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O baile da Ilha de Cabral

Rodrigo RotzschRodrigo Rotzsch17 de fevereiro de 2017, 21:12h19 Mins Read
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Num país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza, como certa vez cantou um grande rubro-negro, havia uma Cidade Maravilhosa chamada Rio de Janeiro.

Houve um tempo em que ninguém jogava futebol como este país. Ele produziu o Atleta do Século, também conhecido como Rei do Futebol, e vários dignos súditos que ajudaram a tornar o Brasil cinco vezes campeão mundial de futebol.

No coração do País do Futebol, na Cidade Maravilhosa, havia um estádio que, sem exagero, ganhou o apelido de Maior do Mundo.

Um dia alguém decidiu que, sendo o Brasil o País do Futebol, sendo o Rio de Janeiro a Cidade Maravilhosa e sendo o Maracanã o Maior do Mundo, os três mereciam não uma, mas duas belas festas. A população que comemorou na praia o anúncio do Rio como primeira cidade da América do Sul a receber os Jogos Olímpicos mal poderia saber que eles seriam como uma versão moderna do Baile da Ilha Fiscal, uma festa de arromba que marcaria o fim de um império. Ou, no caso, de uma república dos guardanapos.

Em dezembro de 2009, o governo Sérgio Cabral – voltaremos a falar dele – apresentou seu orçamento: R$ 500 milhões para reformar o Maracanã. O valor causou certo espanto porque apenas dois anos antes o Rio de Janeiro havia construído do zero um novo estádio, então chamado João Havelange e conhecido como Engenhão por “apenas” R$ 400 milhões. O “apenas” vai entre aspas porque o orçamento original do Engenhão era de R$ 70 milhões. (O Ministério Público não viu problema no estouro de quase 500% no orçamento.) Também tinha gasto R$ 200 milhões para adequar o velho Maracanã aos Jogos Pan-Americanos. Vista sete anos depois, os planos anunciados da reforma parecem uma peça de humor (negro). Parte do orçamento seria para a construção de uma passarela ligando o estádio à quinta da Boa Vista, onde seria construído um estacionamento para seis mil carros. As obras ficariam prontas no segundo semestre de 2012. Após a conclusão, a capacidade do estádio seria reduzida para 83 mil lugares.

Nada disso aconteceu, e esse texto ficaria enorme caso se perdesse em detalhes. Para nossa pequena memória, basta lembrar que no meio do caminho, descobriu-se que o teto do Maracanã estava condenado, com risco de cair. Por seis décadas, torcedores se expuseram a esse risco até que o bondoso governo Cabral viesse salvá-lo. Havia um pequeno detalhe do tombamento do estádio que não permitia alterar o teto, mas nada que não se pudesse dar aquele jeitinho carioca. O Iphan faz vista grossa daqui, o MP faz vista grossa de lá, e o teto vem abaixo. O orçamento da obra, claro, vai acima. No fim, a reforma do Maracanã saiu pela bagatela de R$ 1,4 bilhão – bem mais cara do que a maioria dos estádios da Copa que foram construídos do zero.

Como muitas outras no País do Futebol e na Cidade outrora Maravilhosa, agora Olímpica, essa obra foi conduzida por uma certa Odebrecht. Depois que o estádio havia sido reformado – muitos diriam que desfigurado – a Odebrecht achou que seria uma boa administrá-lo. E surpresa das surpresas, o governo do Estado concordou com essa conclusão. O Ministério Público não achou nada demais que a empresa que construiu o estádio agora ganhasse de mão beijada o direito de explorá-lo comercialmente por 35 anos. Tudo dentro da lei.

Duas coisas chatas

Mas, em 2013, aconteceu uma coisa chata. Copa das Confederações chegando, gastos se avolumando, e de repente a população resolveu insolentemente ir para as ruas protestar. Na Cidade Olímpica, chegaram a acampar na frente da modesta resistência do pobre governador e exigir que ele deixasse o cargo. Acuado, Cabral resolveu ceder a uma demanda dos manifestantes – e, numa canetada, tirou as joias da coroa da Odebrecht, impedindo a demolição de um estádio de atletismo, um centro aquático, uma escola municipal e um museu abandonado que a empreiteira ia botar abaixo para construir um centro comercial. De repente ficar com o Maracanã por 35 anos não parecia tão bom negócio, mas mesmo assim a Odebrecht não desistiu.

Acontece que para validar a concessão a empreiteira precisava acertar contratos de 35 anos com dois grandes clubes para que eles fizessem seus jogos no estádio. Não deveria ser difícil, afinal Flamengo e Fluminense, dois dos grandes clubes da Cidade Maravilhosa, não tinham onde mais jogar. Aí aconteceu a segunda coisa chata. Justamente em 2013, pela primeira vez em décadas, o Flamengo passou a ser administrado por gente séria. E essa gente séria não aceitou o contrato oferecido pela Odebrecht, que o Fluminense tinha corrido para assinar. Coincidentemente, na mesma época, surgiu um laudo apontando que outro teto de estádio podia cair. E neste caso, o estádio em questão não tinha seis décadas, mas seis anos. Falo, é claro, do Engenhão. Que foi interditado no momento em que o Maracanã era reaberto. O fato de os dois serem obras da Odebrecht, de o Engenhão ser da prefeitura administrada por um aliado de Cabral e de a situação obrigar o Flamengo a assinar com o Maracanã para não ficar sem casa, nada disso causou estranheza ao sempre atento Ministério Público.

Mesmo assim, porém, a diretoria do Flamengo bateu o pé e só aceitou assinar com o Maracanã por seis meses, até o fim de 2013, para ver no que dava o contrato. Seis meses não são exatamente 35 anos, e a concessão tinha mais um motivo para ser anulada. Eis que o Botafogo, que tinha a concessão do Engenhão, salva a vida da empreiteira: decide assinar ele também um contrato de 35 anos com a Odebrecht. Isso embora o contrato de concessão do Engenhão fosse muito claro ao determinar que o clube deveria mandar TODOS os jogos de TODOS os campeonatos no estádio até o fim da concessão, em 2027. Tudo bem, o Engenhão estava temporariamente fechado, mas reabriria bem antes disso, a tempo da Olimpíada em 2016. Pergunta se o Ministério Pùblico viu algum problema?

Pulemos para o momento atual: a Copa do Mundo e a Olimpíada aconteceram. O Engenhão foi reaberto e novos estudos indicaram que nunca houve risco do teto cair – quer dizer, na verdade os riscos aumentaram com a reforma que o fechou por dois anos . O MP nada fez. O Comitê Rio 2016 passou pelo Maracanã, deixou várias contas a pagar e reparos a fazer. O MP nada fez. A Odebrecht percebeu que no fim das contas o Maracanã não era nada lucrativo e decidiu se desfazer do estádio. Só reassumiu porque foi obrigada pela Justiça a pedido da Procuradoria-Geral do Estado – não confundir com o Ministério Público, que também nesse caso permaneceu inerte. Mas o Maracanã está em estado de abandono e não pode receber nenhum jogo menos de seis meses depois de receber a final na qual o País do Futebol enfim botou uma medalha de ouro olímpico no peito. O estádio virou arena, e a arena virou elefante branco. O MP nada fez. Investigações indicam que a Odebrecht pagou propina para ser escolhida para reformar o estádio, superfaturou a obra, e também pagou propina para assumir a concessão. O presidente da empresa está preso, já delatou quem tinha que delatar, mas a concessão continua valendo. O MP até tentou fazer alguma coisa, mas sem muito entusiasmo. Quem também pagou propina foi o ex-sócio da Odebrecht na empreitada, o empresário Eike Batista, que está preso em Bangu fazendo companhia ao amigo do peito Sérgio Cabral – sim, aquele – que, até segunda ordem, é atualmente o homem mais corrupto da história do Brasil que começou com outro Cabral. Mas a Odebrecht está neste momento em que eu escrevo, com autorização do sucessor e braço direito de Cabral — também investigado, mas com a bênção do foro privilegiado — escolhendo quem vai lhe pagar 60 milhões para assumir o Maracanã. O MP só assiste.

No meio desse imbróglio, ainda se joga futebol no País do Futebol e na Cidade Olímpica. Não no Maracanã, mas no Engenhão. E no último domingo, as cercanias do Engenhão foram palco de uma batalha campal que deixou um torcedor do Botafogo morto. A situação de violência cotidiana no País do Futebol e na Cidade Olímpica desta vez teve terreno mais fértil pra acontecer porque o estado de penúria deixado por Cabral e seu sucessor não paga os salários dos servidores, entre eles a polícia, que, como não pode fazer greve, faz corpo mole, e deixou para chegar no Engenhão só mais tarde, enquanto o couro comia antes do jogo. O Botafogo deu sua mãozinha para o caos ao pedir o adiamento do jogo antes da violência começar.

Desta vez o sempre ativo Ministério Público resolveu ser ágil, e pediu a panaceia para todos os males: torcida única nos clássicos! A Justiça também foi ágil em atender o pedido. As instituições, como se vê, estão funcionando na Cidade Olímpica. Só quem não está funcionando é o Maracanã.

 
Rodrigo Rötzsch é jornalista e coeditor do MRN. Siga-o no Twitter: @rodrigorotzsch.

 
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