O cambismo segue sendo um dos maiores problemas enfrentados por clubes, mas principalmente por torcedores de futebol. A questão volta à tona sempre que as temporadas chegam aos seus momentos decisivos, com jogos de grande apelo. O Flamengo e seus torcedores sofreram bastante com a ação de cambistas nas fases agudas da Libertadores e Copa do Brasil.
Por todo o Brasil, clubes pensam em formas de usar a tecnologia para facilitar o acesso de torcedores aos jogos e dificultar ao máximo a revenda ilegal de ingressos. Matéria do jornal Estado de São Paulo, publicada também em IstoÉ nesta segunda-feira (19), apresenta diversos exemplos de ações tomadas por clubes brasileiros.
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Clubes pensam em soluções para garantir melhor experiência aos torcedores
No Rio Grande do Sul, o Internacional aboliu o ingresso físico e adotou a versão eletrônica, com QR code estático. Mesmo assim, o cambismo seguiu sendo um problema que estourava na catraca de entrada do estádio Beira-Rio.
Victor Grunberg, vice-presidente de administração e patrimônio do Internacional, relata: “Migramos para o ingresso digital e, infelizmente, constatamos um aumento significativo no número de falsificações. Com isso, passamos a barrar muitas pessoas nas catracas, o que ocasionou um retardamento grande na vazão dos torcedores ao interior do Beira-Rio.”
O dirigente continua: “Alertamos a torcida por meio das nossas redes sobre os riscos de comprar ingressos fora do sistema de vendas oficial, e a nossa equipe de TI montou uma operação para bloquear essas ações criminosas. Uma das medidas foi a de cruzar os dados do comprador com os da Receita Federal no momento da emissão dos E-tickets.”
Grunberg revela uma das soluções encontradas pelo clube gaúcho: “Acreditamos que o QR Code dinâmico nos permitirá uma maior segurança em relação a aplicativos e ao digital, e este recurso, junto com a carteira digital, é o que teremos em um futuro bem próximo no Beira-Rio”
O Palmeiras recentemente também tomou atitudes junto com as autoridades estatais para combater o cambismo. Cerca de 200 sócios-torcedores foram excluídos do programa Avanti, pois eram suspeitos de estarem revendendo as entradas para jogos de grande apelo.
Flamengo também estuda adotar ingresso digital para coibir cambistas
No Rio de Janeiro, o Flamengo busca soluções para o presente e o futuro. Concessionário do Maracanã, mas pensando em construir seu estádio próprio, o Rubro-Negro quer agir imediatamente contra os cambistas.
O clube se reuniu com o Ministério Público do Estado para chegar a acordo sobre o uso do ingressos digital. Nos jogos de maior apelo, a polícia militar do Rio de Janeiro tem exigido o uso de ingresso físico para triar o acesso aos arredores do estádio.
Além de nem sempre ser eficaz na prevenção a invasões, a exigência do ingresso físico facilita muito a ação dos cambistas. Assim como o Palmeiras, o Flamengo também está agindo para excluir sócios-torcedores que usam o programa Nação para adquirir entradas e revende-las por preços muito mais altos.