Gabigol surpreendeu a todos após marcar três gols contra o Santos, no último sábado (28), pelo Campeonato Brasileiro. Ao pedir música como trilha para o Fantástico, o atacante sugeriu a trap “Sei lá”. Só que a surpresa veio ao dizer que era dele, juntamente com o beatmaker carioca Papatinho.
No entanto, o artilheiro não é o único a vestir a camisa rubro-negra que tentou carreira musical. Na faixa, que contém versos como “se eu tô em campo, é certa a sua derrota”, ele vira Lil Gabi. Mas outros preferiram usar seus próprios nomes como promoção dos hits.
O Mundo Rubro Negro preparou uma lista com ex-jogadores do Flamengo que também entraram nas paradas musicais. Confira:
Zico
No ano em que a esperança tomava conta do Brasil por conta da Copa do Mundo da Espanha, Zico e Raimundo Fágner se juntaram para lançarem “Batuquê de Praia”. O anúncio gerou grande repercussão. No entanto, foi após uma apresentação também no “Fantástico” que ganhou popularidade.
Com letra de Petrúcio Maia e gravado em 1982 na Ilha de Itaparica, na Bahia, o Galinho cantou forte. Mas desta vez, não foi apenas para anunciar a alvorada:
Junior
“Voa, canarinho, voa! Mostra pra esse povo que és um rei”. Qualquer torcedor conhece esses versos. Mas poucos sabem que ela se chama “Povo Feliz”. E quem deu voz a ela, tornando-a imortal, foi o grande Júnior. Convocado para a Copa de 1982, na Espanha, o lateral-esquerdo gravou um compacto para motivar a torcida.
Assim como Gabigol, estava no auge da carreira.
Famoso por sua ligação com o samba e o carnaval, Capacete brilhou também no estúdio. A música foi composta por Memeco e Nono do Jacarezinho. O sucesso saiu em um compacto simples e vendeu mais de 600 mil cópias! Até hoje a canção é lembrada como um dos melhores hinos futebolísticos.
Ronaldinho
Ronaldinho sempre foi sinônimo de alegria e música. Mas ele materializou essa imagem quando lançou a música “Vamos beber”, em conjunto com a dupla sertaneja João Lucas e Marcelo. Os músicos, que já haviam feito sucesso com a participação de Neymar na música “Quero tchu, quero tcha”, foram os primeiros responsáveis por esse contato musical.
Entretanto, após a aposentadoria, o Bruxo mergulhou de vez no ramo da música. O mais recente lançamento aconteceu em junho de 2021. Ao lado do compositor Ederson Melão, Ronaldinho lançou “O Segredo do Feijão”. O hit conta ainda com participação do sambista Xande de Pilares.
Edílson
Edilson Capetinha, como bom baiano e igual Gabigol, sempre fez festa por onde passou. Mas em 1997 ele tentou ser o dono dela. Literalmente. Em parceria com o grupo de Axé music Raça Pura, o ex-Flamengo gostou do que viu e passou a ser seu empresário.
À época, Edilson estava no futebol japonês e contratou os músicos para tocarem em seu casamento. No entanto, a inspiração levou o ex-jogador a criar um estúdio e apostar em nomes da música ainda quando jogava. O Axé era um fenômeno e chegava ao topo das paradas musicais.
De acordo com as publicações da época, o craque baiano gastou R$ 120 mil para ser sócio da Raça Pura. A banda estourou com o sucesso de duplo sentido “O Pinto”. Entretanto, o sucesso durou pouco, cerca de quatro anos. Bem como a febre da música baiana no país.
Marcelinho Carioca
Entretanto, nenhum craque que vestiu rubro-negro mergulhou tanto na carreira musical como Marcelinho Carioca. Quando atuava pelo Corinthians, em fevereiro de 1999, Marcelinho e Amaral formaram um grupo de Pagode Gospel chamado Divina Inspiração.
À época, o principal veículo de difusão era a TV. E Marcelinho explorou ao máximo a ferramenta. Com o grupo, ele fez apresentações nos maiores programas de auditório dos anos 90. Entre eles, a Xuxa, o Ratinho, a Hebe, O Gugu e até o Jô Soares.
Uma das músicas de trabalho era “Olhos Espirituais”, que tinham versos como: “Antes eu pensava/ Que felicidade / Era ter um carro bom / Era ter muito dinheiro / Era ter muitos amigos no mundo”. De acordo com Amaral, um dos integrantes, o grupo vendeu cerca de 500 mil cópias.
Ao contrário de Gabigol, o ex-meia abraçou de vez a carreira artística. Só que no mesmo ano, Marcelinho anunciou que era apenas do futebol e largou a música. Mas em entrevista ao Uol, ele explicou o motivo:
“Montei a banda para ajudar amigos que estavam desempregados, passando fome. Mas sou um homem do futebol. Agora, vou pensar apenas em jogar e voltar à seleção. A banda vai continuar sozinha”, disse.
Contudo, a banda saiu das paradas de sucesso e foi para a Justiça. Integrantes disseram que teriam sido enganados. À revista Istoé, Mário Jardim, um dos letristas, explicou a briga:
“Larguei tudo para apostar no projeto. Fui enganado, iludido e tratado como um cachorro pelo Marcelinho. Hoje eu não tenho nada, estou frustrado e mergulhado em dívidas”, revelou o músico.
BÔNUS TRACK
Ney Franco
Ele não jogou no Flamengo como Gabigol, mas foi o band leader. Ou melhor, treinador. Além de técnico, Ney Franco é cantor e compositor. Poucos dias após ser demitido do Botafogo, no programa Bem, Amigos!, lançou sua canção “Na Beira do Caos”. Nela, expressava muito dos momentos de pressão profissional.
Entretanto, a música acabou rendendo um inesperado disco de platina para o treinador, além de um honroso 74º lugar no top 100 da Billboard Brasil.