O futebol do Flamengo no ano de 2023 traz ao seus torcedores um gosto amargo de uma temporada absolutamente perdida. Junto a isso, trapalhadas das mais diversas da presidência e do conselho de futebol colocam em dúvida o profissionalismo que acontece dentro dos muros da Gávea. Porém, se no futebol temos enormes desafios para o ano que vem, acredito que outras modalidades vão muito bem das pernas. A ginástica olímpica é uma delas.
Disputado em Antuérpia, na Bélgica, o Mundial de Ginástica Artística de 2023 terminou no último dia 08 com um grande desempenho da delegação brasileira. Pela primeira vez na história, uma única seleção terminou o torneio com seis medalhas. Cinco dessas encontram-se penduradas no pescoço da fenomenal Rebecca Andrade, totalizando um ouro (salto), três pratas (individual geral, solo e equipes) e um bronze (trave).
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A outra medalha marcou a primeira individual para Flavia Saraiva, bronze no solo. Esse momento foi marcante para o esporte nacional, pois pela primeira vez duas atletas brasileiras de ginástica artística subiram juntas ao pódio, superadas somente pela estadunidense Simone Biles.
Essa alegria compartilhada pelos brasileiros que amam o esporte fica ainda maior aos flamenguistas, uma vez que a equipe é a casa tanto das duas medalhistas citadas, como também de outras ginastas que estiveram na competição, como Lorrane Oliveira e Jade Barbosa. O clube investe no sucesso dessas atletas há anos.
Rebeca Andrade, nascida em São Paulo, veio ao Flamengo em 2010, aos 11 anos; Flavia Saraiva chegou ao clube em 2016, aos 17 anos. Lorraine Oliveira em 2017, e Jade Barbosa, a mais experiente, é cria do Flamengo desde os cinco anos. Ou seja, felizmente a estrutura fornecida pelo clube, em conjunto com o COB, possibilitou o sucesso de nossas atletas. E, ao mesmo tempo, aumentou nossas expectativas para os jogos de Paris do próximo ano.
Afinal, conquistas nacionais como essa servem para lembrarmos da grandeza do Clube de Regatas do Flamengo que, para além do campo de futebol, é um dos maiores clubes poliesportivos do Brasil.
Marcos Paulo Neves é professor e historiador formado pela UNIRIO. Apaixonado por futebol e pelo Clube de Regatas do Flamengo, procura falar sobre futebol, política e história de maneira clara e não revisionista.
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