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Após a derrota no Sul, uma vitória contra a Chapecoense significaria subir na gangorra do BR 2016. Mas por muito pouco não caímos para a boca da zona quente do “coisa ruim”. Pois a terceira onda do campeonato estava assim, a vitória literalmente nos levaria ao G4, e uma derrota nos colocaria no limite do abismo para o portal do inferno.
A fotografia do momento da classificação conta com 3 times com 7 e um com 6 na região mais cobiçada da tabela. Há um time com 5 pontos na quinta posição e, nada menos que 9 times com os mesmos 4 pontos que o Flamengo conquistou, ocupando da sexta até a décima quinta colocação. Logo depois aparece um solitário com 3 empates e 3 pontos e 4 equipes na zona de rebaixamento com apenas 1 ponto. Ou seja, ninguém é de ninguém ainda!
Diante de tamanho equilíbrio, os chiliques de parte de nossa torcida são precipitados. As críticas, todavia, são pertinentes, pois mais uma vez iniciamos um Brasileirão com problemas inaceitáveis. Nosso elenco é desequilibrado, ao demonstrar paradoxalmente carências ou excessos de jogadores mal aproveitados, mal escalados, sem padrão técnico e tático, consequentemente sem atuações consistentes e pouco convincentes.
Os erros fora de campo se traduzem em uma grave falta de planejamento no departamento de futebol. Trazer Muricy não fez a coisa acontecer. O fantasma das palavras de Luxemburgo, que afirmou que a diretoria não entedia de futebol é visto pela Magnética. Os erros são tantos, e tão reiteradamente citados na imprensa esportiva, que prefiro me ater as obviedades dentro de campo:
- O time não pode jogar no 4-3-3 como esquema tático básico, pois, em todos os jogos perdemos o meio campo para os adversários, por mais fracos que sejam;
- Um time com a folha salarial do tamanho da que tem o Flamengo não pode perder para equipes da Série B, C ou D;
- A escalação do Flamengo tem que colocar em campo o que se tem de melhor. Que tal escalar esse time? Paulo Vitor (Muralha), Léo Duarte e Juan (machucou – aceitam-se sugestões para o seu lugar), laterais Rodnei e Jorge. O meio campo com Cuellear e Ronaldo, Arão (Mancuello), Alan Patrick e Ederson. No ataque Guerrero ou Vizeu;
- Jogadores como Cirino, Fernandinho, Gabriel e Everton devem compor o banco para que se possa alterar a forma de se jogar do time;
- Márcio Araújo e Sheik não poderiam ter renovado contrato. Eles são um enorme problema, pelos mais diversos motivos. Mas os treinadores acabam sendo reféns deles;
- Márcio Araújo é horroroso.
Vejamos os impactos na holística dos confrontos da terceira rodada:
Flamengo 2×2 Chapecoense – O jogo reuniu vários elementos desanimadores, meio de semana, em Volta Redonda, torcida em número modesto, erros de arbitragem, contusão do Juan. Mas o pior foi a constatação que não dá mais para Jayme de Almeida. Ele escala mal e é um dos que amam Márcio Araújo. Substitui pior ainda, e não aprende com os próprios erros e acertos. Por exemplo, na derrota para o Grêmio, ele colocou Ederson em sua posição, na que rende melhor, mas contra a Chape, repetiu o equívoco em posicioná-lo novamente como centroavante.
Jayme sequer consegue enxergar que o time jogou mal, e acha que tem a obrigação em defender publicamente os jogadores. Gosto do Jayme de Almeida e reconheço sua importância após a saída de Mano Menezes (melhor treinador na geração EBM), mas acredito que Zé Ricardo seja o mais indicado para o momento.
Ainda sobre o jogo, com a contusão de Juan, a fratura foi exposta. Nossa zaga ficou com uma média de idade juvenil e o planejamento do Flamengo foi desmascarado. Juan vinha jogando, e bem orientando Léo Duarte, mas Dumas deixou claros erros de posicionamento. Não faço parte dos que dizem que o garoto é ruim, todavia percebe-se que ele ainda está muito cru.
Esse é um dos indicativos do desequilíbrio do elenco. Wallace e Cesar Martins estavam comprometendo? Mas a comissão técnica e diretoria não conseguiram trazer novos zagueiros. E ainda mandaram embora o tal do Antonio Carlos, que veio do Avaí…
Para completar a tragédia no jogo contra a Chapecoense, o árbitro, que já havia errado feio no pênalti inexistente para a equipe gaúcha, se equivocou ao interpretar lance para vermelho de uma entrada imprudente de Everton, quando, no máximo, o atleta merecia o cartão amarelo.
Paulo Vitor fez uma grande partida. Mas como ficamos procurando pelo em bola de frescobol, achamos que ele falhou no gol, onde o maior erro foi o da própria falta cometida por Ederson. Acho até que ele armou mal a bola, e tentou adivinhar, já que ficou sem visibilidade dos cobradores. Foi um erro técnico, mas me recuso a crucificar nosso goleiro, que nos ajudou a evitar duas goleadas consecutivas.
Não obstante eu não culpar Paulo Vitor, eu gostaria de ver Muralha no gol, por considerá-lo com mais recursos. Muralha está grudado no banco de reservas por ter falhado quando jogou. Mas goleiro tem que ter sequencia de jogos. Espero que o escalem, para não caracterizar mais uma bobeira da diretoria, pagar 4 milhões para um jogador ser reserva.
Tendências: Flamengo – Em decorrência do total equilíbrio da competição, eu percebo que basta arrumar taticamente a equipe, escalando os melhores jogadores, que podemos permanecer na parte de cima da tabela. Isso sem alimentar ilusões de grandes conquistas; Chapecoense – time cascudo, capaz de tirar pontos importantes dos times favoritos e de vender caro derrotas. Em seu campo será uma pedreira.
Botafogo 2×1 Atlético/PR – Parece que o resultado não refletiu o que foi o jogo. No mais, duas equipes fracas Tendências: As equipes brigam para não cair.
Figueirense 2×2 Santos – O Figueirense não perde para ninguém, mas também não ganha, e o Santos oscila, oscila…tendências – Figueirense luta para não cair; Santos meio de tabela.
América 1×1 Vitória – O que dizer de um jogo duro desses? Tive sorte de não assisti-lo. Tendências: Dupla incógnita.
Palmeiras 2×0 Fluminense – A derrota para a Ponte parece não ter abalado a confiança do “Verdão”. Em seu estádio o Palmeiras já demonstra que será um osso duro de roer. Fluminense ainda se prepara para uma eventual decolagem. Tendências: As duas equipes lutam por G4 e título.
Coritiba 1×1 São Paulo – Você sabe o que é caviar? Eu também não vi. Cabeça dos bambis está na Libertadores.Tendências: Coxa luta contra rebaixamento. São Paulo luta pela Libertadores.
Vitória 3×2 Corinthians – Para mim, a zebra da rodada. Mas tem algo de podre nos gambás. Continuo sem saber como joga o time Bahiano, mas vou descobrir. Tendências: Corinthians – A crise corintiana aumentar, pois o problema de baixo rendimento não é de hoje; Vitória tornou-se uma incógnita.
Santa Cruz 4×1 Cruzeiro – O atropelamento da rodada. O time mineiro não deu bola para os meus avisos, e para o desempenho do Grafite e despencou para a zona de rebaixamento. Tendências: Santa Cruz – já começa a ter jogadores assediados. Santa merece a liderança; Cruzeiro – a exemplo do Flamengo, como bem falou um amigo da Fla TT, jogou no lixo 5 meses da temporada.
Corinthians 2×0 Ponte Preta – Eu vi a partida. Os gambás fizeram uma partida muito aplicada tática e tecnicamente. Se o Zé Ricardo der uma olhada no jogo, entenderá como se deve jogar contra a Macaca. A Ponte Preta é um time mediano, e só Tendências: Corinthians – sempre perigoso, pode brigar na parte de cima; Ponte – apresenta um futebol que dá mostras que pode permanecer na primeira divisão.
Internacional 1×0 Sport – Será que o Inter será o time das vitórias pelos placares mínimos? E o Sport? Bem que poderia voltar para a divisão na qual foi o legítimo campeão em 1987. Tendências: Inter – repetir as campanhas inofensivas dos últimos anos; Sport – futebol para cair.
Atlético/MG 0x3 Grêmio – Jogo didático. Não há como se fazer bolo sem ingredientes. O time do Galo levou um passeio do tricolor gaúcho. O placar poderia ter sido ainda maior. A equipe gaúcha é muito bem organizada por um treinador jovem, sem pompa, sem máscaras. E para quem está justificando a derrota no fato do Galo jogar sem 9 ou 10 titulares, a bem da verdade, Marcos Rocha, Rafael Carioca, Vitor, Leandro Donizete não são reservas! E Cleiton, Ed Carlos, Patrick, Hyuri e Cleiton jogam habitualmente. Tendências: as duas qequipes possuem elencos capazes de disputar G4 e título.
Para o Flamengo não há nada perdido. É necessário colocar a cabeça no lugar e fazer o “feijão com arroz”, coisa que é perfeitamente possível com o treinador Zé Ricardo. A Magnética pode entrar em campo fazendo a sua parte, parando de procurar culpados individuais, e apostar que é possível ter um bom coletivo com as peças que estão lá, reforçadas pontualmente o mais breve possível. Segundo a atual pontuação, nosso time não é pior que outros 14 no campeonato. Vamos cobrar, mas não deixaremos de apoiar!
Cordiais saudações!