Antes de qualquer coisa, é bom que fique claro que esse texto não se destina pedir a saída do treinador do Flamengo. Não sou um fanático do “tempo para o treinador”, como nosso querido editor Diogo. Tempo dado a técnico ruim é desperdício desse recurso tão valioso é escasso. E eu acho Sampaoli um técnico ruim.
Sampaoli é inclusive o primeiro técnico desde Abel Braga que eu rejeito a priori. Enquanto JJ, Domenec, Paulo Sousa e Vitor Pereira contavam com a minha total ignorância e eu assumi o risco, Ceni e Dorival eram dois nomes que eu aprovei muito por ter visto jogar e gostar do que vi. Já o argentino conta com a minha rejeição prévia por eu nunca ter gostado do futebol dos times dele.
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Enquanto refletia sobre isso, me lembrei inclusive que quando- em 2019- essa diretoria decidiu descartar Dorival e contratar Abel, meu desespero só não foi maior porque pelo menos não era o Sampaoli, que vinha sendo especulado. Estamos perdendo tempo com Jorge Sampaoli, e não há o que fazer a respeito disso.
Apesar de tudo que foi dito, precisamos entender que pelo menos três meses precisa ser dada a um técnico. Mesmo aos ruins. Não faz sentido pedir a saída de um treinador que tem cerca de um mês de trabalho. Sampaoli será o treinador do Flamengo até o final da temporada. Daí vem meu desespero e desesperança.
Embora meu coração diga que precisamos nos livrar do careca, a mente sabe que precisamos esperar. Apesar de todo o caos, há de se ter alguma racionalidade. Racionalidade que faltou ao mandar embora o campeão da América para contratar o Vítor Pereira. Acontece que a estadia de Sampaoli no Flamengo durará até o final do ano ou até que o ano acabe de forma antecipada. Estamos a caminho de ser “eliminados” do brasileiro enquanto nos complicamos na Libertadores e temos pedreira na Copa do Brasil.
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Por fim, há duas maneiras que o ao pode se desenrolar. Sampaoli pode me surpreender criando um time realmente bom ou então, quando chegar à conclusão embasada de que ele deve ir embora, será tarde demais pra fazer qualquer coisa pela temporada.
Não nos esqueçamos que tudo isso decorre da decisão infeliz e inexplicável de tirar Dorival Júnior. Segundo alguns, o trabalho havia batido no teto porque “quase perdemos as duas finais”, também conhecido como “ganhamos as duas finais”. Além disso, cometemos o sacrilégio de não ganhar uns jogos contra times pequenos que não valiam absolutamente nada. Resolvemos esse problema optando por beijar a lona ao invés de bater no teto.
Renato Veltri é advogado, formado pela UFRJ em 2019 e flamenguista formado por sua irmã, Vanessa, na final da Copa do Brasil de 2006. Twitter: @veltri_renato.
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