Nos próximos anos o Flamengo terá grandes desafios pela frente. O #DesafioDasChapas foi o método encontrado pelo Mundo Rubro Negro de contribuir para o debate produtivo de ideias para o próximo triênio rubro-negro. Os candidatos responderão 20 perguntas semanais, perfazendo um total de 80 indagações durante o período de quatro semanas. Este primeiro bloco tem foco nas áreas de Finanças, Marketing, Recursos Humanos e Comunicação.
A Chapa Azul representa a situação com Eduardo Bandeira de Mello tentando a reeleição ; Wallim Vasconcellos, ex-Vice-Presidente de Futebol e de Patrimônio da atual gestão se tornou opositor de Bandeira e representa a Chapa Verde; e Cacau Cotta, ex-Vice-Presidente do FlaGávea e de Administração da Gestão Patrícia Amorim (2010-2012) é o candidato da Chapa Branca.
O nosso objetivo com os questionamentos abaixo é criar condições para que os candidatos apresentem seus planos de governo. As perguntas foram confeccionados com pouca margem para argumentações pretéritas. As decisões anteriores à posse do próximo mandatário, erradas ou acertadas, devem ser encaradas pelo Presidente da Nação Rubro Negra como desafios e oportunidades. É consenso no MRN ser um desperdício extremamente decepcionante — decerto cruel –, infringir à Nação um período eleitoral baseado em acusações, verborragias com repetições de clichês elevados pela hexa potência e demais artíficios publicitários baratos. Quando poderíamos apenas ter, elegantemente, candidatos apresentando seus planos de governo.
Para entender as regras do #DesafioDasChapas clique aqui →
Boa leitura aos sócios aptos a votarem no dia sete de dezembro e a todos os rubro-negros espalhados pelo Brasil.
DESAFIO DAS CHAPAS – QUARTO BLOCO
O Portal Mundo Rubro Negro disponibiliza este questionário para todas as Chapas.
Temas Gerais deste Bloco: Política.
Observações:
¹Nas respostas obedecemos a ordem alfabética, assim a primeira Chapa a responder é a Azul, seguida pela Branca e por fim a Verde.
²As respostas foram reproduzidas exatamente como as Chapas as enviaram.
³A Chapa Branca não enviou as respostas desse quarto bloco.
Leia o Primeiro Bloco – Administração – CLIQUE AQUI
Leia o Segundo Bloco – Futebol – CLIQUE AQUI
Leia o Terceiro Bloco – Fla-Gávea/Esportes Olímpicos – CLIQUE AQUI
– Política
Porque sua Chapa se considera apta a exercer a presidência do Flamengo?
O bom trabalho realizado nos últimos três anos foi, majoritariamente, realizado por quem está no nosso grupo. São pessoas íntegras, extremamente competentes, respeitadas em suas áreas profissionais e que têm colaborado muito para que o processo de recuperação do Flamengo tenha alcançado tanto sucesso como alcançou. Formamos uma equipe entrosada, sem vaidades, individualismos, com muito espírito coletivo e que está cumprindo suas promessas e reconstruindo o Flamengo com que todos sonhamos.
Além disso, nosso principal representante, o presidente Eduardo Bandeira de Mello, é uma pessoa com enormes contribuições para o Clube nesses três anos. Sereno e equilibrado, liderou nosso time com sabedoria, sempre valorizando as decisões da equipe. É uma pessoa de incrível resiliência para lidar com a pressão de comandar o maior Clube do Brasil e disponibilidade de tempo para seguir se dedicando ao desenvolvimento das políticas que acreditamos ser as mais adequadas para o futuro do Flamengo, como foi o seu brilhante desempenho em Brasília, ao comandar as ações para a elaboração e aprovação do Profut junto aos parlamentares – em especial, o deputado Otavio Leite.
Somando-se a tudo isso, a Chapa Azul preparou e disponibilizou no site da campanha um plano de governo em que detalha cada uma das principais áreas e as ações que pretende implementar no próximo triênio. Que medidas tomaremos para manter a política de responsabilidade financeira, qual orçamento teremos para novos investimentos, qual será a fonte de recursos para concluirmos o CT George Helal, que intervenções planejamos para propiciar ainda mais melhorias na sede da Gávea… Está tudo descrito de maneira clara e transparente lá. Formamos o melhor time para comandar o Flamengo.
Votar Verde significa manter o grupo que ganhou a eleição de 2012 e que fez todas as principais mudanças pelas quais passaram o Flamengo nos últimos dois anos e meio. A Chapa Verde é a que tem o Tostes, o Landim, o Bap, o Gustavo, o Ruben Osta, o Langoni, o Roberto Medina e muito mais rubro-negros que podem efetivamente ajudar ao nosso Flamengo. Além disto, o apoio que temos de nosso ídolo maior, Zico, já faz com que aumentemos ainda mais a responsabilidade de nosso grupo. Quem quer o Flamengo bem administrado, mais forte, respeitado, vencedor e com uma filosofia única de trabalho deve votar no time que virou o jogo. Este time está agora na Chapa Verde.
O candidato a presidente da sua chapa terá tempo disponível para exercício da função, caso eleito? E o vice geral, terá condições de substituí-lo plenamente em caso de algum impedimento?
Sim, isso ficou claro no primeiro tempo da nossa gestão. O Presidente Eduardo Bandeira de Mello seguirá com dedicação exclusiva ao Flamengo, o que é fundamental para o Clube, diga-se de passagem. Nosso candidato a vice-presidente geral, Maurício Gomes de Mattos, e que comanda um grande escritório de Advocacia no Centro do Rio, já mostrou, em seis anos de presidência do Conselho de Administração, que não só dispõe de tempo para o Clube, como estar à disposição do Flamengo no que for preciso.
Claro que sim. O Wallim Vasconcellos tem agora tempo integral para se dedicar ao Flamengo e, liderando o forte grupo que compõe a Chapa Verde, fazer as transformações tão necessárias para o Flamengo. O nosso clube é muito grande e complexo. Somente com gente com experiência comprovada é que vamos dar o salto de qualidade que precisamos para o Flamengo.
Como sua chapa avalia as gestões de Marcio Braga/Delair (2007/09), Patricia Amorim (2010/12) e Eduardo Bandeira (2012/15) ? O que considerou de positivo e negativo?
O desafio de comandar o Flamengo é enorme e sempre agradeceremos quem dedicou seu tempo pelo clube. Cada presidente teve suas áreas de maior e menor sucesso e nesse momento estamos olhando pra frente, e buscando cada vez mais o melhor para o clube. Fizemos um bom primeiro tempo, mas temos que ir ainda melhor no segundo para ganhar essa partida e fazer o nosso Flamengo ainda maior e mais forte.
Não tenho dúvidas de que todos os ex-presidentes são grandes rubro-negros e administraram o clube da maneira que acharam mais correta, dentro das características da época. Márcio Braga, em particular, foi o presidente mais vitorioso do clube. Dito isto, deixamos claro que, na nossa visão, os tempos atuais exigem uma nova maneira de administração e posicionamento para o clube. Trabalho com um grupo forte, responsabilidade econômica, controle administrativo, forte atuação em marketing, tudo isto são exigências dos tempos atuais. Quanto ao atual presidente Bandeira, apesar de não fazer parte do grupo original que venceu a eleição de 2012 (ele entrou apenas faltando 23 dias para o pleito), vimos que, durante seus dois primeiros anos de mandato, ele atuou dentro dos conceitos e crenças do grupo. Foi neste momento que tivemos nossas maiores conquistas, tanto no Futebol quanto nas transformações pelas quais o clube passou. Depois que a situação ficou mais sob controle – quando havia a oportunidade de um salto qualitativo para o clube –, ele começou a se transformar, mudou o grupo de trabalho dele e perdeu os conceitos que tínhamos. Isto levou ao Flamengo a estagnar o processo de mudanças e nos fez sair da administração. Em janeiro de 2016, caso os associados confirmem a eleição da Chapa Verde, vamos retomar a estrada do crescimento, das realizações e das vitórias. Temos muito o que fazer pelo Flamengo.
Já tem definidos quais serão os Vice-Presidentes das demais pastas? Se sim, quais são?
Time que está ganhando não se muda. O atual conselho diretor deve permanecer em sua grande maioria. Todos estão empenhados na continuidade dos projetos que levarão o clube ao lugar em que merece.
No último dia 16, anunciamos nossos primeiros vice-presidentes. Muitos dos indicados lideravam as respectivas áreas durante os primeiros dois anos e meio desta gestão e foram responsáveis pelas grandes transformações pelas quais o Flamengo passou. Para reforçar a importância do futebol neste mandato, o vice-presidente geral da Chapa, o renomado executivo Rodolfo Landim, acumulará também o cargo de vice-presidente de Futebol – será ele o responsável pela montagem do grupo de trabalho para a área a partir de 2016. Teremos o Rodrigo Tostes (Finanças e Administração), o Bap (Marketing), o Gustavo Oliveira (Comunicação), o Adalberto Ribeiro (Gabinete da Presidência) e o Walter D´Agostino (Patrimônio Histórico e Cidadania), que continua como o atual vice-presidente geral do Flamengo. Além destes conhecidos nomes já participantes do Conselho Diretor, a Chapa Verde convidou ainda Raul Bagattini, maior campeão do remo rubro-negro, para a vice-presidência de Remo; Artur Rocha, ex-vice-presidente geral do clube, para o Planejamento e Orçamento; e Lysias Itapicuru, ex-atleta campeão de natação pelo Flamengo e associado altamente engajado no dia a dia do clube, para a vice-presidência do Fla-Gávea. Estes primeiros nomes mostram o compromisso da Chapa Verde com o futuro vencedor do Flamengo. São pessoas altamente vitoriosas e reconhecidas nas respectivas áreas de atuação e que estarão dando tempo e dedicação para o nosso Flamengo. Nos próximos dias, a Chapa Verde divulgará os nomes dos vices de Relações Externas (juntamente ao Comitê que será criado para a área), Jurídico, Esportes Olímpicos (Alexandre Póvoa já está convidado e não teve o nome divulgado por ainda estar trabalhando no clube) e Patrimônio. A vice-presidência de Tecnologia da Informação deixará de existir, ficando ligada à área de Finanças e Administração.
Qual a sua opinião sobre os candidatos e propostas das demais chapas?
Respeitamos o desejo de se colocarem no pleito. O Flamengo é uma democracia e temos sócios com visões distintas de que rumo deve tomar. Tratando mais especificamente da campanha, gostaríamos e esperávamos que houvesse maior interesse por apresentar e discutir propostas para o futuro. Infelizmente, vimos que isso tem sido deixado de lado em muitos casos, dando lugar a ameaças, agressões e acusações infundadas. Desconhecemos, por exemplo, quem seriam os colaboradores para compor o Conselho Diretor. Do nosso lado, seguimos priorizando o interesse dos sócios, administrando o clube de maneira responsável e destacando nosso programa, lembrando que nossa gestão profissionalizou o Clube e diminuiu o peso de dirigentes amadores no dia a dia, tocado pelos executivos que foram criteriosamente selecionados por nós. O Flamengo não precisa mais de salvadores da pátria e discursos messiânicos.
O atual mandatário, apesar de ser uma pessoa cordial, não tem a estatura para ser o presidente de um clube como o Flamengo. Dentro de um grupo homogêneo, forte e que lhe dava todo o suporte, ele pôde representar de forma correta o clube. Quando perdeu este suporte, começou a mostrar a grande fragilidade dele. Ainda hoje está vivendo dos louros conquistados durante os dois primeiros anos, quando nosso grupo estava com ele. Infelizmente, o Bandeira foi mordido pela mosca azul e procura permanecer no poder a qualquer custo, fazendo alianças e oferecendo cargos em troca de apoio a pessoas e grupos. Não seria possível administrar o clube com tantos interesses diversos. Já no caso do Cacau Cotta, ele, apesar de um rubro-negro fervoroso, não me parece com preparo para tocar o clube. Seja pelo grupo de apoio dele, seja por ter participado ativamente da gestão infeliz da ex-presidente Patricia Amorim. O exemplo deste trabalho neste período não o credencia para um cargo tão importante como o de presidente do Flamengo.
Quais são os dirigentes antigos ou recentes do Flamengo, ou de outros clubes/autarquias, que lhes servem como inspiração?
O Flamengo teve grandes dirigentes ao longo de sua trajetória. Tanto que se tornou a imensa paixão nacional que nos faz a maior torcida do Brasil e do Mundo. Mencionar nomes poderia ser injusto, especialmente porque não conseguiríamos falar de todos. O mais importante são as características que um gestor do Flamengo precisa ter e que nos servem de inspiração: honestidade, dedicação apaixonada pelo Flamengo, visão de futuro, bom relacionamento com os associados e instituições. Entre os clubes que servem de inspiração, obviamente os clubes mais ricos, bem estruturados e vitoriosos do mundo, como Barcelona, Manchester United, Bayern de Munique são algumas das nossas referências.
Na realidade, nós sempre acreditamos muito mais num trabalho de grupo do que no individual. Temos a convicção de que o personalismo prejudica o processo de trabalho do Flamengo e da grande maioria das empresas/organizações. O personalismo leva a um culto da personalidade e a análises pouco eficientes sobre os diversos aspectos de um problema. Um grupo forte sempre tem resultados melhores de que um indivíduo isolado. Sendo assim, respondemos sua pergunta tendo uma visão mais ampla do que simplesmente nomes de dirigentes. Pensamos num grupo ou modelo de trabalho. Neste caso, sem dúvida nenhuma, admiramos o modelo da antiga FAF (Frente Ampla pelo Flamengo), um movimento de renovação na política do clube, com a entrada de empresários rubro-negros na administração do clube no fim da década de 70, e que fez o Flamengo ser vanguarda em vários aspectos de modernização administrativa para a época. Foi um movimento que certamente contribuiu muito para a formação e o sucesso do time que viria a ser campeão da Libertadores, mundial em 81 e do Brasileiro por três vezes.
Como será seu relacionamento com FFERJ, CBF , Commebol, FIFA, clubes em geral, etc?
O Flamengo reassumiu seu papel de vanguarda no esporte brasileiro neste triênio, liderando o movimento por uma nova realidade regulatória do futebol nacional. Defendemos publicamente um modelo alternativo, de transparência e moralidade, no Futebol do Rio; construímos novos caminhos, como a Liga Sul-Minas-Rio; e construímos alianças estratégicas com clubes brasileiros, que culminaram, inclusive, com o Profut e a limitação dos mandatos dos presidentes de federações. No próximo triênio, continuaremos na defesa intransigente dos nossos interesses econômicos, persistindo no caminho do diálogo, da resiliência e da altivez, para criarmos um ambiente de sustentabilidade no futebol.
O Flamengo é o maior clube do Brasil e precisa ser protagonista do futebol brasileiro, sendo indutor das mudanças tão necessárias. Não adianta dizer que estamos rompidos e não participar das discussões. Temos que marcar presença ativa e propositiva no relacionamento com os órgãos de Governo, CBF, Ferj, demais clubes e entidades. Temos que planejar e propor soluções. Vamos melhorar o Campeonato Carioca, trabalhar para criação de ligas fortes (e não esta comandada pelo ex-presidente do Atlético Mineiro, que diz que o Flamengo ganha muito da Globo) , analisar e propor uma mudança no calendário, entre tantas outras ações que precisam ser feitas para o fortalecimento do nosso futebol. O Flamengo não pode deixar de ser protagonista de sua história. Para isto acontecer, somente com um presidente decidido e que tenha um grupo forte apoiando seus trabalhos será possível.
Como será seu relacionamento com os poderes estatais: prefeitura, estado e Federal?
Tivemos um bom relacionamento com os entes federativos no primeiro mandato e não há motivo para mudar isso. Defendemos sempre os interesses do clube e, em alguns momentos, podemos transparecer insatisfação com a velocidade de terminadas decisões, entretanto reconhecemos isso como parte inerente da gestão pública.
Com o governo federal, conseguimos as renegociações de nossa dívida fiscal, com a Receita Federal e por meio do Profut. Essa relação nos possibilitou obter as CNDs, fundamentais para viabilizarmos recursos para os Esportes Olímpicos. O FlaBasquete, por exemplo, recebeu muitos recursos que empresas destinariam para pagamento de ICMS estadual. Com a Prefeitura, temos as negociações para a aprovação técnica da arena multiuso, que está perto de ser liberada, restando apenas duas licenças para iniciarmos a construção.
O Flamengo tem que ter um ótimo relacionamento com estes órgãos, não só para reivindicar o que é legítimo, mas também para colocar o clube à disposição para ajudar em ações sociais e esportivas. Nosso grupo tem ótimos relacionamentos em todas as esferas de Governo. Eles trabalharão fortemente para defender os interesses do nosso clube.
Pretende mobilizar dirigentes antigos da Gávea para exercerem este papel de intermediação junto a autarquias esportivas e estatais?
Sim. Hoje, o Flamengo dispõe de diferentes demandas na sociedade civil, entidades de administração do desporto e poder público, que exigem esforço considerável de tempo, articulação e mobilização da nossa Vice-Presidência de Relações Externas. Em virtude disso, nosso Programa de Governo propõe que a experiência e a notabilidade de ilustres Rubro-Negros seja mais bem explorada pelo clube. Como “embaixadores” do Flamengo, poderão representar e interceder pelos nossos interesses em assuntos estratégicos, somando e ampliando forças.
Todos os rubro-negros que puderem ajudar ao Flamengo serão envolvidos para conquistarmos nossos objetivos. Seria uma burrice não fazer isto. O Flamengo tem uma rede de ex-presidentes, conselheiros, grandes beneméritos, beneméritos, eméritos, laurearia e ex-atletas, que orgulham o clube e que certamente serão convocados para ajudar sempre que preciso, independentemente da corrente política que pertença. O importante neste caso é termos uma direção certa para o trabalho e não ficarmos batendo cabeça, cada um remando para um lado. Um presidente forte e com decisão vai poder aglutinar bem todas estas forças, sempre com um objetivo: o bem do Flamengo.
Como pretende formar novos quadros de dirigentes para o Flamengo do futuro?
Entendemos que é fundamental para o Flamengo identificar e formar bons gestores, para estabelecer uma filosofia e consolidar os processos de cada departamento. No âmbito do futebol, vamos criar o “Programa de Formação de Talentos”, focado no suporte à gestão executiva e técnica do departamento, com intercâmbio de informações com os principais clubes internacionais. Isto permitirá reduzir a dependência de pessoas e a volatilidade dos métodos de trabalho, fortalecendo a cultura de governança.
O Flamengo do futuro se faz todo o dia. Os atuais dirigentes devem dar o exemplo de postura, de seriedade, de coerência e de amor ao Flamengo sem esperar nada em troca. Tudo pelo Flamengo, nada do Flamengo. O Flamengo do futuro não pode ser sectário, não pode ter partidos políticos, não pode achar que quem não pensa igual deve ser alijado. Este pensamento é o que deve ser passado para estes novos dirigentes. Na atual campanha eleitoral, temos visto isto: tentativa de fechamento de questão em relação aos votos, ataque ao trabalho daqueles que eram considerados administradores espetaculares e hoje são pichados como traidores da causa, acordos completamente esdrúxulos apenas para manutenção do poder… O realmente novo quadro de dirigentes do Flamengo não pode agir assim. Temos muita gente nova e boa no clube. O contato deste pessoal com gente qualificada e que realmente tenha comprovada eficiência empresarial pode fazer com que eles aprendam e possam continuar, no futuro, um trabalho sério para um Flamengo ainda maior. Nós da Chapa Verde trabalhamos para isto.
Como sua chapa pretende se relacionar com o Conselho Deliberativo/Administração?
Valorizamos muito o trabalho voluntário dos conselheiros, em especial os que além da participação em reuniões desses poderes também participam de comissões temáticas.
Os torcedores podem desconhecer, mas, por trás da gestão do Flamengo, existem centenas de sócios abnegados que dedicam seu tempo para trabalhar em prol do Flamengo. Nosso primeiro mandato foi repleto de urgências e situações que demandaram uma carga imensa de trabalho. Foram necessárias revisões de contas, comissões de inquérito. Também tivemos notícias boas, como uma série de contratos de parcerias e patrocínios avaliados pelos Conselhos, gerando novas receitas.
O Deliberativo aprovou alterações pontuais, mas fundamentais, no Estatuto. Essas mudanças nos permitiram receber os recursos da Lei de Incentivo, além de recursos do Comitê Olímpico Norte-Americano. O Conselho de Administração recebeu solicitações de alteração do Orçamento e captação de recursos com prazo bastante curto. Isso ocorreu, pois fomos surpreendidos por “esqueletos que saíam dos armários” e por frustração da nossa proposta orçamentária.
Para o próximo mandato, com a casa já bem mais arrumada, acreditamos que poderemos enviar com maior antecedência os documentos para avaliação por parte dos Conselhos. Queremos construir um Flamengo melhor e institucionalmente mais forte com a parceria dos conselheiros do Clube.
Democraticamente, de forma transparente, respeitando os poderes constituídos. Como trabalharemos de forma correta e somente pensando no bem do clube, temos certeza de que será um período muito positivo para o Flamengo.
Sua Chapa pretende formalizar chapas também para concorrerem ao Conselho Deliberativo, Conselho Administrativo e Conselho Fiscal? Já há candidatos escolhidos?
Sim, sem dúvidas. A própria lógica do processo eleitoral do Flamengo já prevê isso. A eleição de um corpo transitório para Deliberativo e Conselho de Administração na mesma Chapa que para o Conselho Diretor já sinaliza, que não se tratam de somente um candidato, mas uma equipe de sócios. A Chapa Azul apoiará candidaturas aos três conselhos, sempre pautada pela excelência técnica e o bem do Flamengo. Nossos candidatos já estão inclusive escolhidos.
Como sua chapa enxerga a ação dos diversos grupos políticos da Gávea? Há críticas ou observações em relação a ação de alguns deles?
Existem muitos grupos políticos no Flamengo, de diversos tamanhos e perfis. Contamos com o apoio de alguns deles no primeiro mandato e nessa eleição novamente. Como nem sempre dispusemos de recursos para contratar funcionários para algumas atividades, por diversas vezes, recorremos a esses grupos para obter ajuda.
Ter algum grau de proximidade com esses grupos facilita na troca entre sócios e o conselho diretor. Mais do que isso, ajuda na nossa sensibilidade para compreender o que os Rubro-Negros pensam, quais as suas demandas, servindo com um importante termômetro para a gestão.
Uma coisa é um grupo político, com ações somente pensando no bem do clube e agindo de maneira limpa e clara. Mesmo às vezes não comungando do mesmo pensamento, vemos de forma positiva. Faz parte da democracia o respeito à posição do outro. Diferente disto é uma ação próxima aos partidos políticos e suas mazelas, com práticas antigas, negociações não muito claras, o poder pelo poder. Como dizemos, é a política do futuro repetindo o passado. Vemos este tipo de ação como extremamente negativa para o Flamengo e somos totalmente contra.
Como sua chapa enxerga o mecanismo da reeleição? Acha desnecessário ou útil?
O que é bom merece bis. A reeleição está presente na maior parte das democracias modernas do mundo e não há problema algum nele quando se é probo e justo. Não é a possibilidade de reeleição que vai impedir alguém de fazer algo errado. Por outro lado, o período de três anos é muito curto e boa parte dos frutos do que se planta no primeiro mandato só podem ser colhidos num mandato posterior.
É ruim. Normalmente gera um governo pior do que o anterior. Gera ainda um personalismo muito negativo. Não apoiamos a reeleição. O compromisso claro e já anunciado da Chapa Verde é que Wallim Vasconcellos não será candidato em 2018.
Como sua chapa, caso eleita, pretende minimizar o confronto com opositores e estabelecer um diálogo político saudável na Gávea?
Sempre buscamos o diálogo dentro do clube com todos os poderes e forças políticas. Isso não quer dizer que governaremos com todos: a oposição cumpre um papel importante para qualquer democracia. Após as eleições, esperamos que todos trabalhem pelo bem do Clube e estaremos abertos às sugestões. Do nosso lado, muito embora tenhamos visto muitas tentativas de ataques, acusações inconsistentes e falsas e outros expedientes pouco construtivos, seguimos focados em oferecer informações, propostas e ideias para o eleitor. Temos certeza de que esse é o caminho para uma campanha respeitosa e honrada. O sócio não quer saber dessa troca de acusações pessoais: quer saber do Flamengo e de vitórias.
O Flamengo não é verde, azul nem branco. O Flamengo é vermelho e preto. Nós não temos nenhum sentimento de revanchismo. Muito sinceramente, não estamos no Flamengo para fazermos carreira política, nem para ter alguma projeção. Nosso grupo não pensa, nem precisa disto. Estamos reunidos para ajudar o Flamengo a ficar mais forte. Todos os que pensarem pelo bem do Flamengo serão muito bem-vindos em nossa administração. Sempre com um conceito de seriedade, dedicação e sob o lema de nada do Flamengo.
Qual a maior força de sua chapa? Política, administrativa, amizade entre os pares, conhecimento do Flamengo, o que?
A experiência de quem fez uma gestão de excelência nos últimos três anos. Somos um time de profissionais de sucesso, competentes, unidos, que não fogem da briga. Estamos amparados pelas melhores propostas, para fazer muito mais no próximo triênio. O trabalho de saneamento financeiro, resgate da credibilidade e profissionalização da gestão não pode ser interrompido. O Flamengo ainda tem muito para avançar!
Nossas maiores forças são: capacidade e sucesso de execução demonstrada pelas pessoas envolvidas em suas vidas profissionais, experiência comprovada, credibilidade dos nomes e, sem dúvida nenhuma, amor e dedicação ao Flamengo, capazes de fazer com que o grupo dedique grande e preciosa parte do tempo para fazer um Flamengo mais vencedor. Sempre com o lema “Tudo pelo Flamengo, nada do Flamengo”.
Como sua chapa pretende se relacionar junto aos setores sociais mais carentes da sociedade caso ganhe? Tem propostas?
O Flamengo tem uma torcida enorme, presente em qualquer estrato da população nacional. Somos parceiros globais da Unicef e temos o interesse de intensificar atividades de cunho social, participar de campanhas educativas de modo a emprestar nossa marca e credibilidade para que alguma ação boa ou alguma mensagem positiva. Sentimo-nos muito orgulhosos com a notícia recente de que uma de nossas redes de lojas licenciadas contratou refugiados. Isso é ir além do discurso, além de carregar uma faixa para dentro de campo, que também tem seu mérito. Isso é Flamengo!
Neste mandato, depois de termos trabalho fortemente na reestruturação do clube, vamos poder atuar mais nesta área. Em nosso planejamento já está em desenvolvimento o projeto Fla Cidadania, com o objetivo de levar o Flamengo a comunidades carentes, tendo o esporte como alternativa e fazendo do clube um agente social de mudanças na vida de milhares de crianças e jovens.
Uma abordagem de campanha mais agressiva pode levar a ataques pessoais entre as chapas e apoiadores. Avalia que esta estratégia de desconstrução é mais eficiente que um debate apenas no campo das propostas? Como avalia a sua linha de atuação entre um estilo e outro?
A Chapa Azul tem trabalhado para levar o debate para o campo das propostas, mas não tem sido tarefa fácil. Em nenhum momento, a Chapa, o Presidente Eduardo e nossa equipe de vice-presidentes atacou qualquer dos adversários. Infelizmente, não podemos dizer o mesmo do outro lado. Lamentamos que tenham escolhido esse caminho.
O sócio do Flamengo não se deixa levar por esse tom beligerante, ofensivo e envenenado. Estamos confiantes de termos, não só a melhor equipe, mas as melhores propostas. Convidamos a todos os sócios que tiverem interesse em conhecer nosso Plano de Governo que entrem em contato com nossos perfis em redes sociais ou pelo endereço de e-mail [email protected].
Alguns ataques não devem ficar sem resposta, pois ferem a honra e podem atrapalhar os interesses do clube. Em casos extremos temos nos defendido.
A eleição virou uma guerra de informações em que notícias reais são distorcidas e trabalhos claramente feitos por vice-presidentes que tocaram o Flamengo por dois anos e meio acabam sendo simplesmente apropriados por outros que pouco fizeram de representativo no clube. Isto não é correto. Desde o começo da campanha, a Chapa Azul, de Bandeira de Mello, pratica um verdadeiro estelionato eleitoral, usando trabalhos e conquistas que não são efetivamente dela e tentando esconder uma das mais baixas e perdulárias campanhas que o nosso clube já viu. São usados recursos do clube para obter votos, são feitos materiais promocionais caros, são usados jornalistas amigos para difamar os adversários. Tudo para tentar se perpetuar no poder. Nós, da Chapa Verde, não vamos entrar neste tipo de baixaria. Trabalharemos cada vez mais para mostrar quem somos e o que pensamos para o nosso Flamengo. Temos certeza de que o associado, ao comparar e refletir sobre isto, fará a escolha na nossa chapa na hora do voto.
O que sua chapa pretende fazer para tornar o Flamengo ainda mais popular, considerando, inclusive, a força crescente de times regionais?
Temos o compromisso com colocar o Flamengo em Primeiro Lugar em todas as mídias e redes sociais.
Além de uma estratégia moderna de comunicação, adaptada ao mundo de hoje e ao que o público alvo de novos torcedores vivem, a contratação e formação de ídolos contribuiu demais para tornar o Flamengo mais popular no sentido de ampliação e solidificação de nossa liderança no ranking de torcidas.
Por outro lado, caso seja possível participar mais da gestão do Maracanã, gostaríamos de ver os setores atrás dos gols com maior clima de Estádio. Nossa gestão chegou a solicitar em conversas com o Consórcio Maracanã a retirada das cadeiras dos setores atrás dos gols, se fosse possível implementar isso após os Jogos Paralímpicos poderíamos ter mais torcedores nos jogos e cobrar menos por esses ingressos também.
Finalmente, uma outra linha de atuação está no Incentivo a Eventos Culturais que, dada a mencionada alteração ao Estatuto, poderemos agora planejar e tentar viabilizar.
O Flamengo é o clube mais popular do Brasil. Tem a maior torcida do mundo – dado este comprovado pela Fifa. Ou seja, a Nação Rubro-Negra é uma força por si só. Apesar disto, não podemos parar por aí. No âmbito do nosso país, vamos ampliar as escolinhas rubro-negras para mais estados, vamos fazer um amplo trabalho de novas lojas com artigos do Flamengo, trabalhar o programa Sócio-Torcedor criando um maior relacionamento com o torcedor de fora do Rio, vamos retomar e ampliar o trabalho digital que fizemos no período em que estivemos na administração do clube e que nos levou à liderança no Facebook, entre várias outras ações. Já pensando internacionalmente, é tempo de trabalhar mais fortemente a marca global do Flamengo. O destino do nosso clube é o mundo. O Flamengo será uma marca global. A maior marca esportiva do Brasil será também muito forte no mundo. Temos de expandir os programas de licensing do clube e melhorar a distribuição dos produtos oficiais do Flamengo também em outros países.
Sua Chapa tem ou apóia projetos para mudar o estatuto? Quais?
Apoiamos a proposta de Estatuto elaborada pelos grupos políticos que nos apoiam, intitulada Conte Comigo Flamengo. É uma proposta ampla, que prevê a aplicação das melhores e mais modernas práticas financeiras e institucionais para o Clube. Quem tiver interesse em conhecer melhor o projeto, ele está disponível no site http://www.contecomigoflamengo.com.br/.
O estatuto do Flamengo precisa sim ter algumas revisões para colocá-lo mais atualizado nos novos tempos em que vivemos. Apesar disto, ele é a carta magna de nosso clube e qualquer modificação deve ser vista com muito cuidado, para que alguns grupos não se aproveitem, usando-se da boa fé dos conselheiros, para implantar regras que beneficiem um ou outro interesse. Uma coisa é certa: a Chapa Verde estará atenta à defesa da democracia do clube e aos direitos de seus associados.
O Mundo Rubro Negro agradece a colaboração, boa vontade, senso de responsabilidade e, sobretudo coragem, de todas as Chapas, por não deixarem de expor aqui seus planos de governo.
Não deixem de ler o bloco sobre Administração, o bloco sobre Futebol e o bloco sobre Fla-Gávea/Esportes Olímpicos.
Obrigado!