Primo ouve promessa de Landim e desiste de emenda sobre SAF no Flamengo

Após uma reunião com o presidente Rodolfo Landim, o vice-presidente de Patrimônio do Flamengo, Arthur Rocha, desistiu de apresentar ao Conselho Deliberativo uma emenda que regulava o possível processo de votação para a criação de uma SAF no Flamengo. Rocha estava reunindo assinaturas e havia anunciado a intenção de protocolar a emenda ao estatuto nesta quinta-feira (28).

A desistência do dirigente, que também é primo de Rodolfo Landim, veio depois que o presidente do Flamengo garantiu que não vai apresentar neste ano nenhuma proposta para criar a SAF. Rocha havia dito a conselheiros na segunda-feira que havia decidido apresentar a emenda pela urgência do tema, já que acreditava que Landim poderia propor a criação da Sociedade Anônima de Futebol a qualquer momento.

➕Quem é Arthur Rocha, primo de Landim que pautou SAF

Rocha avisou a outros signatários da emenda, que tinha cerca de 40 assinaturas na segunda-feira, que ele e os outros dois vice-presidentes que assinaram a proposta – Maurício Gomes de Mattos (Consulados e Embaixadas) e Adalberto Ribeiro da Silva Neto (Relações Externas) – foram chamados para uma reunião com Landim, que pediu que eles retirassem a proposta. Rocha disse que propôs um acordo ao presidente de que retiraria a emenda desde que ele se comprometesse a não apresentar nenhum projeto para transformar o Flamengo em SAF até o fim do seu mandato, em dezembro. Landim concordou.

Landim defende criar SAF para financiar estádio

A emenda de Rocha, conforme revelado na semana passada pelo MRN, previa que, para o Flamengo criar SAF, seriam necessários os votos de pelo menos dois terços da Assembleia Geral com quórum mínimo de 30% dos eleitores, o que equivaleria a cerca de 1.200 a 1.400 votos.

Sem a votação da emenda, continua a indefinição jurídica de como seria um eventual processo de transformação do Flamengo em SAF. A Lei das SAFs prevê que, se o tema não está tratado no estatuto, a votação deve ser na Assembleia Geral dos clubes, mas não estabelece nem quórum mínimo nem maioria qualificada. Já dentro do Flamengo há quem entenda que, mesmo sem estar expressamente descrito, o tema seria competência do Conselho Deliberativo, como todos casos omissos no estatuto, e neste caso poderia ser aprovado com poucas centenas de votos.

Landim defende a criação de uma SAF para financiar a construção do estádio próprio do Flamengo. A ideia do presidente seria vender uma fatia minoritária do futebol do clube, mantendo o controle com o Flamengo, diferentemente do que ocorre nos outros clubes brasileiros que criaram SAFs.