Por Fábio Justino, especial para o MRN Informação
Como foi a estreia daquele garoto de 18 anos que viria a se tornar o maior jogador da história do Flamengo
Foi no dia 29 de Julho de 1971 que o franzino Zico com apenas 18 anos, vestiu pela primeira vez a camisa RUBRO NEGRA na equipe profissional do Flamengo. Nosso Galinho de Quintino, estreou contra o Vasco da Gama naquela quinta feira, vestindo a camisa 9 ele deu o passe que abriu o placar para o gol de Nei Oliveira, Fio Maravilha marcou o segundo gol no finalzinho e a partida acabou 2 a 1 para o MENGO.
Zico lança camisa da estreia – E não era a 10!
Enquanto as rádios tocavam exaustivamente ‘Não Quero Dinheiro do Tim Maia’ e ‘Never Can Say Goodbye dos irmãos Jackson Five’ naquele inverno de 1971, o Flamengo vivia uma crise gigantesca com direito a saída de ídolo, troca de técnico e uma escassez de títulos que já beiravam seis anos. Naquela Taça Guanabara – que em nada tinha a ver com a competição atual – o Flamengo mais uma vez eliminava o Vasco da Gama, porém, terminava a competição em quarto lugar, atrás de Botafogo e América.
— Fui chamado pelo Fleitas Solich, mal tinha acabado o campeonato da categoria de base e o Flamengo não andava bem. Ele me chamou e me colocou no time. Então não deu nem tempo de ficar nervoso, ainda mais por ser Flamengo, conhecer todo mundo e a gente já treinava algumas vezes contra o profissional, lembro de ter sido um jogo bom e muito difícil — recorda Zico.
Em um elenco com Ubirajara, Liminha e Fio (ainda não era chamado de Maravilha) o menino Zico foi blindado dentro de campo em relação a intimidação dos adversários.
— Lembro que quando eu comecei a jogar, comecei a tentar as jogadas, os zagueiros do Vasco – Moisés e Rene – começaram a querer intimidar, aí o Fio chegou e foi logo dizendo: “Aí, não mexe com o garoto não que a bronca é comigo” — revela Zico.
A admiração, o respeito pelo jogador, pai de família e ídolo são facilmente percebidas nas palavras de grandes nomes que compõem a emocionante e rica história rubro negra.
— Tenho muito orgulho por ter acompanhado a estréia do Zico, foi uma grande emoção ter visto a primeira partida do maior jogador dos tempos atuais da história do Flamengo. Zico é meu afilhado e na época foi uma pena não ter prosseguimento, ele voltou aos juniores, mas logo em 1974 voltou aos profissionais e nunca mais saiu — contou emocionado o ex-presidente George Helal.
Apolinho, técnico do clube em 1995 e diretor de Futebol em 1998 relata: “Zico foi apelidado de Galinho pelo saudoso radialista Valdir Amaral. Como ele era muito franzino e o (já falecido) Celso Garcia insistia que seria craque, o Valdir sempre brincava perguntando pelo Galinho de Quintino. Célio de Souza – que na época cuidava da base do Vasco – queria levá-lo para São Januário, então Celso Garcia pediu socorro ao grande George Helal, que não perdeu tempo e colocou o Professor Francalacci (Preparador Físico do Flamengo na década de 70) para fortalecer sua musculatura. Na minha galeria de heróis ele figura juntamente com Zizinho e Evaristo, sem dúvida alguma, Zico é o maior ídolo da NAÇÃO RUBRO-NEGRA”.
O Galo tem grandes recordações desta data e faz questão de demonstrar sua gratidão ao já falecido Manuel Agustin Fleitas Solich, técnico paraguaio que o lançou e esteve a frente do clube 526 vezes.
— Foi um dia memorável realmente, vou ser grato pro resto da vida ao Solich, por ele ter me escalado, confiado em mim e me dar essa grande oportunidade de jogar pela primeira vez no profissional, como centroavante e jogando com a camisa nove — explicou.
Com 732 jogos, Arthur Antunes Coimbra foi o segundo jogador a vestir mais vezes o MANTO SAGRADO, ficando atrás apenas de Júnior que 876 vezes entrou em campo ostentando o MANTO que ele mesmo deu o nome de SEGUNDA PELE. O Galinho marcou 508 gols, venceu 434 partidas, empatou 180 e perdeu apenas 118 vezes.
Ficha do jogo de estreia de Zico:
Flamengo 2 x 1 Vasco
Local: Maracanã (preliminar de Botafogo x Fluminense)
Juiz: Aírton Vieira de Morais
Gols: Nei 20, Rodrigues 44 do 1º tempo; Fio 45 do 2º tempo.
Flamengo: Ubirajara; Murilo, Washington (Onça), Fred e Tinteiro; Liminha e Tales (Chiquinho); Zico, Nei, Fio e Rodrigues Neto. Técnico: Fleitas Solich.
Vasco: Andrada; Fidélis, Moisés, Renê e Batista; Gaúcho (Benetti) e Pastoril; Jaílson (Valfrido), Ferretti, Dé e Rodrigues. Técnico: Paulo Amaral.
Fábio Justino escreveu para o site oficial do Flamengo, O Globo (Online), para o extinto Magia Rubro Negra e agora rascunha aqui no Mundo Rubro Negro. Opina lá e não deixe de seguir: twitter.com/fabiojusttino
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