Flamengo precisa de reformulação imediata, ainda em 2022

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Para qualquer brasileiro que goste de futebol, a temporada do Flamengo de 2019 foi simplesmente sensacional. Um futebol moderno e objetivo em campo que não dava chances aos adversários: o fruto disso foram 5 títulos conquistados – considerando também o começo de 2020, por essa equipe mágica comandada pelo maestro português Jorge Jesus.

Agora a realidade é outra e a torcida pede por um Flamengo como o de 2019. Infelizmente isso não é mais possível e nem mesmo seria se Jorge Jesus voltasse ao comando.

O rubro-negro ganhou sob o comando de Jorge Jesus 44 dos 58 jogos disputados, conquistando o Campeonato Brasileiro de 2019, a Copa Libertadores da América, a Recopa Sul-Americana de 2020, a Super Copa do Brasil e o Cariocão.

Com um elenco ainda de excelente qualidade e esse histórico de vitórias, o Flamengo segue sendo favorito para as competições que disputa. Junto com Palmeiras e Atlético-MG, as odds do rubro-negro costumam ser as menores para a conquista de qualquer competição de peso.

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Hoje os jogadores super-campeões já não rendem em campo o que rendiam há três anos e é preciso enxergar isso e passar por uma renovação em parte do elenco. A culpa da atual situação não pode ser imputada somente aos técnicos que por lá passaram, mas também a jogadores que não rendem o que poderiam, além de problemas internos e ligados à diretoria.

Para se ter uma ideia do que vem ocorrendo após a saída de Jorge Jesus, o Flamengo já está no quinto técnico. Tivemos Domènec Torrent por 3 meses, Rogério Ceni por oito meses, Renato Gaúcho por 5 meses, o português Paulo Sousa também por 5 meses e agora Dorival Júnior.

A torcida flamenguista tem reclamado da atuação da equipe no Campeonato Brasileiro, vendo o Palmeiras se afastar na liderança. O começo do ano já foi turbulento com derrota no Campeonato Carioca para o Fluminense. Não há muita margem para erro com a pressão atual.

Renovação do Elenco

O clube precisa passar por um processo de renovação do elenco, apesar de terem acontecido dispensas, vendas e contratações nos últimos anos. Entretanto, os principais jogadores de 2019 ainda estão na ativa.

Não que esses protagonistas não joguem mais nada. Muito pelo contrário, eles poderiam jogar na maioria dos clubes brasileiros, mas ao que parece não estão mais rendendo o que deveriam no ambiente atual do rubro-negro.

Os clubes têm investido na volta de ídolos e jogadores que estavam na Europa sem causar tanto impacto. Esses atletas são de alto nível e quando chegam aqui são capazes de desempenhar suas funções com qualidade. Mas existe o outro lado da moeda.

Na maioria são atletas com uma média de idade superior aos 30 anos, o que acaba afetando seu desempenho e o da equipe, além de sofrerem mais lesões e estarem constantemente fora de condições de jogo. Um dos motivos desses craques retornarem ao Brasil é exatamente essa: não terem mais condições de jogar no ritmo que suas ex-equipes exigiam na Europa.  

O Flamengo tem jogadores como Filipe Luís, Diego Ribas e Diego Alves que são da geração chamada “85”, além de outros com mais de 30 anos como Arão, Everton Ribeiro, David Luiz e Marinho, que chegou recentemente vindo do Santos.

É preciso ter discernimento e compreender que aquele esquadrão de 2019 foi uma situação fora da curva. O esquema montado por Jorge Jesus pegou todos de surpresa e em um momento em que os times dos principais clubes brasileiros estavam muito abaixo tecnicamente ou ainda em formação. 

O Flamengo foi naquela temporada uma máquina de jogar futebol, contudo isso ficou para a história e hoje é preciso aceitar isso para que a situação possa mudar. 

O rubro-negro tem capacidade financeira para realizar grandes contratações e precisa abrir o bolso para reformular o elenco. A chegada de Everton Cebolinha – que ainda pensa e está motivado para jogar a Copa do Mundo – é uma ótima notícia. Já o chileno Vidal tem grife, mas é preciso tomar cuidado com sua parte física, já que tem 35 anos e mesmo que esteja em forma, lesões são mais comuns com o avanço da idade.

Já no banco, um grande técnico reconhecido internacionalmente – quem sabe Jorge Sampaoli – pode ser necessário para acender uma chama em um elenco que é acusado de ser acomodado. A reformulação precisa começar já.