O Estatuto do Flamengo atual é de 1992. Há alguns anos a política rubro-negra discute a modernização dos principios que regem a governança: basicamente o que o presidente pode e o que não pode fazer.
Diogo Almeida (Twitter: @DidaZico) para o MRN Informação
23 anos é tempo suficiente para defasar um estatuto que já havia pecado na matéria da responsabilidade administrativa. Contudo, muitos outros pontos precisam de revisão. A grana que o esporte movimenta é absurdamente maior. O Fla precisa se adaptar para concorrer com uma indústria feroz, que enxerga no esporte um entretenimento. E a empresa (clube) que melhor gerir seus ativos decola à frente.
O Flamengo precisa atualizar-se. E precisa ter uma lei de responsabilidade administrativa, que permita punir administrações lesivas. Esses são pontos pacíficos no pensamento de todos os grupos políticos gaveanos.
Como todos sabem, ou deveriam saber, o Flamengo possui alguns partidos políticos. Chamados de “grupos”.
Alguns desses grupos pólíticos resolveram apresentar projetos de estatutos para a apreciação do CODE e uma possível modificação. Normalmente este tipo de discussão não é colocada em pauta em ano de eleição, pois sua natureza espinhosamente política pode ser usada como ferramenta eleitoral para determinado partido/grupo político.
Nas últimas semanas, o presidente do Conselho Deliberativo – CODE -, o ex-presidente Delair Dumbrosck fez alguns movimentos estratégicos e polêmicos. A começar pela própria decisão de inserir na pauta deste ano a mudança estatutária.
Nesse ponto é importante salientar que existem diversos projetos de reforma do estatuto vigente protocolados.
Denominado “Conte Comigo, Flamengo” é bem divulgado para o público leigo de modo geral.
Os grupos SóFla, FAT, Ideologia RN e Sinergia RN, além de sócios independentes são os formuladores e apoiadores do projeto. No site www.contecomigoflamengo.com.br há bastante conteúdo e explicações sobre as mudanças propostas. Basta uma visita ao site e qualquer torcedor ficará inteirado.
O “Pedra Rubi” é o projeto formulado pela Fla Tradição. Grupo político que têm na figura de Leonardo Ribeiro seu principal artíficie, hoje afastado do clube. Gonçalo Veronese responde atualmente pelo grupo.
Há o “Fenix”, que tem propostas bem bizarras, como eleições indiretas e exclusão da categoria off-rio de associação. Os responsáveis pelo texto são os senhores Francisco Gularte e Jorge Braga.
Lysias Itapicurú e Haroldo Couto são os cabeças do “Acima de Tudo Rubro Negro”.
Nesta semana, Delair amarrou os pontos de concenso desses quatro projetos – na verdade, o único ponto de concenso total é a lei de responsabilidade orçamentária – e transformar em um projeto substitutivo. Os projetos supracitados sairiam de pauta e seria votado apenas esse substitutivo.
Ontem, conselheiros de três grupos foram chamados ao clube para uma apreciação extra-oficial deste substituto. Estranhamente os signatários do projeto Conte Comigo, Flamengo não foram convidados.
Hoje será feita, finalmente, essa apresentação oficial do texto. Que já recebeu o nome de Estatuto do Delair.