateral-direito para se destacar com a atual competição de Rodinei e Matheuzinho não precisa ser exatamente um Carlos Alberto Torres.
Já a nota triste da noite fica para o vacilo infantil de Diego Ribas no gol do Cuiabá, uma jogada tão boba que constrangeria uma criança, um erro tão desnecessário que é difícil de explicar, uma falha tão absurda que só não parece esquema de site de apostas porque Diego, apesar de excessivamente confiante, não pareceu jamais ser um cara envolvido nessas coisas. Mas é mais um visível sintoma de que, por mais que nosso capitão mereça as mais diversas homenagens, talvez ele não mereça a titularidade nem nas partidas do time B.
Mas conquistados os três pontos numa partida que não emocionou, fica aí o crédito de tensão para quarta-feira, quando o Flamengo começa a reta final de uma temporada que, esperamos, termine com duas grandes taças. Porque se hoje não valia tanta coisa, nos próximos 15 dias temos dois jogos que vão sim começar a valer o ano todo.
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