E na noite desta quarta-feira, após ser novamente, mais uma vez e de novo, bastante superior ao Atlético-MG, o Flamengo acabou tendo que se contentar com um empate no Maracanã, muito em virtude das inúmeras oportunidades perdidas diante do bom goleiro Éverson, mas principalmente por conta de um lance capital, que foi o pênalti desperdiçado por David Luiz. Uma situação que torna necessárias duas reflexões.
A primeira é sobre como David Luiz não deveria ter, em hipótese alguma, cobrado aquele pênalti.
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O nosso zagueiro parece ser um cara muito gente boa? Com toda certeza. É uma liderança no elenco que parece ter um papel muito importante em termos de suporte psicológico, tanto para jogadores chegados da base quanto para companheiros mais experientes? Absolutamente. Existem momentos em que eu mesmo, em meu trabalho, fico pensando que se David Luiz acalmou a mente do Rodinei ele conseguiria me motivar a aguentar uma reunião até o fim? Jamais negaria.
➕ O Flamengo é maior do que qualquer jogador – mas sem jogadores não existe Flamengo
Mas se o batedor oficial é Alcaraz, e até onde sabemos a partida de ontem não era um jogo festivo Calvos x Cabeludos com David Luiz jogando um tempo em cada time, mas sim parte de um torneio onde a vitória era essencial pra que o Flamengo continuasse com alguma remota esperança de título, por que raios foi o zagueiro que recebeu a bola pra realizar uma das piores cobranças de pênalti dos últimos tempos?
É essencial o bom clima dentro do grupo de jogadores, é muito bacana valorizar as relações, legal demais o Davizão ser esse querido, parça, broder, como se fosse um irmão pra todo mundo, mas vamos começar a colocar resultados em risco por causa disso? A não ser que o Brasileirão agora não seja mais decidido por pontos e que a verdadeira taça seja “os amigos que fizemos pelo caminho”, esse tipo de postura não faz muito sentido.
A segunda questão é o sabor agridoce que vem de dominar, com tanta facilidade, uma equipe finalista da Libertadores. Porque quando não apenas ganhamos duas mas fomos superiores ao Atlético-MG três vezes seguidas, é inevitável não pensar como um time tão inferior ao nosso conseguiu ir tão mais longe num torneio tão importante.
O quanto de decisões erradas, de burrice, de incompetência e de pura e absoluta falta de seriedade não precisou acontecer pra que o Flamengo fosse eliminado de maneira tão vergonhosa por um Penarol que foi absolutamente obliterado pelo Botafogo? O mesmo Botafogo que terá como adversário na final do torneio mais importante do continente um time que se jogar contra o Flamengo dez vezes, provavelmente vai perder 9 e empatar 1, porque a torcida invadiu o campo antes do gol acontecer?
É essencial pra temporada que vem não apenas a manutenção de Filipe Luís, um técnico que parece ter realmente entendido como o Flamengo precisa jogar – ainda que precise aprender critérios mais cartesianos para as cobranças de pênaltis – como também muitas mudanças na gestão do futebol rubro-negro, com menos gente que morde virilhas e mais gente com fome de título, sede de taças. Porque o Flamengo é grande demais, investe demais, tem qualidade demais, pra terminar a temporada arrependido com fracassos que não são culpa de ninguém além do próprio Flamengo.
João Luis Jr. é jornalista, flamenguista desde criança e já viu desde Walter Minhoca e Anderson Pico até Adriano Imperador e Arrascaeta, com todas as alegrias e traumas correspondentes. Siga João Luis Jr no Medium.
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