Saulo Villela (@SauloVillela) Blogueiro da Nação Sergipe
Saudações, galera! Começando hoje a série “Histórias que flamenguistas contam”. Vamos aqui nesse espaço contar histórias de pessoas que são ligadas ao flamengo, tanto profissional, ou paixões longínquas de Sergipanos apaixonados pelo Rubro-Negro.
Hoje estou aqui para contar a história desse carismático dono de um bar num bairro aqui da grande Aracaju chamado Ivanilson Santos. Se você chamá-lo pelo nome ninguém saberá quem é por essas bandas, mas se falar que está no bar do Borreia, todos da região saberão onde fica.
Ele tem 41 anos, natural de Aracaju-SE e tem um bar temático há 18 anos. Dono de uma personalidade forte e de algumas superstições, Borreia nos conta que começou a ser flamenguista aos 6 anos de idade quando seu pai tinha um time de várzea chamado Flamenguinho do Santos Dummont (Bairro da Capital Sergipana):
– Meu tio me deu uma camisa do Vasco aos 6 anos para fazer birra com meu pai, nunca usei, sempre fui Flamengo.
– Aqui no meu bar quando o Flamengo está sendo atacado eu não atendo ninguém. Sempre tomamos gol quando eu atendo.
Torcedor fanático, usa a sua paixão para trabalhar no seu próprio negócio em seu bar, que é um point de encontros de flamenguistas e adversários. Hoje tudo sempre é tratado na paz, mas nem sempre foi assim como o próprio diz:
– Quando tinha torcedores rivais aqui no meu bar e o cara começava a conversar muito eu não atendia mais. Tive que fazer uma reciclagem porque perdi muitos clientes por conta disso. O pior é que se tiver discussão entre torcedores, eu sempre fico do lado do flamenguista.
Ele fez questão de contar algumas histórias curiosas a exemplo da final do carioca de 2001:
– Ás vezes eu faço umas coisas inusitadas. A TV local veio filmar na final de 2001 a rivalidade entre Flamengo x Vasco. Ela filmou a torcida do Vasco e quando começou o jogo quis fazer uma entrevista comigo. Eu não fiz a entrevista porque era final. Eu não atendo ninguém.
– Nesse dia no meu bar todos flamenguistas das mesas já estavam pedindo a conta no final do jogo e eu não dei. Aí teve aquela falta e eu disse que, se fosse gol, tudo que foi consumido até aquele momento ia ser por minha conta. O final vocês já sabem, né? Foi gol e eu tive prejuízo. Entrei no cheque especial e ainda tive que pedir dinheiro emprestado para um amigo. Nunca mais invento uma dessas – nos contou sorridente.
– Em 2009 eu fiz uma festa antecipada aqui, três times poderiam ser campeões nesse ano, mas eu preparei a festa independente do resultado. Poderia dar certo ou errado. Quando Angelim fez o gol do título eu fiquei em transe e nem conseguia atender mais ninguém. Fiz uma carreata e quando chegamos na igreja do Bairro “abraçamos” a igreja, rezemos um pai nosso, uma ave maria e um santo anjo. Nesse dia tinha missa, o Padre pensou que era um arrastão. Depois ele saiu da igreja e nos abençoou. Nunca vou esquecer isso – disse emocionado.
Além de tudo ele tem gravado vários jogos entre alegrias e decepções, e nos contou sobre algumas delas:
– Além da final de 2001 meu jogo favorito é aquele 5×4 no Santos, foi o melhor jogo que assisti.
– Minhas maiores decepções foram as derrotas por 3×0 para o América-MEX e os 4×1 contra o galo. Até hoje ainda dói.
Incrivelmente ele já assistiu a cerca de 18 jogos do mais querido, sempre em caravanas organizadas pelo próprio, mas ainda não conhece o templo flamenguista: O Maracanâ. Diz ser seu maior sonho e espera realizar em breve:
– Meu maior sonho é assistir a um jogo do Flamengo no Maracanã. Espero realizar em breve. Seria minha maior realização.
Também comentou sobre o sócio torcedor, diz que ainda não é filiado, mas que pretende ser quando o Flamengo melhorar o programa, segundo o mesmo, ainda não é vantajoso para o povo nordestino ser ST. Ele também fez questão de repetir as seguintes frases em vários trechos da entrevista: “Você muda de tudo, menos de time” e “Eu dependo do Flamengo para sobreviver”.
Essa foi um pouco da história do super divertido Ivanilson, ou melhor, Borreia. Mal sabe ele que o Flamengo também depende dele para propagar sua paixão em todos os cantos do Brasil.