MRN Informação | Bruno Guedes – Já é famosa a frase que “craque o Flamengo faz em casa”. Mas muitas outras lendas também tiveram a honra de vestir o Manto Sagrado. Entre ídolos nacionais e internacionais, a Gávea recebeu uma constelação de craques de diversas gerações. O Mundo Rubro Negro preparou uma lista com alguns deles. Confira:
Gamarra
Considerado um dos maiores zagueiros de todos os tempos, o paraguaio Carlos Gamarra chegou ao Flamengo em 2000. À época, o jogador fazia parte do plano da ISL em injetar milhões no clube e trazer grandes craques. Mas a passagem não foi das melhores.
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O defensor viu o sonho virar pesadelo quando a empresa faliu e o Rubro-Negro não conseguir manter os salários em dia. Entretanto, mesmo assim, conquistou a Copa dos Campeões e ídolo ao lado de outra lenda, Juan.
Gamarra também foi eleito o melhor zagueiro da Copa do Mundo de 1998. O jogador passou o torneio inteiro, ao todo 383 minutos, sem cometer faltas!
Ubaldo Fillol
Fillol, também conhecido como “El Pato”, é para muitos o maior goleiro da história do futebol argentino. Campeão do mundo em 1978, o arqueiro atuou pelo Flamengo em 1984 e 1985, já no fim da gloriosa carreira.
Experiente e uma muralha embaixo das traves, rapidamente conquistou a torcida. Com o Manto ele conquistou uma Taça Guanabara e uma Taça Rio. Fillol defendeu a Seleção Argentina nas Copas do Mundo de 74, 78 e 82.
Leônidas da Silva
Famoso pelo seu apelido “Diamante Negro”, é considerado um dos mais importantes atacantes do futebol brasileiro na primeira metade do século XX. Chegou ao Flamengo justamente na Era da Modernização do esporte bretão no país, em 1936. Marcou ao todo 142 gols pelo Rubro-Negro.
Chegou gigante e saiu maior ainda. Um ídolo que virou símbolo do futebol. Contudo, sua venda para o Flamengo foi muito polêmica à época. Quem contou, quase 30 anos depois, foi o próprio dirigente botafoguense Carlito Rocha:
“O Leônidas deu uma entrevista no Rio Grande do Sul, afirmando que era Flamengo de coração. Mas quando voltou, confirmou-me as declarações. Mandei-o embora imediatamente e fixei o preço do passe em cinco contos [de réis], que era o quanto ele devia à tesouraria do clube. No dia seguinte, o Flávio Costa foi lá no clube e levou o Leônidas para o Flamengo”, disse.
Disputou pela Seleção Brasileira a Copa do Mundo de 1938, onde foi eleito o melhor do torneio. Quando voltou ao Rubro-Negro, conquistou o título carioca do ano seguinte.
Evaristo de Macedo
Se você for à Espanha e falar em Evaristo de Macedo, certamente vão se curvar em reverência. O atacante de estilo único e para muitos o maior da sua época, foi tricampeão carioca com o Flamengo em 1953, 1954 e 1955.
Por estar jogando fora do Brasil, o artilheiro acabou sendo preterido da Seleção Brasileira. Inclusive no bicampeonato mundial, em 1958 e 1962. Mas até hoje a sua ausência é lamentada por jogadores daquele esquadrão e a imprensa.
Após brilhar nos rivais Barcelona e Real Madrid, voltou à Gávea para encerrar a carreira em 1965. Mas não sem antes sair da galeria dos mortais e entrar na das lendas. Após se tornar treinador, ainda comandou o Rubro-Negro em três oportunidades. A última em 2003.
Carlos Alberto Torres
Quando alguém fala de capitão no futebol, sempre o seu nome é o primeiro a ser lembrado. O maior lateral-direito da história da Seleção Brasileira foi mais uma lenda a brilhar com a camisa do Flamengo. Mas sua passagem foi breve.
O Capita chegou ao Rubro-Negro em 1977. Já com 33 anos, disputou apenas 19 jogos e de lá foi para os EUA jogar pelo New York Cosmos até os 38 anos. Entretanto, chegou a trabalhar com parte dos atletas que fariam história nos anos seguintes, sendo a maior geração do Flamengo em todos os tempos.
Garrincha
Falar de Garrincha dispensa comentários. Para os mais antigos há até uma dúvida sobre quem jogou mais: ele ou Pelé. Não sabemos responder. Mas a camisa do Flamengo, o Anjo das Pernas Tortas vestiu.
Já com os seus famosos problemas com a bebida atrapalhando a carreira, o ponta lendário chegou ao fim de 1968. Foi um pedido de Paulo Henrique, Carlinhos, Murilo e Silva ao então técnico Valter Miraglia.
Entretanto, as lembranças não foram boas. Garrincha atuou por apenas 19 jogos, sendo 14 amistosos, e marcou quatro gols. Em 12 de abril de 1969 vestiu o Manto pela última vez. Atuou apenas 11 minutos na vitória por 1 a 0 sobre o Campo Grande, na Gávea.
Na volta para sua terra natal, Pau Grande, Garrincha sofreu um acidente de carro no qual morreria a mãe de Elza Soares, dona Rosária. Assim, a tragédia acabou de vez com a esperança rubro-negra de ver um dos pilares do futebol arte brilhando no Flamengo. O jogador acabou sendo vencido pela melancolia e tristeza. As mesmas que tiraram sua vida tempos depois.
Contudo, em sua estreia no dia 30 de novembro 1968, Garrincha falou sobre vestir o Manto. E o adversário foi justamente o Vasco, maior rival:
“Só hoje tive o prazer de vestir a camisa rubro-negra e foi uma emoção quando entrei aplaudido pela grande torcida. Lamento que tenha torcido o tornozelo e que só tenha podido atuar um tempo, quando meu desejo era jogar os 90 minutos. Mas o importante era voltar e agora vou continuar”, afirmou a lenda.