Não tem como saber exatamente qual foi o estopim da mudança. Podem ser razões prováveis, como o retorno de Arrascaeta, a sequência de treinamentos com Sampaoli. Ou algum pacto entre os jogadores pelo fim da má fase. Até mesmo razões mais esotéricas, como a energia positiva da visita de Rodinei, não treinar mais com Marinho. Ou, por fim, a alegria de saber que Diego Ribas agora tem um podcast.
A questão é que, ali pelo meio da semana passada, o Flamengo parece ter virado algum tipo de chave. Onde existia indolência começamos a ver raça, onde só haviam passes suspeitos para o lado começamos a ver gols, onde existia uma defesa um tanto quanto perdida passamos a ver uma defesa que, ok, ainda não está exatamente ideal, mas já parece bem menos perdida do que antes.
Leia mais do autor: João Luis Jr: Arrascaeta faz aniversário, mas quem ganha presente é a Nação
E se isso foi indicado na classificação da última quinta-feira, quando um Flamengo eficiente, ainda que não brilhante, e organizado, ainda que sem dar show, eliminou de forma contundente o Fluminense pela Copa do Brasil, tivemos um exemplo ainda claro nesta noite de segunda-feira, com a goleada inapelável diante do Vasco da Gama pelo Campeonato Brasileiro.
Isso porque o que vimos no Maracanã, nos primeiros 45 minutos da partida, parece ser a versão mais bem acabada do que seria o Flamengo sob o comando de Sampaoli. Marcação alta e intensa, troca rápida de passes, e um time que consegue variar muito bem as jogadas pelo meio e pelos lados do campo.
O resultado? Um 4×0 acachapante, provocando um nível de caos e terror em terras lusitanas que provavelmente só havia sido visto anteriormente quando Napoleão Bonaparte invadiu Portugal, com a diferença que a zaga do Vasco não podia fugir do país como a família real fez.
Com golaços de Ayrton Lucas e Pulgar, além de um gol de Gerson e outro tento que parecia de Ayrton Lucas mas quem levou foi Pedro – fora o show de Arrascaeta, e a excelente partida da equipe em geral – o que tivemos foi um primeiro tempo onde o Flamengo aliou eficiência, intensidade e organização e decidiu a partida.
Basicamente voltou para a segunda etapa visando apenas cumprir a obrigação de de jogar 90 minutos. Isso porque criou pouco, a rotação diminuiu bastante e ainda conseguimos sofrer um gol, num pênalti confuso marcado para o Vasco.
Confira também: Contra o Vasco, Pulgar não cometeu faltas em campo; veja as estatísticas
Então ainda que se possa sim criticar a constante queda de rendimento da equipe rubro-negra durante a metade final das partidas, é impossível negar que as duas últimas vitórias, em dois clássicos, ajudam o torcedor a voltar a acreditar na capacidade da equipe de alçar voos mais altos – ainda mais se lembrarmos que o time entrou em campo nesta segunda sem Gabigol, Léo Pereira e Everton Ribeiro, todos lesionados ou se recuperando de lesões.
Ou seja, ainda existe bastante a evoluir, seja em regularidade nas partidas, eficiência nas finalizações ou apenas o Vidal parar de entrar todo jogo. Mas não tem como negar: o Flamengo parece estar finalmente dando o salto de qualidade que tanto se esperava. E num momento crucial da temporada, que é às vésperas de um jogo decisivo da Libertadores, que pode praticamente garantir nossa classificação para as oitavas,
Porque sim, o Flamengo passou praticamente todo o primeiro semestre dormindo. Mas se ele tiver realmente acordado, amigos, pode ficar bem difícil de segurar.
Siga João Luis Jr no Medium.
Siga o MRN no X/Twitter, Threads, BlueSky e no Instagram.
Contribua com a independência do nosso trabalho: seja apoiador.
- Sofascore destaca números de Wesley com liderança importante
- Zico fará Jogo das Estrelas no Japão em 2025
- Meia do Internacional deve enfrentar o Flamengo no sacrifício
- STJD: Alcaraz está livre para jogar, mas Braz é suspenso e perde fim do Brasileirão
- Flamengo x Internacional: Rochet projeta dificuldades no Maracanã