João Luis Jr: Cobrar Gabigol faz todo sentido, pedir a saída dele é papo de maluco

É fato que Gabriel Barbosa, o artista conhecido como Gabi, Lil Gabi ou Gabigol, já garantiu sua vaga no panteão dos grandes ídolos rubro-negros.  

Desde sua chegada ao Flamengo no dia 8 de janeiro de 2019, Gabriel se tornou um dos principais nomes de uma das gerações mais vitoriosas da história do Flamengo, conquistando Libertadores, Brasileirão e Copa do Brasil, entre outros. E não apenas isso, mas sendo protagonista em diversas dessas conquistas, com gols decisivos e uma postura que sempre refletiu o que se espera dos grandes nomes da história do clube, unindo qualidade e vontade, e que o tornou um dos jogadores favoritos da torcida.

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Também é fato que, em 2023, Gabigol teve sua pior temporada com a camisa vermelha e preta. Poucos gols, atuações bem abaixo do esperado e, se durante o primeiro semestre ele esteve em baixa junto com toda a equipe, mesmo quando o time parecia estar se recuperando, Gabigol continuava numa rotação abaixo, passando a maioria dos jogos no banco e fazendo pouca diferença quando entrava em campo.

E quando você estabelece uma barra tão alta em termos de resultados, nada mais justo do que sofrer uma cobrança proporcional ao seu potencial. Nesta temporada Gabigol foi cobrado, vaiado e teve seu peso questionado. Até mesmo sua festa de aniversário criticada por uma parcela dos torcedores, que decidiu protestar na frente da residência do jogador.

Mas se cobrar e criticar é até mesmo parte do trabalho de uma torcida exigente como a do Flamengo, é preciso saber também o momento em que cobranças se tornam autossabotagem e críticas começam a calçar chuteiras para entrar no campo da insanidade.

História de Gabigol no Flamengo não garante permanência, mas respeito

Isso porque a sensação, principalmente agora nesse fim de temporada, quando nem temos mais atuações para analisar, é de que uma parte dos torcedores e jornalistas apenas não sabe mais o que quer de Gabigol. Ele estava aceitando a reserva? Preguiçoso. Ele dá entrevista dizendo que não quer mais ser reserva? Está se colocando acima do clube. Ele quer renovar? Mercenário. Ele sinaliza que, se o clube não quiser renovar, 2024 pode ser seu último ano? Não se importa com o Flamengo.

Não que a história de Gabigol no Flamengo dê a ele um passe livre, mas um jogador com qualidade que ele possui, os títulos que ele já garantiu e a idade em que ele está – 27 anos – merece um pouco mais do que esse clima esquisito em que se tira grande parte das suas ações de contexto e abordada de maneira totalmente desproporcional. Nem mesmo a lesão do jogador, confirmada por ele e pelo Departamento Médico, serve como atenuante para certos torcedores.

Mais do que um ídolo rubro-negro, o que não garante a ninguém lugar no time – afinal, se fosse assim Angelim ainda seria nosso titular da zaga – Gabriel é um excelente jogador, muito acima da média, e que ainda tem muita lenha para queimar. Fez um bom ano em 2023? Obviamente não. Mas pelo que fez em 2019, 2020, 2021 e até mesmo 2022, sabemos o quão diferente ele é, e o que ele pode oferecer para o Flamengo dentro e fora de campo.

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Então, sim, vamos cobrar Gabigol, como deve ser cobrado qualquer um que tenha a oportunidade de vestir o Manto Rubro-Negro e defender as nossas cores. Mas vamos cobrar tendo respeito por tudo que ele construiu.

E tendo a consciência de que, como tantas torcidas adversárias aprenderam nesses últimos anos, você nunca pode subestimar a capacidade que o atual Camisa 10 do Flamengo tem de vencer e decidir. Afinal, a gente já sabe que nunca termina bem para quem faz isso.

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