Por Thauan Rocha | Twitter @Thauan_R e @flaimparcial
Dizem que estatística é a arte de torturar os números até que eles digam aquilo que queremos ouvir, por isso resolvi não expor minha conclusão. Aqui você vai encontrar os dados e a fórmula usada para comparar os campeonatos. Após ler tudo, espero que você, caro leitor, deixe sua conclusão nos comentários. Daqui pra frente tudo pode mudar, mas pare para analisar esse cenário específico.
A análise começa comparando a 17ª rodada do Brasileirão 2016 com a dos demais anos até 2009.
Na primeira tabela podemos ver que a vantagem do 1º colocado em relação aos 6 concorrentes é bem menor nesse ano. Em 2015, o Atlético-MG tinha uma vantagem boa quando comparado ao 3º colocado, a disputa ficava mais acirrada entre o 3º e o 7º. No ano em que o Cruzeiro se sagrou bicampeão, a vantagem nessa fase do campeonato era grande, mas a diferença entre o 2º e o 7º não era tão grande. No ano anterior haviam mais clubes próximos do líder. Em nenhum ano houve uma diferença tão pequena quando comparado ao 7º colocado, apesar de 2015 ficar próximo, o líder tinha mais vantagens sobre um número maior de clubes.
Na zona da degola a disputa só não está mais apertada porque o América-MG quase não marca pontos – há uma desvantagem de 6 pontos em relação ao 19º. Em 2009, essa região estava bem mais disputada para ver quem escaparia.
No primeiro gráfico podemos ver como a vantagem do líder caiu em 2016 após um pico em 2014 e uma queda já em 2015.
Nesse segundo gráfico podemos ver como o América-MG vai na contramão dos seus rivais, que conseguiram diminuir a diferença para o 14º colocado.
Analisando a quantidade de pontos por setor podemos dar destaque para o ano do nosso Hexa, que teve o segundo grupo com maior pontuação – o que indica que eles tiraram mais pontos dos líderes. Em 2012, o pelotão de cima marcou mais pontos e o de baixo menos pontos, o que deve indicar que, até então, os líderes perdiam menos pontos pra galera do Z7.
No terceiro gráfico podemos ver bem como o 3º grupo vem crescendo o número de pontos marcados, desde 2012.
Na tabela abaixo podemos ver quantas vitórias e empates cada grupo teve até a 17ª rodada de cada ano.
Agora vamos analisar o resultado final do campeonato.
Aquele mágico ano de 2009 parece ser um ano que não vai mais se repetir. A vantagem do Flamengo para o Palmeiras, 5º colocado, é menos da metade da diferença do Corinthians para o vice-campeão Atlético-MG em 2015. E essa diferença vem aumentando ao longo dos anos.
Na parte de baixo, o mais disputado foi o ano do primeiro título do bicampeonato cruzeirense, apesar de ter a maior diferença entre o 14º e o 20º, mas é bom lembrar que esse foi o ano das punições ao Flamengo e à Portuguesa.
O quarto gráfico mostra bem a evolução da vantagem do líder ao fim do campeonato.
No quinto gráfico dá para ver como o Náutico foi na contramão dos seus rivais que diminuíram a diferença pro 14º colocado, talvez a presença dele tenha ajudado nessa redução. No ano passado houve ver uma redução em relação a 2014 com os clubes mais próximos, porém há um distanciamento do Joinville.
Analisando a tabela e o gráfico da soma das pontuações, podemos ver que há uma alternância entre crescimento e redução do número de pontos do primeiro pelotão. Mas no geral há um crescimento. O segundo pelotão se mantém estável e o terceiro sofre pequenas variações alternando entre crescimento e declínio.
Na tabela abaixo podemos ver quantas vitórias e empates cada grupo teve até a 38ª rodada de cada ano.
Então, esse é ou não o campeonato mais disputado dos últimos anos? Se for, será que vai permanecer disputado?