Bernardinho seria um bom nome para gerir o futebol do Flamengo?

Como já havíamos antecipado, Bernardinho voltou ao comando da Seleção Brasileira masculina de vôlei depois de 11 anos. No Flamengo ou na seleção, uma coisa é certa: ele é um dos maiores nomes do esporte brasileiro de todos os tempos.

Uma verdadeira lenda viva, que esteve a serviço do Flamengo como treinador do time feminino em duas oportunidades, entre 2004 e 2005, 2020 e 2023.

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Não se pode deixar de destacar que, como jogador, Bernardinho também atuou pelo Fla, nas temporadas de 1986 e 1987.

Mas é pelas seleções de vôlei, tanto feminina quanto masculina, que ele obteve suas maiores conquistas, com títulos e pódios em praticamente todas as competições possíveis.

Além de grande desportista, ele também é um empresário extremamente bem-sucedido, com iniciativas em outras áreas que não o esporte.

Conheça esse ícone do esporte nacional e entenda por que ele poderia ser um bom líder para profissionalizar de vez o futebol rubro-negro.

Bernardinho do vôlei: profissional multicampeão

Bernardo Rocha de Rezende, mais conhecido como Bernardinho, é um dos maiores treinadores de voleibol da história. 

Nascido no Rio de Janeiro em 1959, Bernardinho jogou vôlei profissionalmente de 1979 a 1986, conquistando diversos títulos com o Fluminense, Flamengo, Vasco e Boavista.

Em 1988, Bernardinho começou sua carreira de treinador como assistente técnico da seleção brasileira masculina de vôlei, sob o comando de Bebeto de Freitas. 

Depois, em 1990, assumiu o comando da seleção feminina brasileira, com a qual conquistou três títulos sul-americanos, uma medalha de prata no Campeonato Mundial de 1994 e uma medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996.

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Em 2001, Bernardinho assumiu o comando da seleção brasileira masculina de vôlei, com a qual conquistou um total de 21 títulos, incluindo dois ouros olímpicos (2004 e 2016), três Campeonatos Mundiais (2002, 2006 e 2010), duas Copas do Mundo (2003 e 2011), três Copas dos Campeões (2005, 2009 e 2013) e oito Ligas Mundiais (2001, 2003, 2004, 2005, 2006, 2009, 2010 e 2011).

Além dos títulos com as seleções brasileiras, Bernardinho também conquistou diversos títulos com clubes de vôlei, como o Fiat/Minas, o Rexona/Ades e o Sesc/Flamengo.

Pelo SESC/Flamengo, Bernardinho levantou com a equipe feminina os campeonatos cariocas em 2020 e 2023.

A carreira de Bernardinho é marcada por conquistas históricas, como a conquista de dois ouros olímpicos com a seleção brasileira masculina, quebrando um jejum de 20 anos sem medalhas de ouro no vôlei masculino brasileiro. 

Bernardinho também é um dos técnicos mais vitoriosos da história do vôlei mundial, com um total de 32 títulos.

Afinal, Bernardinho poderia comandar o futebol Rubro Negro?  Confira motivos

A possibilidade de Bernardinho assumir o comando do futebol do Flamengo surgiu depois de uma entrevista para a FlaTV, em que sinalizou que poderia ser head coach, uma espécie de gestor dos técnicos. 

Considerando as falhas primárias de gestão no futebol desde que Rodolfo Landim assumiu a presidência, um profissional renomado como Bernardinho poderia ser um divisor de águas.

Bernardinho é não apenas um tremendo treinador, como acumulou um notável know-how gerencial no universo esportivo, com uma carreira consolidada no voleibol e no meio empresarial. 

Sua experiência na liderança de equipes vencedoras e sua habilidade em gerir aspectos técnicos e emocionais dos atletas são atributos que poderiam contribuir para o avanço do futebol na parte de gestão.

No Flamengo, onde muitas das vezes o extra campo fala mais alto, suas habilidades relacionais fariam muita diferença.

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Além disso, a ausência de um comando profissional específico no futebol do clube é mais um motivo para justificar uma liderança experiente e de incontestável competência técnica.

A entrada Bernardinho nesse contexto poderia preencher essa lacuna, dando uma direção mais sólida ao futebol Rubro Negro.

De qualquer forma, é preciso considerar as peculiaridades do futebol, que difere em diversos aspectos do vôlei. 

Nesse caso, a transição de Bernardinho para um novo esporte exigiria uma adaptação estratégica e uma compreensão aprofundada das dinâmicas do futebol. Essa parte, como veremos, não será um desafio assim tão grande para ele.

Veja na sequência alguns outros bons motivos que justificariam a aposta em Bernardinho.

Gestor competente

Visionário no vôlei, Bernardinho é também um líder empresarial de muito sucesso.

É dele a rede de academias Bodytech, de restaurantes Delírio Tropical, a plataforma de ensino eduK, fora a ONG Projeto Compartilhar e a Escola de Vôlei Bernardinho.

Diferentemente da maioria dos gestores do futebol e presidentes que migram para a política, Bernardinho não precisa de um cargo público para subsistir e se manter relevante.

Sua veia empresarial bem sucedida também é uma evidência de que ele poderia transitar para o futebol com desenvoltura, adaptando-se às nuances de um novo metiê.

Profissional exemplar

Não chega a ser novidade que Bernardinho tem e sempre teve uma postura exemplar dentro e fora das quadras de vôlei.

Seu compromisso com a vitória faz dele um verdadeiro “obsessivo” pelo aperfeiçoamento e pelo aprendizado contínuo.

Ganharam fama na internet suas ideias sobre gestão de grupo e sobre como manter um time engajado com a vitória, principalmente após ganhar títulos importantes.

Viria muito a calhar no Flamengo, em que se tem a impressão há algum tempo de que os jogadores estão “de barriga cheia”. 

Não seria o primeiro a migrar de área

Bernardinho é vencedor, mas não chega a ser um pioneiro.

Mesmo que saísse do vôlei para vestir a camisa do futebol, ele não seria o primeiro a fazer isso no Flamengo.

Um dos bons exemplos de que é possível passar de um esporte para o outro e manter a pegada vencedora é ninguém menos que Togo Renan Soares, o mítico Kanela.

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Embora Kanela tenha feito história no basquete, ele também teve passagens pelo polo aquático e até como treinador de futebol do Flamengo, nos anos de 1948 e 1949.

Identificação com o Flamengo

Embora não seja um flamenguista declarado (já disse ser botafoguense), nas passagens que teve pelo Flamengo como jogador e treinador, Bernardinho criou uma identificação com o clube.

Não seria nada estranho, até porque o que mais tem é botafoguense que se converte ao rubro-negrismo assim que passa a vestir rubro negro.

Isso sem contar que Bernardinho tem DNA vencedor, o que combina muito mais com o Flamengo do que com o rival alvinegro.

Já manifestou interesse

Outro aspecto fundamental para justificar a contratação do agora ex-técnico de vôlei do time feminino é a sua declarada disposição para se tornar um head coach.

Como ele próprio disse, experiência e capacidade para assumir um cargo como esse não faltam.

Frases do Bernardinho que marcaram gerações

Como profissional multidisciplinar, Bernardinho acumula também a função de palestrante e coach motivacional.

Sua experiência como líder e visão ímpar sobre esporte e gestão fizeram dele um pensador e teórico prolífico.

Veja algumas frases de sua autoria:

“Ao líder não cabe fazer aquilo que é conveniente, mas o que é certo. E o que é certo nem sempre é simples, nem sempre é popular, mas é aquilo que tem que ser feito.”

“O maior inimigo para o crescimento é o conforto, o desconforto provoca essa busca por algo melhor.”

“Disciplina é a ponte que liga nossos sonhos às nossas realizações.”

“Nós escolhemos pessoas, elas fazem a coisa acontecer.”

Novamente técnico da seleção brasileira masculina de vôlei, Bernardinho tem tudo para fazer o sexteto voltar a brilhar e conquistar medalhas e títulos. Enquanto isso, os rubro-negros esperam pelo dia em que o futebol será enfim profissional, com um verdadeiro líder e gestor em seu comando.