A semana será agitada na Gávea. O vice-presidente de Embaixadas e Consulados, Maurício Gomes de Mattos, organiza um super evento. O cronograma para receber os embaixadores começa com o jogo no Maracanã. Mas antes do encontro das embaixadas no sábado (25), outras atividades fazem parte da programação na sexta-feira (24).
O encontro literário é uma delas. O clube convidou autores de livros rubro-negros para a Gávea. As obras serão expostas pelos autores na sede do Flamengo. Com início às 12h (Horário de Brasília), o público poderá visitar de forma gratuita e ver de perto as obras em homenagem ao Mengão. Além disso, os livros serão comercializados em uma espécie de ‘feira’ no saguão.
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Stands para exposição serão montados no hall da Gávea. Uma ‘mesa redonda’ vai acontecer no fim da tarde. Os autores vão se juntar para conversar e trocar experiências sobre os livros, e claro, Flamengo. A reunião acontece na Praça do Futebol, no Museu do Flamengo.
Para falar mais sobre o evento e convidar os torcedores, o MRN conversou com alguns autores que estarão presentes. Os flamenguistas vão levar seus livros para o encontro. A promessa é de enriquecimento rubro-negro com a leitura de cada obra.
Allan Titonelli
Ao lado de Daniel Giotti, Allan Titonelli escreveu ’19 81 – Ficou marcado na história’. O título faz alusão aos dois anos mágicos do Flamengo: 2018 e 1981. Ele conta justamente as campanhas nos dois anos históricos. Allan aceitou prontamente o convite vindo do Flamengo.
“(O convite) veio do Maurício. Através de um grupo de Flamengo, sabia do meu livro. Através do Marco Sousa, presidente do grupo de advocacia rubro-negra”, conta.
Ao falar sobre a obra que será exposta, Allan dá mais detalhes sobre a história.
“Meu livro é um conjunto de crônicas. Histórias do Flamengo guardadas na memória. São três perspectivas. Vitórias e lembranças históricas. A outra parte fala da campanha no Brasileiro 2019 e a campanha na Libertadores à partir das oitavas”, diz Allan.
Allan lamenta não ter feito um lançamento presencial por conta da pandemia. No entanto, comemora o esgotamento virtual da primeira leva.
“Convidamos amigos para escrever. Nem tinha tanta expectativa comercial. Na pandemia nem fizemos um lançamento presencial. Apenas virtual. Mas a primeira edição esgotou. Já fizemos a segunda. Nosso foco é mais de informações, trocar experiências”, explica.
Além de 19 e 81, o Flamengo já conquistou a Libertadores mais uma vez. Em 2022, o clube levantou o tricampeonato. Por isso, questionamos se Allan pretende voltar a lançar algo nesse sentido e o projeto existe.
“Temos um projeto de lançar uma coisa nova. Vamos ver o fôlego e o gás de todo mundo”, finaliza.
Mauricio Neves
Autor de ‘1981 – O primeiro ano do resto de nossas vidas’ e da trilogia ‘Me Arrebata’, Mauricio Neves é mais um convidado. Ao MRN, o escritor conta que tem proximidade com o Patrimônio Histórico do clube.
“Atuei como consultor na instalação do Museu. Cedi imagens do ‘Me Arrebata‘. Emprestei objetos para o Museu. Doei a bola do hexa, do gol do Angelim. Comprei depois do jogo. Fica melhor exposta no clube”, inicia.
Sobre o convite e a possibilidade de conversar sobre literatura flamenguista, Mauricio se anima. Na opinião do escritor, o Flamengo reconhece o trabalho dos autores.
“Muito legal. Quando o clube abre as portas para os autores, valida o fato de que a história é escrita por rubro-negros. É como dar retorno ao que o clube proporcionou (…) Vou levar os que foram lançados por último, pela editora 11 Cultural. Me Arrebata, volumes 1 e 2. É uma trilogia. O 3 sai em 2024. Vou levar a reedição do ‘1981 – O primeiro ano do resto de nossas vidas'”, explica.
Mauricio conta que para publicar um livro, outros sete não saem do papel. Sobre preferência, o autor destaca os que ainda estão em produção.
“Para quem pega o livro na mão, é um livro. Para mim, significa que outros sete ficaram pelo caminho. Por motivos diversos'”, conta.
Sobre a ‘mesa redonda’, Mauricio explica:”Suponho que a gente vá falar sobre a cultura do Flamengo em livro. É muito agradável. Quando eu era adolescente, tinham poucos. Raríssimo acesso”, diz, antes de contar como surgiu a trilogia ‘Me Arrebata’.
“Eu tive a ideia do Me Arrebata há 22 anos. Profundamente emocionado com o gol do Pet, em 2001. O gol do Pet remeteu ao do Valido, ao do Rondinelli. Remeteu aos outros tricampeonatos. (…) Sempre gostei (de quadrinhos). Mas dependia de encontrar um ilustrador”, afirma.
Rinaldo Ribeiro
Tem gente que vai aproveitar para lançar livro no evento. É o caso de Rinaldo Ribeiro, com ‘Os Flarofeiros’. O escritor foi convidado por Rodrigo Saboia, gerente de patrimônio do Flamengo.
“Eu tomei ciência (do evento) por acaso. Tinha um compromisso com um amigo. Ele é conhecido do pessoal do Flamengo. O Rodrigo Saboia soube da minha obra e me convidou. Foi um dedo de Deus”, explica.
Mas esse não é o primeiro livro de Rinaldo. O autor conta que está realizando um sonho ao lançar obra na Gávea. Isso porque teve a ideia quando lançou ‘Minha Pátria é Rubro-Negra’. A pandemia, porém, não deixou.
“Eu escrevi meu primeiro livro do Flamengo em 2021, ‘Minha Pátria é Rubro-Negra’. Tinha interesse em lançar esse livro no clube. Mas tive dificuldades por conta da pandemia. Agora vem como um presente”, diz, realizado.
Rinaldo explica seu estilo de escrita e conta que o lançamento é diferente de tudo que já fez.
“São sonetos. Objetivos, complexos. Gozam de pouca subjetividade. Versejo de forma mais objetiva. Alcanço a linguagem do torcedor. Depois de ‘Minha Pátria é Rubro-Negra’, ‘Brava Gente Rubro-Negra’, tive a ideia de fazer histórias em vez de versos. Está fazendo sucesso”, comemora, sobre ‘Os Flarofeiros’.
O novo livro conta com prefácio de Zico. Rinaldo explica como chegou até o Galinho.
“Conheci o Zico no CFZ, ano passado. Carlinhos ‘Pró-Menor’ me convidou. Dei camisa do ‘Minha Pátria’ ao Galo. Ele conheceu meus trabalhos. No último, aceitou prontamente fazer o prefácio”, comenta.
Por fim, traz detalhes sobre o novo livro.
“São crônicas. Tocam com a realidade dos cariocas. As relações dessas pessoas com o Flamengo. Envolve uma série de situações do cotidiano. Muitas trapalhadas para ficar legal
Rinaldo confirma precificação:
- R$ 20 – ‘Minha Pátria é Rubro-negra’
- R$ 30 – ‘Brava Gente Rubro-negra’
- R$ 50 – ‘Os Flarofeiros’
Marcelo Dunlop
Dunlop também estará na Gávea. O autor de ‘Crônicas Flamengas‘ e ‘O homem que morava no Maracanã’ quer passar o dia na sede: “A meta é ficar o dia inteiro. Trocar ideias, aprender com cronistas, historiadores e poetas do mundo Flamengo”.
Marcelo Dunlop explica como surgiu a ideia do livro ‘O homem que morava no Maracanã‘.
“O cronista tem de estar atentos para pescar essas pérolas. Eu gosto de pescar no acervo da ‘Placar’. O curioso personagem que morou no Maracanã existiu e estava lá. Num artigo de 1985 com texto de Palmério Dória e foto de Zeka Araujo. A turma mais jovem não fazia ideia que algum funcionário podia dormir no estádio antigamente. Quis relembrar dessa figura, um ex-presidiário que virou bilheteiro do estádio”, explica.
O escritor escreveu a crônica após o título do clube na Recopa 2020.
“Gabi Moreira disse para o professor Simas que sonhava dormir no Maraca. Espiar as estrelas. Assim que o Flamengo venceu a Recopa, usei a noite feliz como gancho. Contei a história do seu Ovídio Vita. Dormia lá num quartinho espartano. Como o nome da crônica era bom, virou título do livro”, conta.
A obra ‘Crônicas Flamengas’ reúne uma série de crônicas, como o nome sugere. Marcelo Dunlop elege as suas favoritas dentro do livro.
“Esgotou e ganhou segunda edição. A editora Escribas decidiu lançar, em 2023, sequência com novas crônicas. ‘O homem que morava no Maracanã’. No primeiro livro, falei de estádios que fui. Derrotas doídas. Troquei e-mails com Zico para escrever uma das crônicas. Inventei entrevista com São Judas Tadeu que me faz rir até hoje. Uma das prediletas é carta que enviei para a Rainha Elizabeth. Falando da xará, Beth Carvalho. Convidei para ver um jogo do Flamengo. Ela não me respondeu, e temo que não o fará”, brinca.
Arthur Muhlenberg
Outro nome conhecido que estará na Gávea é o de Arthur Muhlenberg. O autor possui inúmeros livros sobre o Mengo. Mas só vai poder levar quatro. ‘Hexagerado‘, ‘Heptacular‘, ‘Octanagem’ e ‘Libertador’.
“Eu não vou conseguir levar todas as obras. Envolvem muitas editoras. Só consegui apoio imediato da 7Letras. Não são todos, mas são bem legais”, diz Arthur, que lembra ainda que o ‘Manual do Rubro-Negrismo Racional’ também foi lançado pela editora. Entretanto, está esgotado.
Arthur elege o ‘Manual do Rubro-Negrismo Racional’ como ‘queridinho’, mas tem dificuldades ao escolher: “Tenho muito carinho pelo primeiro de todos. Uma reunião de crônicas. ‘Manual do Rubro-Negrismo Racional’, de 2009. Mas tenho orgulho de todos”.
Sobre a melhor crônica do Manual, diz não gostar de alguns textos antigos. Mas o fato de ter sido seu primeiro livro é o que faz ganhar o ‘posto’.
“Eu gosto de vários (textos do livro). Quando leio algo antigo, nunca estou muito satisfeito. Sempre acho que poderia ser melhor (risos). Gosto mais pela ideia. Primeiro livro e tudo mais. Aquele carinho de primeiro filho”, conta.
Com a série de livros sobre hexa, hepta e octa do Brasileirão, questionamos sobre um possível livro do eneacampeonato. Arthur não bota fé no título, mas diz que vai escrever caso o título venha.
“Não é que eu acredite no título. Mas não desacredito da capacidade do Flamengo de surpreender. Acho que os times são muito desequilibrados e instáveis. Se o Flamengo conseguir vencer, eu vou me obrigar a escrever um livro. Lógico. E vai ser diferente desta vez. Não fiz relatos jogo a jogo. Vou sair do zero. Seriam minhas impressões passado o campeonato. Seria bem diferente dos anteriores”, finaliza.
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