Rio, domingo, verão, 40 graus (um pouco menos, mas vale a licença poética). Um dia antes, o Flamengo conquistou a Flórida Cup. Mesmo sendo um torneio amistoso, o “obaômetro” disparou para todos, menos alguns.
Conversando com um amigo na piscina (a praia tava “cheiaça”, foi a solução), especulávamos as chances do Flamengo na temporada. É possível vencer a Libertadores? Brasileirão é obrigação? Estadual melhor vencer para evitar impaciência (Óbvio)? E a Copa do Brasil? Priorizar?
O raciocínio nos pareceu bem simples. Não havia terra arrasada. Abel assumiu um time vice-campeão Brasileiro. Claro que com carências e necessidade de mudanças, especialmente na hora de decidir. Mas é bom partir depois do meio do caminho.
- Sofascore destaca números de Wesley com liderança importante
- Zico fará Jogo das Estrelas no Japão em 2025
- Meia do Internacional deve enfrentar o Flamengo no sacrifício
- STJD: Alcaraz está livre para jogar, mas Braz é suspenso e perde fim do Brasileirão
- Flamengo x Internacional: Rochet projeta dificuldades no Maracanã
Não começar do zero joga o time em um status bem mais adiante. Com os reforços, como o retorno de Diego Alves, Rodrigo Caio, Arrascaeta e Gabriel, praticamente fortaleceu todos os setores do campo. Os laterais parecem estar a caminho. E o segundo volante uma posição em aberto – e não acho que precise reforçar, a briga tem que ser interna com as peças já existentes.
Brasileirão é longo, mas é a cara do atual Flamengo. Vencer a maior competição nacional requer estrutura, planejamento de elenco, opções, sinergia com a arquibancada, um time equilibrado e, de preferência, um treinador experiente. O clube entendeu a receita e já não entra mais na competição pensando em G4, mas em título. Essa importante mentalidade credencia o Mais Querido ao favoritismo, mas terá que ser demonstrado na prática.
O Estadual é uma porcaria necessária. Ainda que jogue a enorme maioria dos jogos com o time reserva, tem, por obrigação, chegar nas finais credenciado ao título. Se ganhar, grande coisa. Não fez mais que a obrigação. Se perder não há perdão como se prega antes do início da competição. Carioca derruba técnico, diretor e remodela um departamento de futebol. Ganhar também pode super valorizar atletas, é preciso ter filtro.
Por fim, as copas. O Flamengo atua na Copa do Brasil com o tamanho de seu Manto Sagrado e sua tradição. É tricampeão, foi finalista em 2017, semifinalista em 2018 e talvez tivesse conquistado o título se mudanças acontecessem antes – não dá pra saber. O importante é que o clube encara os jogos com naturalidade, respeitando o favoritismo que carrega, na maioria das vezes se impondo e enfrentando grandes equipes do futebol brasileiro, também relevantes no cenário sul-americano. Sem medo, pressões extras, fantasmas ou bichos-papões.
E dessa forma deve se comportar na Libertadores. É uma competição difícil, claro. Com dificuldades únicas. Mas enxergar como um bicho de sete cabeças não ajuda, pelo contrário, só atrapalha. Sem traumas. Sem essa de que “todo ano cai na primeira fase” ou “não passa das oitavas”. São equipes diferentes, momentos distintos, que tornam injustos os prognósticos. Isso não é só externo, é muito interno também, entre os torcedores. A Libertadores precisa ser tratada como um campeonato normal, que o Flamengo estará presente na enorme maioria dos anos e que, por consequência, vencerá. Comportando-se a altura de quem é: um gigante brasileiro, que se planejou para pleitear a taça mais importante do continente. Sem desespero. Sem “eliminação precoce” permeando o pensamento. Com naturalidade.
Assim terá chances.
E assim foi mais um típico domingo de verão carioca: muito sol, resenha e Flamengo.
Abraços,
Ricardo Taves