A Ferj publicou no seu site o Regulamento Geral de Competições de 2017. O texto mantém a punição de perda integral da cota de televisão para equipes que participem de competições não autorizadas pela Ferj, mas inclui um novo artigo para a eventualidade de o Flamengo não assinar o contrato de televisionamento com a TV Globo – como não fez até o momento. Em 2017, acontece a segunda edição da Primeira Liga, ainda não incluída no calendário da CBF, e a Ferj continua tendo o poder de barganha para liberar o Flamengo a disputar os jogos da competição ou impor essa multa arbitrária.
Esse não é o único ponto do RGC que pode prejudicar o Flamengo. A entidade incluiu no regulamento o item que obriga os clássicos a acontecerem com divisão de torcida meio a meio – justamente no ano em que o Flamengo teria a possibilidade de receber os outros grandes na Arena da Ilha em condições semelhantes às que lhe foram impostas por Vasco e Botafogo este ano. Além disso, a Ferj incluiu no regulamento previsão de que o custo de aluguel de estádios será definido por conselho arbitral caso não haja acordo entre os clubes, o que pode ser usado para beneficiar o aliado Botafogo caso o Flamengo seja obrigado a mandar um clássico no Engenhão.
O regulamento também impede os clubes de cobrarem valores promocionais dos sócios-torcedores a não ser que subsidiem a diferença, o que contraria uma das exigências feitas pelo Flamengo para assinar o contrato de televisionamento, de que a Ferj não pode interferir no preço dos ingressos.
Além disso, como o MRN havia antecipado na semana passada em entrevista com o advogado Michel Assef Filho, representante do Flamengo na Assembleia Geral, a entidade manteve o artigo que lhe dá exclusividade sobre a exploração de placas publicitárias, contrariando liminar judicial a favor do Flamengo e outra das exigências feitas pelo Flamengo.
