Racista do Racing imita macaco e clube será julgado pela Conmebol

Torcedores brasileiros voltaram a ser alvos de racismo na Argentina. Nesta quinta-feira (4), o Flamengo foi até Buenos Aires e empatou com o Racing no El Cilindro, em partida válida pela Libertadores. Durante o jogo, criminosos intimidaram flamenguistas com ofensas racistas. Após denúncia de torcedor, a Conmebol entrou em ação.

Com um boletim de ocorrência sobre o caso de ontem, a Conmebol decidiu abrir um expediente disciplinar para identificar e julgar o racista. Sendo assim, dentro do prazo de 48 horas, o órgão deve informar o veredito da apuração. Após isso, o Racing será notificado sobre o processo, com direito de resposta. Em conjunto com a Conmebol, uma medida contra o crime deve ser estabelecida.

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Além de chamar os rubro-negros presentes de “macacos”, torcedores do Racing imitaram constantemente o animal em direção ao setor visitante. Rafael Carneiro, torcedor do Flamengo, filmou o crime e denunciou a cena para a polícia.

Porém, Rafael informou que os guardas ignoraram os gestos e insultos dos torcedores. Sendo assim, os policiais apenas orientaram o rubro-negro a prestar boletim de ocorrência. Apesar da indignação com o descaso, o torcedor, que reside na Argentina, foi até a delegacia mais próxima.

Conmebol adotou “medidas mais duras” para casos de racismo em estádios

Para combater o racismo nos estádios da América do Sul, a Conmebol adotou mudanças no Código de Disciplina para punir severamente as ocorrências. Com a alteração, a entidade máxima do futebol sul-americano estabelece o valor de R$ 500 mil como multa mínima para o crime.

No entanto, apesar da promessa de serem mais duros com as punições envolvendo racistas, a medida é insuficiente. Isso porque, após o pagamento da multa pelo clube, torcedores que praticam os atos saem ilesos.

Infelizmente, cenas como as que ocorreram contra o Racing são constantes quando se trata de brasileiros na Argentina. Em 2019, o Relatório Anual da Discriminação Racial no Futebol apresentou mais de 40 ocorrências envolvendo racismo de argentinos contra brasileiros. Ainda de acordo com o relatório, jogadores são os principais alvos dos criminosos.