Carlos Nunes já deu motivos de sobra para que o basquete brasileiro se revolte
Movimento capitaneado pelo Bom Senso F.C busca democratizar e limpar a CBF (Foto: Reprodução)
Organizado pelo Bom Senso Futebol Clube, o movimento #OcupaCBF ganhou adeptos conhecidos como os ídolos Zico, Raí, Alex, Paulo César Caju e até o ex-lateral da seleção argentina, Juan Pablo Sorín. O evento será realizado em frente à sede da CBF localizada na Barra da Tijuca, às 15h.
O objetivo principal é democratizar e ‘limpar’ a Confederação Brasileira de Futebol, com seus três últimos presidentes envolvidos em escândalos de corrupção na FIFA — Ricardo Teixeira foragido, José Maria Marin preso e Marco Polo Del Nero, último dessa vergonhosa dinastia de poder, agora licenciado.
O Bom Senso F.C busca também a não realização da eleição para vice-presidente da CBF, que escolherá o novo presidente da entidade, e pretende indicar um candidato do grupo. A eleição foi cancelada pela Justiça Comum em um pedido do atual vice-presidente da confederação, Delfim Peixoto e teve esse cancelamento confirmado após um recurso da CBF.
Não é apenas o esporte mais praticado do Brasil que sofre com desmandos políticos e decisões improdutivas ao desenvolvimento da excelência. No país do futebol, a bola laranja há décadas bate no aro também.
A Confederação Brasileira de Basquetebol (CBB), de acordo com denúncia do jornalista Lúcio de Castro em seu blog, estaria envolvida com esquemas de terceirização de contratos com agências de marketing causando prejuízos milionários para a CBB, viagens de Clarica Mancuso Garbi, esposa de Carlos Nunes, presidente da entidade, para Cancún e Paris bancadas com o dinheiro da confederação. Como se não fosse suficiente, a CBB pagou R$ 3 milhões a Paulo Schmitt e outros membros do STJD para consultoria jurídica. O valor pago também incluiu jantares, viagens, estacionamento, táxi, entre outros gastos. A quantia é considerada muito acima dos padrões e o resultado de tais serviços não pode deixar de ser considerado obscuro.
Não seria também o momento adequado para clubes, jogadores e jogadoras, técnicos, ídolos do basquete, imprensa e demais profissionais que tocam o basquete brasileiro se unirem em torno de um #OcupaCBB?
Por enquanto essa não é a avaliação dos envolvidos, que acabaram, por causa de outras confusões internas como a briga entre a CBB e as equipes da Liga de Basquetebol Feminina, dando uma sobrevida ao atual presidente mesmo com este sendo bastante acusado. Para entender melhor recomenda-se a leitura do texto de Fábio Balassiano, publicado em seu blog.
Com todos esses problemas, Carlos Nunes ainda está na presidência da CBB. Até quando? (Foto: Paulo de Tarso Jr./Imirante)Desde 2013, o Flamengo é o clube brasileiro que mais conquistou títulos nacionais e internacionais. O tricampeonato do NBB, a Liga das Américas e o Mundial de clubes são façanhas grandiosas e que colocam o Flamengo no topo da pirâmide do esporte no país. E tudo isso não foi sustentado pelo dinheiro do futebol rubro-negro, como os torcedores de outros clubes podem imaginar. A vice presidência de esportes olímpicos do nosso clube conquistou a inédita autossustentabilidade, o que quer dizer que o basquete do Fla é exemplo administrativo. Outros clubes, como Pinheiros e Minas, por exemplo, possuem elogiáveis estratégias de gestão. Então por que não podemos transpôr esta era da bola lascada e entrar na sonhada modernização que leve o basquete brasileiro ao topo?
Hoje, dia 15 de dezembro, pode vir a ser um dia histórico com o #OcupaCBF. Com todas as diferenças existentes entre o futebol e o basquete brasileiros, ao menos a busca por mudanças deve chegar a este último. #OcupaCBB
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