Desde que os jogadores titulares voltaram a jogar parte da torcida do Flamengo se pergunta a cada escalação divulgada por Paulo César Carpegiani: e por que não o Ronaldo? Onde está o Ronaldo? Por que nem no banco ele está? Depois de ser descartado por Zé Ricardo, o jogador parece mais uma vez perder a disputa de sua posição, que agora, no esquema 4-1-4-1, conta com apenas uma vaga. Porém, os questionamentos pela não utilização e pedido de oportunidade ao atleta não são infundados, pois ele pôde entrar em campo três vezes no início do Campeonato Carioca e computou números que proporcionalmente o colocam como um dos melhores volantes do Flamengo. Para melhor situar o desempenho de Ronaldo, o Mundo Rubro Negro comparou suas estatísticas com as do titular Cuéllar, que atuou por cinco vezes, e Jonas, o qual entrou em campo seis vezes e é a primeira opção para a posição após o colombiano. Os números foram coletados da plataforma Footstats e vão desde a estreia na Taça Guanabara até o primeiro confronto da Taça Rio, contra o Madureira no dia 21 de fevereiro.
DESARMES
No esquema tático de Carpegiani, a função primordial do volante a frente da linha de zaga é protege-la e Ronaldo é simplesmente o jogador com a maior média de roubos de bola entre os quatro grandes clubes do Estadual.
LANÇAMENTOS
Ser o jogador de meio-campo mais próximo à defesa da a incumbência de ser um dos responsáveis pela saída de bola, para isso muitas vezes é preciso acertar lançamentos, pois uma marcação mais apertada nem sempre deixa opções fáceis para passes.
PASSES
Obviamente, na saída de bola o passe é a arma mais importante do volante a frente da zaga, mas não só isso, um grande números de passes exige ter a bola várias vezes, e para isso é preciso que o jogador se movimente e assim vir a ser opção aos seus companheiros. Percebe-se que Ronaldo e Cuéllar têm médias muito parecidas, já Jonas deixa a desejar, pegando muito pouco na bola, praticamente a metade das vezes que os outros dois.
PERDA DE POSSE DE BOLA
Ter menos a bola da a vantagem a Jonas, que perde a bola apenas uma vez a cada dois jogos. Já Cuéllar fica sem a pelota uma vez por jogo e Ronaldo duas.
FALTAS COMETIDAS
Esse é o quesito que Ronaldo mais precisa melhorar. Em média ele faz o dobro de faltas que Jonas e uma a mais que Cuéllar a cada partida.
Até antes da partida contra o Madureira, os três jogadores estavam zerados nos quesitos assistências e finalizações, porém, no confronto contra o Tricolor Suburbano, Jonas conseguiu um passe para o gol de Paquetá e desferiu um chute de longa distância que raspou a rede pelo lado de fora, assustando o goleiro. Nenhum dos três balançou as redes.
Percebe-se que Ronaldo tem uma saída de bola tão boa quanto Cuéllar ou até um pouco melhor, já que lança melhor que o colombiano. Os dois se apresentam igualmente ao jogo, dando opção aos companheiros, porém Ronaldo é muito mais faltoso do que os companheiros, apesar disso é disparado o que mais rouba a bola. Já Jonas, ao contrário do que muito se comenta, é o menos faltoso dos três, um importante quesito para quem costuma trabalhar no entorno e dentro da grande área. Já Cuéllar é o mais regular em todos os quesitos e é o que menos erra passes, com uma aproveitamento impressionante de 97% de acertos no item.
Um trunfo que o Garoto do Ninho traz e que poucos sabem é que ele é um jogador polivalente. Como foi lembrado por Gustavo Roman, na MRN Live #10 de segunda-feira (19), nas divisões de base Ronaldo atuou na lateral-direita. O técnico que o fez a transição dele para a nova posição foi o antecessor de Zé Ricardo no sub-20, Marcelo Buarque, que falou sobre a troca e o desempenho do atleta como lateral.
“Quando cheguei no Flamengo, o Ronaldo tinha vindo de uma contusão. O time estava montado e era mais velho. Ele estava treinando na posição dele (volante) e estava indo bem. Ele tem força e velocidade. Conversei com ele, pois eu não tinha lateral-direito, e perguntei se ele jogaria na posição. Ele aceitou de imediato. É um menino muito do bem. Ele foi muito bem. É que não deram sequência nele ali, mas ele jogou muito bem na lateral-direita.”
Com a atual queda de rendimento de todos os laterais do Flamengo e a dificuldade em contratar um reforço para o setor, testar o jogador nessa posição pode ser uma alternativa para Carpegiani resolver ao menos um dos lados da equipe.
Foto em destaque: Gilvan de Souza/Flamengo