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Podemos falar com “tranquilidade” sobre o momento em que vivemos. Rs! Flamengo fora do G4 apenas por um dos últimos critérios de desempate, cartões amarelos. Pra não dizer que não falei de flores, gosto da ideia de jogo que o Muricy deseja implantar (mas não conseguimos executar) de defesa alta, time compacto, posse de bola e intensidade. Ao soar das cornetas, uma hora queremos futebol bonito, progressivo intenso, com características históricas do Flamengo; outra hora um futebol pragmático, minimalista e objetivo.
O treinador tentou os dois. E acho que encontrou a “fórmula”, o jeito que vai levar pelo campeonato Brasileiro, o futebol pragmático que o consagrou. Faltam 111 pontos, 37 gols pró. Sim! Seremos campeões com 38 resultados de 1×0. Não é isso que queremos? Este post não é uma defesa de Muricy, apenas uma reflexão minha sobre nosso momento. Acho que sinceramente evoluiu, mudou a maneira de pensar futebol, e nossas limitações são maiores do que seus conceitos, eles passam pela compreensão dos jogadores e da execução na hora do jogo, algo mais profundo, algo que não consigo enxergar.
Um exemplo simples da mudança foi a tentativa de “sair da caixinha”, tentar Ederson como falso nove, no lugar de Guerrero, que vai à Copa América. Vejo como excelente alternativa, assim como via a tentativa de Luxemburgo de colocar Cirino nessa função. Acho que ambos poderão render melhor se mais próximos ao gol. Precisamos de opções, para que fiquemos menos previsíveis, para um campeonato longo. E antes que imaginem, não enxergo como depreciação de Felipe Vizeu. Pelo contrário, vejo como mais tempo para maturação, sem a pressão de ser a solução da ausência do Guerrero.
Sou otimista, sempre fui, mas mantenho meu pezinho no chão. O brasileiro é o mais difícil campeonato nacional do planeta, as condições são desfavoráveis, mas enxergo que estaremos cada vez mais preparados, pelo investimento feito no departamento (time, preparação, equipamentos). Comigo é copo sempre meio cheio. Vamos, Flamengo! A rodagem do elenco faz parte do planejamento, que muitos insistem não existir no Flamengo. Posso discordar de falhas, “cadê os zagueiros?” ou jogarmos em Volta Redonda). No caso da falta de zagueiros é uma incompetência atroz, sobre jogar em Volta redonda, uma escolha que a conjuntura impôs. Não sou o dono da razão, nem quero ser. Apenas opinião.
Mas… sempre tem um mas… a coluna é compartilhada, não é somente minha, ela é compartilhada e excepcional, do Mestre em Matemática (e “por acaso” meu primo), Leandro Machado, que me propôs um pequeno exercício de longo prazo, como o campeonato em pontos corridos, e ele me aparece com uma tabela de projeções e metas. Que tenhamos sorte e competência! Mais uma vez, Vamos, Flamengo!
Tabela de Planejamento por Leandro Machado.
I. Os números mágicos
O brasileirão em pontos corridos traz uma peculiaridade: com base nas tabelas dos anos anteriores, é possível fazer projeções sobre o número de pontos necessários ao título, G4 e fuga do rebaixamento. Em geral, as matérias sobre tais projeções só começam a espocar na imprensa lá pela 30ª rodada, junto às reportagens com as probabilidades calculadas por matemáticos já famosos no meio esportivo.
O estudo que me propus a fazer toma essas projeções para traçar metas de pontuações (checkpoints) ao Clube de Regatas do Flamengo ao longo do campeonato. Para ilustrar o processo, vamos olhar inicialmente o quadro de pontuação ao longo dos brasileiros de pontos corridos:
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* Em 2013, se o tapetão não tivesse suprimido pontos do Flamengo e da Portuguesa, o Fluminense teria sido rebaixado em 17º com 46 pontos.
Arredondando para cima, teríamos as seguintes projeções:
Para ser campeão: 76 pontos;
Para o G4: 64 pontos;
Para não ser rebaixado: 44 pontos.
Obviamente, estes números não são garantia de sucesso: nos últimos 4 campeonatos o campeão teve pontuação acima de média. Por outro lado, 73 pontos faria o campeão em todos os campeonatos. A mesma análise pode ser aplicada ao G4 para a fuga do rebaixamento (para a parte da torcida mais pessimista).
II. A metodologia
Considerando, os números da seção anterior como metas, elaborei a seguinte metodologia:
Dividimos os confrontos em 7 blocos de 5 jogos;
Projetamos o total de pontos a serem conquistados em cada bloco;
Atingido a meta ao final da 35ª rodada, estaremos na briga;
Dá-se, nos 3 últimos jogos, o sprint final para o título, G4 ou fuga do rebaixamento.
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Note que, para chegar à 35ª rodada com 67 pontos, precisaríamos fazer 10 pontos em 4 blocos e 9 pontos nos 3 outros blocos.
III. Os blocos
Dividindo as 35 rodadas em 7 de grupos de 5 e analisando nível de dificuldade, temos as seguintes classificações:
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De acordo com esta classificação, há dois blocos mais fáceis, onde podemos fazer até mais pontos do que as projeções, de forma a compensar possíveis tropeços nos blocos mais difíceis. Uma vantagem da tabela é que os jogos do sprint final são relativamente simples.
IV. As Projeções
De acordo com o grau de dificuldade dos blocos e as metas de pontuação, construí a tabela abaixo, meta de pontos em cada um dos blocos:
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Observando que podemos ganhar mais pontos nos blocos mais fáceis, podemos pensar no número de pontos acumulados ao final de cada bloco. Isto gera a tabela abaixo:
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Tentarei retornar ao final de cada bloco para analisar a faixa em que o Flamengo se encontra nas projeções. Boa sorte ao Flamengo, boa sorte a todos nós!
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