O Flamengo reduziu as ações trabalhistas que ainda enfrenta em quase 90% na gestão Eduardo Bandeira de Mello, segundo balanço recente do Departamento Jurídico – se em 2013 eram 500 processos, agora são cerca de 50. O vice-presidente Flávio Willeman disse em carta aos associados que esse cenário poderia levar o clube a rediscutir com a Justiça do Trabalho as condições do Ato Trabalhista, que penhora automaticamente 15% das receitas do clube para um fundo para o pagamento de pendências com ex-funcionários. Em conversa com o MRN, porém, o vice-presidente de Finanças, Claudio Pracownik, avaliou que ainda é conveniente para o Flamengo permanecer no Ato Trabalhista, ao menos em 2017.
– O Ato Trabalhista foi um dos elementos mais importantes na reestruturação de dívidas do Flamengo, porque nos permitia equacionar as nossas dívidas, colocar elas numa fila para o cumprimento dos seus pagamentos. E o passivo trabalhista realmente era muito grande. O passivo trabalhista realmente diminuiu muito. Mas esse é o passivo conhecido. Existem ainda ações na Justiça que podem nos trazer um passivo grande, e esse passivo pode vir a prejudicar nosso fluxo de caixa. Um exemplo disso é a ação do Dorival Júnior, por exemplo. É muito mais fácil para mim ter um equacionamento do pagamento dessa dívida do que efetivamente ter que pagá-la à vista. No nosso ver ainda existem riscos conhecidos, ações que já foram interpostas, e alguns riscos desconhecidos. Por algum tempo o Ato Trabalhista ainda está fazendo sentido para o clube.
O técnico Dorival Júnior, atualmente no Santos, ganhou em novembro na primeira instância um processo no qual pode receber até R$ 14 milhões por salários atrasados e outras dívidas do período em que foi técnico no clube. Contratado na gestão Patricia Amorim, ele foi demitido pelo presidente Eduardo Bandeira de Mello em 2013 justamente porque o clube não poderia arcar com o aumento do salário dele num gatilho que já estava previsto no contrato. O Flamengo vai recorrer da decisão no TST, mas caso seja condenado, poderia sofrer penhoras não programadas de rendas caso deixasse o Ato Trabalhista.
– Sair do ato significa voltar a um passado antigo, que nos colocaria sobre o risco de penhoras (não programadas). O Flamengo não quer trazer esse risco. Isso quebra a confiança, isso traz pouca credibilidade, faz mal à imagem do clube. Então entendemos que ainda é conveniente a manutenção do Ato Trabalhista por mais algum tempo. Imagino que talvez só por mais um ano. Ano que vem a gente pode voltar a rever essa questão. Principalmente quando esse assunto do Dorival já estiver resolvido – afirmou Pracownik.
Leia também a explicação que Pracownik deu ao MRN sobre a autorização para novos empréstimos de R$ 27 milhões.
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