‘Novo’ Maracanã 10 anos: 10 idas e vindas da concessão

Nesta sexta-feira (28), a estreia do Flamengo no “Novo” Maracanã, forma que o estádio passou a ser chamado após reforma para Copa de 2014, completa 10 anos. O MRN preparou listas especiais com momentos marcantes do Mais Querido no estádio.

Um dos maiores objetivos do Flamengo é se tornar administrador definitivo do “Novo” Maracanã e o clube briga por isso desde que reinauguração. Relembre 10 momentos marcantes do Mengão em busca da concessão do Maracanã:

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Complexo Maracanã

Após a conclusão das obras para a Copa do Mundo, foi anunciado que o Consórcio liderado pela empreiteira Odebrecht ganhou o direito de administrar o Complexo Maracanã por 35 anos. Ou seja, a empresa seria responsável pelo Maracanã, o Maracanãzinho, o Parque Aquático Julio Delamare e o Estádio de Atletismo Célio Barros.

No entanto, a Odebrecht teve prejuízo enorme logo no primeiro ano comandando o estádio:  R$ 48 milhões. Assim, já gerou certa preocupação sobre o futuro do Maracanã nas mãos da empresa, que passou a ser investigada na Operação Lava-Jato.

Após prejuízo nos primeiros em 2013 e 2014, a empresa alegou que o projeto inicial de exploração do complexo do Maracanã não poderia ser realizado e pediu ao Governo do Rio de Janeiro para renegociar o contrato de administração. Além disso, afastou Flamengo e Fluminense do estádio para abrigar eventos no maior palco esportivo do Brasil.

Parada para Olímpiada e jogos fora do Rio de Janeiro

Sem interesse em sediar jogos de futebol, a Odebrecht teve que entregar o estádio para o Comitê Olímpico Internacional sediar jogos de futebol e outros esportes das Olímpiadas de 2016. Já longe do estádio por discordâncias com a administração. O Mengão teve que mandar jogos fora do Rio, principalmente em Brasília e Espírito Santo.

Entretanto, as Olímpiadas foram o momento perfeito para a Odebrecht abandonar o estádio. Alegando que que não estava na mesma condição em que foi cedido ao COB, a empresa não aceitou o estádio de volta, iniciando uma briga com o Governo do Estado.

A indefinição resultou em um estádio abandonado, com cadeiras quebradas, gramado sem cor e até mesmo furto de materiais. Assim, mais uma vez coube aos clubes manter o maior patrimônio do futebol nacional.

Na reta final do Brasileirão 2016, o Flamengo definiu que faria suas últimas partidas no Maracanã e retomaria o futebol no estádio. Para isso, a diretoria rubro-negra pagou R$ 1,35 milhão em contas de luz atrasadas e ainda desembolsou R$ 570 mil em reparos que deveriam ser feitos pela  Odebrecht.

Flamengo firma parceria para disputar concessão do Maracanã

Retornar ao Maracanã no fim de 2016 foi uma atitude estratégica do Flamengo, que se colocou como possível novo administrador do estádio no início de 2017. A Odebrecht decidiu vender sua concessão e o Mengão firmou parceria com a GL Events para concorrer na concessão. O grande adversário seria a empresa francesa Lagardére, em parceria com a sócia BWA.

O Mais Querido não concordou com a presença da BWA na parceria e escolheu um lado na disputa. O presidente Eduardo Bandeira de Mello chegou a afirmar que o Mengão não jogaria mais no Maracanã caso não fosse protagonista no estádio.

No entanto, a demora para definição do Governo do Rio de Janeiro fez todas as empresas desistirem do negócio, mantendo o Novo Maracanã com a Odebrecht. Sem acordo, o Flamengo precisaria desembolsar grande quantia para alugar o estádio e teve que procurar alternativas.

Ilha do Urubu

Com o objetivo de reduzir o número de viagens e jogos fora do Rio de Janeiro, problema em 2016, a diretoria anunciou acordo com a Portuguesa-RJ para ampliação do Estádio Luso-Brasileiro. Com arquibancadas provisórias, o Mengão inaugurou a Ilha do Urubu em junho daquele ano.

No total, o Flamengo investiu R$ 12 milhões na reforma do estádio e viveu momentos importantes. O Rubro-Negro disputou 20 partidas no Luso-Brasileiro, com 15 vitórias, dois empates e três derrotas, aproveitamento de 78,3%.

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Fim da Ilha e retorno ao Maracanã

Apesar de ajudado o Flamengo em um momento de incerteza com o Maracanã, a Ilha do Urubu chegou ao fim em julho de 2018, pouco mais de um ano e meio depois da assinatura de contrato. Em fevereiro de 2018, torres de iluminação caíram no campo do estádio e impediram a realização de partidas.

O Flamengo se viu novamente sem estádio para jogar e em momento importante da temporada, quando o Mengão ainda sonhava com o título do Brasileirão. Dessa forma, a diretoria optou por renegociar com a concessionária do Maracanã e firmou contrato para jogos até o fim de 2020.

Governo do Rio cancela concessão

Após muitos anos de irregularidades na administração, o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, decidiu cancelar a concessão do Maracanã com a Odebrecht em 2019. Assim, o estádio retornou ao controle do governo após seis anos.

De acordo com a Justiça, a parceria apresentava ilegalidades. Além disso, o secretário de Esporte e Lazer do Rio de Janeiro na época, Felipe Bornier, afirmou que o Consórcio não pagou as parcelas referentes à concessão, gerando uma dívida de R$ 38 milhões.

Flamengo e Fluminense assinam TPU para administração do Maracanã

Pouco depois de cancelar a concessão, o governo decidiu entregar a administração do “Novo” Maracanã para os clubes do Rio de Janeiro. Os escolhidos foram Flamengo e Fluminense, que brigavam pela oportunidade desde 2017.

O Flamengo assinou Termo de Permissão de Uso (TPU) do Maracanã e iniciou uma nova era no estádio. Ao lado do Fluminense, fundou empresa para cuidar especificamente do negócio e acreditava que uma boa gestão poderia gerar um contrato definitivo.

O TPU tem validade de 180 dias, seis meses, e ficaria em atividade até o Governo do Estado lançar edital para uma licitação definitiva. Entretanto, o edital não ficou pronto no tempo estipulado e a dupla Fla-Flu renovou o termo de permissão para seguir cuidando do estádio e evitar um novo abandono.

Em um primeiro momento, as renovações não geraram grande reclamações de outros clubes. Todavia, o Mengão já está como administrador do Maracanã há quatro anos enquanto aguarda a concessão definitiva. Afinal, apesar das críticas do Vasco, o Rubro-Negro deseja ter a segurança de ser o vencedor da nova licitação .

Vasco e 777 Partners entram na briga pela administração do Maracanã

Apesar do péssimo momento financeiro e dentro de campo que atravessa os anos, o Vasco encontrou tempo para reclamar das renovações de TPU para Flamengo e Fluminense. Após a venda para a empresa americana 777 Partners, os cruzmalitnos acreditaram estar prontos para disputar com o Flamengo.

Dessa forma, executivos manifestaram o desejo de concorrer na concessão do Maracanã. Dirigentes do rival rubro-negro deram entrevistas criticando a gestão do Flamengo, pedindo para participar de um TPU e firmaram parceria com a WTorre para disputar a licitação.

No entanto, o tempo foi inimigo do Vasco e o time se encontrar em situação completamente distinta ao passar da temporada. Hoje, o clube é o último colocado do Brasileirão e caminha para o quinto rebaixamento de sua história. Dessa forma, não deve ter interesse em mandar jogos do estádio ano que vem, já que não terá grande apelo com partidas da Série B.

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Clubes aguardam edital para disputar concessão definitiva do Maracanã

O processo de concessão definitiva do Maracanã começou nos primeiros meses de 2022 e evoluiu rapidamente. Entretanto, já nos estágios finais, quando os interessados entregariam as propostas, o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) encontrou irregularidades no edital e suspendeu todo o processo para o governo realizar modificações.

No início de 2023, o Governo do Rio reenviou o edital com alterações para nova análise do TCE, mas não foi o suficiente. O Tribunal decidiu por manter a suspensão do processo e especificou os pontos que precisam de mudanças no documento. Hoje, a expectativa é que o processo de concessão continue em agosto.

Flamengo e Fluminense são favoritos para administrar o Maracanã

Enquanto aguarda a definição do edital e administra o estádio de forma provisória, o Flamengo está otimista em ter o controle do estádio pelos próximos 20 anos. Isso porque os critérios para avaliação das propostas favorecem a dupla Flamengo e Fluminense.

O peso da proposta técnica é maior do que o da proposta financeira, é 60% a 40% de acordo com o documento. Sendo assim, a dupla leva ampla vantagem no quesito em relação ao Vasco, quer se aproxima do quinto rebaixamento de sua história.

Flamengo e Fluminense disputam a Libertadores da América constantemente e são candidatos às primeiras colocações dos torneios nacionais. Além disso, o govenador Cláudio Castro prefere que um clube administre o estádio.

No caso de empate entre duas ou mais propostas, a preferência será pelo concorrente que demonstrar mais experiência na gestão de estádios de futebol e arenas multiuso. Persistindo o empate, o vencedor será quem tiver a melhor proposta técnica.