Em alguns países como Inglaterra e Austrália, os torcedores já estão começando a acompanhar os seus clubes de coração nos estádios. No entanto, essa realidade ainda segue distante no Brasil. Nesta sexta-feira (28), o secretário municipal de Saúde do Rio, Daniel Soranz, revelou que a prefeitura não tem prazo para a volta de público no estado. A ideia é só debater o tema quando a vacinação da população esteja em um nível avançado.
“É necessário que a gente tenha cautela. Eu entendo que o lazer é muito importante, o espaço de convívio do futebol, mas ainda não é o momento. A gente ainda tem uma transmissão alta, ainda temos muitas pessoas internadas por Covid-19. Não que a prefeitura não tenha sensibilidade. Mas os países do mundo que estão liberando público nos estádios têm uma cobertura vacinal melhor do que a nossa, e protocolos muito rígidos.
A liga norte-americana de basquete (NBA) libera o público com testagem antecipada, ela não é feita no estádio. Há rastreamento, são protocolos rígidos. A gente pode pensar em caminhar para isso em algum momento, mas precisamos ter um pouco de cautela para saber se a vacina, de fato, vai conseguir bloquear a entrada de novas variantes”, disse o secretário.
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De acordo com o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Alberto Chebabo, o Brasil não está preparado para promover eventos que provocam grande aglomeração.
”Não estamos neste momento (retorno de público) no Brasil. Diferente de outros locais (Inglaterra, Estados Unidos e Austrália), a gente ainda tem uma taxa de transmissão muito elevada no país, uma taxa de internação também muito alta, número de óbitos bastante elevado, apesar dele vir em queda nas últimas semanas. Mas isso não significa que hoje temos condições de abrir grandes eventos esportivos com presença de público”, disse durante participação no programa Seleção SporTV.
Em seguida, o apresentador André Rizek perguntou quais seriam os requisitos para que fosse aprovado o retorno dos torcedores. Segundo o infectologista, cerca de 40% da população pelo menos teria que estar vacinada.
”Precisaríamos de ter pelo menos 40 a 50% da população vacinada, idealmente com duas doses. E uma redução importante de número de casos, com uma transmissão abaixo de 1. Ou seja, com a epidemia em contração. Por exemplo, uma pessoa passando para menos de uma pessoa. E para isto acontecer, a gente precisa estar com a população vacinada. E com vacinas que consigam reduzir essa transmissão e o risco de infecção”, completou.