O Flamengo hoje esbanja uma saúde financeira como nunca antes vista na História. Fruto de um trabalho coletivo brilhante desde 2013. Arrumou-se a casa e estruturou-se o clube, a administração e as finanças. O Flamengo, enfim, faz valer a força de sua torcida para dentro do banco.
Mas a tragédia do Ninho, em que morreram vários jovens sob os cuidados do clube em um incêndio horrível em contêineres que se diziam à prova de fogo, macula tudo isto.
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Várias das famílias destes jovens permanecem ainda sem o acordo com o Flamengo, e com isto o desgaste emocional destes entes vai se perenizando. O clube, ao invés de aceitar o acordo inicial proposto pelo Ministério Público de R$ 2 milhões para cada família, optou por investir pesado em jogadores e em uma comissão técnica estrangeira no que resultaram na declaração do presidente Landim de que só ano que vem a dívida do clube começará a cair novamente.
O Flamengo deveria ter aceito a proposta do MP. É um valor inexpressivo para o orçamento do Flamengo, e significativo para a imagem de um clube que se pretende cidadão. Ao invés disso, pautou-se na fria jurisprudência e ofereceu R$ 300 mil reais a cada família. Mas o Flamengo não pode ser frio. Flamengo é torcida. É sonho. É paixão.
Evidente que não é só o pagamento, que por maior que seja a quantia, sempre será menor do que deveria. Uma vida não tem preço. Vida que faleceu aos cuidados do clube assume uma encargo emocional muito maior. Houve seguidos erros administrativos que acarretaram nesta tragédia. Dirigentes e profissionais envolvidos nas decisões operacionais devem ou deveriam ser objetos de investigação e processos civis e criminais. E não esqueçamos os fornecedores envolvidos que por ventura tenham divulgados informações falsas sobre seus equipamentos ou qualidade de serviços.
Esta tragédia dos garotos do Ninho é como a espada de Dâmocles que paira em cima do Flamengo. Precisa resolver o quanto antes esta questão.
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