Durante coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira, 11, o atacante também fez elogios ao elenco profissional e falou sobre a experiência de jogar com os atletas do Sub-20 pelo Carioca
Na manhã desta quinta-feira, 11, o atacante Michael concedeu uma coletiva de imprensa diretamente do Ninho do Urubu e respondeu perguntas relacionadas ao desempenho do seu futebol na temporada de 2020 e sobre os jogos do Campeonato Carioca de 2021.
Durante a coletiva, o atleta fez elogios ao elenco profissional por diversas vezes e frisou que atuar nesta primeira fase do Carioca com a garotada do Sub-20 é uma boa oportunidade para o desenvolvimento da sua performance dentro de campo.
“Oportunidade única de se apresentar antes e ter essa oportunidade foi realmente o que eu quis. Eu queria estar aqui e por isso estou. Ter uma sequência de jogo agora nesse início para mim, é muito importante. São meninos bons, alegres e que têm muito potencial. Eu espero ajudar a eles e eles me ajudarem, e assim eu ter uma boa sequência durante o ano também”, afirmou.
Michael também falou sobre os reflexos que a sua atuação nesse início da competição pode ter pela ótica de Rogério Ceni.
“A gente trabalhou nesse ano que fomos campeões do Brasileiro, creio eu que ele já a me conhece. Pode ser sim um ano bom para nós dois para que pudemos nos conhecer melhor, mas acredito que ele já me conhece e sabe do potencial que eu tenho”, disse.
O jogador também falou sobre a falta que a nação rubro-negra faz nos estádios: “Ela faz falta para todos nós. O Maracanã, com a torcida, é totalmente diferente. (…) A gente sente muita falta da torcida e eu espero que essa pandemia possa acabar o mais rápido possível, que Deus possa abençoar aí, que possamos vacinar logo as pessoas para que a gente possa ter a torcida do nosso lado novamente.”
Temporada passada
Durante a temporada de 2020, Michael cumpriu a maior parte dos jogos sentado no banco, entrando em algumas substituições e jogando pouco tempo. Durante a coletiva, o atacante foi questionado se chegou a pensar que ser emprestado para um outro clube seria a melhor alternativa para voltar a entrar em campo efetivamente.
“Ser emprestado, eu não acho a melhor opção. Eu cheguei aqui não foi à toa, eu trabalhei muito, como trabalho todos os dias. E se você for pegar o elenco do Flamengo, ele tem muita qualidade. Hoje jogam os melhores quatro atacantes do Brasil e eu tenho que respeitar cada um deles, como eu respeito, e o que eu aprendo com eles todos os dias é bom para a minha carreira e será bom para o meu futuro”, ressaltou.
Ainda sobre a temporada passada, Michael fez a sua autoanálise. “Eu creio que o ano não foi o que eu esperava individualmente, mas coletivamente foi o ano que eu queria. Eu tinha um sonho que era ser campeão brasileiro. Mesmo não jogando muito, eu ajudava os meus colegas de trabalho treinando. Então, coletivamente, foi um ano muito bom para mim e eu espero que esse ano seja melhor ainda.
Esse retorno será de grande importância lá no final. Eu posso estar abdicando de projetos com a minha esposa, mas em prol daquilo que eu amo fazer. Tive apenas cinco dias para casar, entrei num consórcio mas voltei porque eu quero estar aqui, eu gosto de estar aqui. Teve coisas que esse clube fez por mim, que pouca gente sabe.
Teve coisas que esse grupo fez por mim, que eles nem sabiam. E a gratidão que eu tenho por esses atletas e por essa diretoria que me ajudou, o doutor Tannuri também… Então, eu quero estar aqui, eu vou me esforçar para ficar aqui e eu vou dar o meu melhor para estar aqui, então eu creio que retornar agora vai fazer muita diferença lá na frente”, destacou.
Cobrança
Michael é um dos jogadores mais cobrados pela torcida, pelo alto investimento que o Fla fez quando o trouxe do Goiás e pelo futebol apresentado em campo pelo jogador que até hoje não convenceu.
Na coletiva, foi feito um comparativo a situação de Michael com a de Willian Arão, atleta que também foi muito cobrado ao chegar ao clube e que com o tempo apresentou uma evolução surpreendente, sendo hoje um dos principais jogadores do Rubro-Negro.
Ao falar sobre, Michael afirmou que a história de Arão serve de inspiração para ele. “Nós jogadores somos muito criticados e seu inferno é muito próximo. Um jogo ruim, o jogador é ruim, um jogo bom, o jogador é o melhor do mundo. E nem sempre é assim.
Se a minha história vai ser igual a dele, eu não sei, mas eu quero muito. Ele é um cara vencedor, um cara que ganhou muitos títulos pelo Flamengo e se me perguntarem: ‘você quer ter a história igual?’ sim, quero muito. Então eu vou lutar, trabalhar e me dedicar muito por isso”, disse.
Ainda nesse contexto, o atleta fala sobre a pressão de jogar um bom futebol, que negou sentir mas afirmou que sente muita vontade de jogar, o que pode ser um fator que muitas vezes acaba o prejudicando, na sua autoavaliação.
“Eu tenho muita vontade de jogar, eu gosto de jogar. E às vezes, de tanto querer acertar, você acaba errando, mas eu nunca vou me esconder. Para jogar no Flamengo, tem que ter muita vontade, dedicação e personalidade de tentar, de querer acertar.
E muitas vezes, de tanto eu querer acertar, eu erro sim, confesso. Às vezes, com a ansiedade de querer que as coisas fluam, isso acaba me atrapalhando, mas não quer dizer que eu sou um cara ansioso, significa que eu tenho uma vontade de jogar e uma sede por vitória”, afirmou.
Oportunidades
Sobre a sua performance dentro de campo, Michael falou também sobre as suas oscilações durante as partidas. “Nós tivemos três treinadores. Quando eu cheguei aqui tive mais oportunidade, sabia que eu ia ter oportunidade de entrar no jogo e poder fazer aquilo que eu gosto de fazer, mas não acho que eu tenha deixado cair o meu rendimento.
Como eu já disse, o elenco aqui é muito forte, o que esses quatro fizeram é de tirar o chapéu. Eu fico no banco mas eu fico feliz, de bater palma para eles que jogam muito. Tem muita qualidade e muito esforço, eu estou aprendendo muito com o Arrasca, Bruno (Henrique), Gabi, Ribeiro… Eu tenho que esperar. Eu tenho que saber respeitar cada companheiro de equipe que eu tenho. São meninos bons, pessoas boas, que eu quero aprender cada dia mais com cada um deles”, concluiu.
Ao final da entrevista coletiva, Michael foi perguntado sobre o que falta para ele conseguir apresentar o futebol visto no seu ex-clube, Goiás. Ao responder, o atacante fez atribuição ao baixo número de sequências como titular pelo Flamengo.
“Eu não consegui aqui ainda ter dois jogos como titular, como eu vou ter a oportunidade agora. Quando eu quis voltar antes, essa era a intenção, de ter um pouco mais de sequência, adquirir mais confiança e me esforçar mais para que quando o elenco voltasse, eu pudesse ajudar mais eles, tanto treinando como jogando.
Vou dar o meu melhor, nem sempre o meu melhor vai ser o suficiente, mas a minha vontade de querer ajudar nunca vai faltar. Creio eu que vai ser um ano abençoado para todos nós e vamos nos esforçar e espero que seja um ano de vitórias e de glórias”, finalizou.