Em entrevista para o maior ídolo da torcida rubro-negra o lateral falou sobre a carreira na Alemanha, Seleção e enalteceu a estrutura do Fla
O Canal Zico 10 recebeu um supercampeão do futebol que há apenas três meses veste a camisa do clube mais popular do mundo. De fato, a percepção é que Rafinha já é jogador do Flamengo desde muitas temporadas. A identificação imediata passa por muitos fatores abordados de forma descontraídas pelo galo, no quadro “De Papo”.
Veja o vídeo na íntegra neste link ou aqui mesmo no final desta matéria. Abaixo, os principais trechos do encontro do nosso campeão brasileiro e da Libertadores.
Chamado de Zico foi “gota d’água” para a chegada ao Fla
Zico lembrou de uma matéria do Esporte Interativo com Rafinha ainda sob contrato com o gigante alemão Bayern de Munique onde ele gravou um vídeo convocando o jogador para atuar pelo Mais Querido. Rafinha brincou com a situação: “Aquele vídeo lá foi a gota d´’agua. Valeu! Zico falou agora não tem como correr não! ”.
Expectativas no Flamengo
Com condições de continuar na Europa, com propostas de outros clubes e até mesmo de uma renovação com os Bávaros, o lateral-direito optou por voltar para o Brasil e atuar no seu clube de coração.
“Pois é, Zico. Vou ser bem sincero. Eu não esperava encontrar o que eu encontrei aqui. O pessoal fala. Eu não acompanhava, nunca tinha ido ao Flamengo. Nas reuniões que a gente tratava da transferência o pessoal mostrava como estava o CT, os campos, a organização, a estrutura. O Flamengo hoje, com a estrutura que a gente tem para trabalhar, não fica atrás de nenhum. Eu falo sem puxar o saco, sem demagogia nenhuma por que é a verdade. Eu convivi por 15 anos na Alemanha. Sei como é no Bayern e no Schalke 04 também. Tá de parabéns mesmo. Tá show”.
Início no Coritiba
Comecei em 1991. Jogava futebol de salão no Grêmio de Londrina. Futsal tem muita força na minha cidade natal. Me ajudou muito. Em 1996 eu fui também para o campo. Um treinador do Iate, nosso rival, me levou PSTC (http://globoesporte.globo.com/pr/noticia/2015/06/formador-de-jogadores-da-selecao-pstc-chega-serie-do-paranaense.html), um time que revelou muitos jogadores, como Kleberson, Dagoberto, Jadson e Fernandinho. Em 2001 um amigo me indicou para um jogador do Coritiba, o Willians. Fiz os testes, fui aprovado e depois de um mês já estava concentrado. O começo é sempre difícil. Seis meses depois de chegar no Coritiba meu pai morreu. Pensei um pouquinho em desistir, eu tinha 16 anos. Fiquei em casa. O pessoal do Coritiba entendeu, me pediu para voltar. Eu voltei e depois disso deu tudo certo. Fui campeão em todas as categorias do Coritiba. Tenho muito carinho pelo Coritiba e vou encerrar minha lá.
Transferência para a Alemanha
Fui para o Schalke 04 logo depois do Mundial Sub-20. Não conhecia muito o clube. Depois de um mês o Schalke estreava na Liga dos Campeões contra o Milan. Estava vendo os caras até outro dia na televisão. Só ganhei uma Supercopa. Bateu na trave três vezes no Alemão, dois vices da Copa.
Chegada ao Bayern
O Schalke 04 não queria me vender. Eu estava muito bem e seria reforçar um rival. Fazia cinco anos e meio que eu estava lá, o treinador era o Felix Magath. Ele me disse que eu não jogaria em nenhum time alemão. O pessoal fez então um acordo e eu fui para o Gênova já acertado com o Bayern. Mas foi uma forma de não sair direto de um para o outro.
Guardiola e Jorge Jesus
É fera. Jesus é mais intenso. Lá o pessoal já conhecia os métodos. Aqui o Mister está implantando tudo novo. Então ele tem que ficar ali 24h cobrando, montando. A intensidade dele aqui é maior do que a do Pepe lá. Mas ele me deu moral. Quando ele chegou eu falei pra ele que queria jogar mais. Depois da pré-temporada ele me disse que ia colocar o Lahn no meio. Eu não acreditei. Com ele foram três anos que eu joguei 120 partidas.
Seleção Brasileira
Não vou dizer que é uma frustração porque o que eu tinha que fazer eu fiz: jogar, ficar quietinho, fazer o meu trabalho. Jogador tá num clube grande da Europa, ganhando e jogando, como era o meu caso, então se não estão me convocando não é mais meu problema. O Guardiola até me perguntou se eu tinha algum problema com o pessoal da Seleção. Se colocou para ajudar. “Não é normal, pelo que você está jogando aqui”, ele disse. Eu merecia ter mais sequência.
Conversa com Tite
Vou falar em primeira mão para você Zico. Quando o Tite me ligou eu fui até bem claro com ele. O Tite sabe muito bem disso e se ele ver essa reportagem ele vai lembrar. Eu estava na Alemanha e ele me ligou: “Rafinha, acompanhei sua pré-temporada nos EUA e vi que você fez uma pré-temporada maravilhosa. Você arrebentou. É o lateral que eu estou procurando, com suas qualidades”. Aí ele me perguntou sobre um problema que eu tive na Seleção em 2014, quando pedi para ser desconvocado. Não é que eu não quis ir, professor, e expliquei pra ele.
Na época, o Dunga me convocou porque tinha três laterais machucados. Eu era a quarta opção. Isso não é concorrência, eu não estava concorrendo com ninguém. Estavam me chamando porque não tinha outro. E liguei para o Gilmar (Rinaldi, então diretor): “Olha, Gilmar, vocês não me perguntaram nada. Eu quero dizer que nesse momento a Seleção não é a minha prioridade. Eu não estou participando. Há três anos vocês estão no comando e eu não fui chamado nenhuma vez. Daqui a pouco os laterais vão voltar e vou voltar a não ser convocado. Então deixa eu aqui no Bayern mesmo porque estou fazendo o meu trabalho e estou feliz”.
Então o Tite disse que queria que eu voltasse. Eu agradeci só pela ligação dele: “Agora você está sabendo da verdade. Agradeço a ligação. Mas eu quero voltar para a Seleção? Sim, quero. Mas quero deixar bem claro que eu quero voltar para ter uma sequência. Se com duas ou três convocações você me falar que eu não encaixo no sistema, acabou, vida que segue. Foi onde ele me convocou uma vez e não me convocou mais.
Assista a entrevista na íntegra
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