Eu cansei do Flamengo; o ano de 2023 tem sido absurdamente cansativo para quem – assim como eu – dedica boa parte de seu tempo livre ao clube. A sucessão de tragédias evitáveis e previsíveis por qualquer sujeito com dois neurônios desanima não só pelas derrotas vexaminosas mas pelo sentimento de impotências que é gritar no deserto enfrentando a teimosia da diretoria e uma legião de torcedores que cairam em pantomimas criadas por influencers.
Bet365 4.9 de 5 |
|
Tudo isso me fez querer dar um tempo de Flamengo no dia da derrota para o Cuiabá. E por alguns dias eu tive um desgosto profundo, como se faltasse o Flamengo no mundo. Precisava me recuperar, lembrar do porque vale a pena passar por isso. Decidi então fazer uma visita ao recém reinaugurado Museu do Flamengo.
Leia mais do autor: Renato Veltri: O clube que não sabe tratar seus ídolos (ainda sobre Pedro)
Fomos eu e Isabelle, que ganhou a sorte de ter um guia formado em Flamegologia ao seu lado. E como valeu a pena! Cada pedacinho da experiência é única. Para quem respira e ama a história desse clube, chega a ser emocionante ver -além todas as conquistas ao longo do tempo- ítens históricos como o primeiro estatuto do clube.
Trechos de jogos de conquistas como as da Libertadores, com rostos que são parte da nossa história e que nem sempre são tratados como deveriam, me emocionaram. Isso é Flamengo, não o que Landim, Braz, Spindel, Sampaoli, bem como os artífices do pior ano do Flamengo rico fizeram com ele.
A mágica do ‘ser Flamengo’
E como se os deuses rubro-negros soubessem que eu precisava de um acalento, encontrei por lá seu Evaristo de Macedo. Ter na minha frente um dos maiores bandeirantes da história do Flamengo, tocar na história, foi de uma sensação incrível.
Por fim, outra surpresa magnífica que me renovou. Lembram de Isabelle? A sortuda que foi ao museu com um guia particular? Quando voltávamos de metrô, no ramal Pavuna, uma menininha negra de cerca de 6 anos falou para ela “Você é Flamengo?! Eu também sou!”. Aquilo foi o que faltava para me fazer lembrar do que esse clube é, do que realmente importa.
Não é um programa exatamente barato, eu sei. Aquela menininha, por exemplo, provavelmente não poderá acessar esse museu. Mas se você puder, vá! E de preferência tenha a malandragem que teve Isabelle de levar um especialista no assunto a fim de enriquecer a visita. Mas vá de qualquer forma.
Era o gás que faltava pra que eu precisava pra terminar esse ano melancólico por escolhas dos cartolas que o jogaram no lixo. Que venha então 2024, e que venha uma chapa de oposição responsável pra nos tirar das mãos de Rodolfo Landim.
Renato Veltri é advogado, formado pela UFRJ em 2019 e flamenguista formado por sua irmã, Vanessa, na final da Copa do Brasil de 2006. Twitter: @veltri_renato.
Siga o MRN no X/Twitter, Threads, BlueSky e no Instagram.
Contribua com a independência do nosso trabalho: seja apoiador.
- Sofascore destaca números de Wesley com liderança importante
- Zico fará Jogo das Estrelas no Japão em 2025
- Meia do Internacional deve enfrentar o Flamengo no sacrifício
- STJD: Alcaraz está livre para jogar, mas Braz é suspenso e perde fim do Brasileirão
- Flamengo x Internacional: Rochet projeta dificuldades no Maracanã