E o Flamengo entrou em campo contra o Atlético PR, no bonito estádio em Curitiba, com direito a grama sintética, que fazia a bola deslizar com mais velocidade, porém sem aquelas puladinhas que dá nos gramados “naturais” espalhados pelo Brasil.
Mengão começou com sua armação de três volantes. O indefectível centralizado, mais Rômulo e Arão colocados em campo para, em tese, avançar mais e fazer a bola chegar em nosso Cavaleiro Solitário, o Guerrero. Trauco bem marcado pelos atleticanos no primeiro tempo, não viu a bola. Pará também não avançava. Gabriel seguia em seu estilo coadjuvante de sempre, talvez para a torcida perguntar, pela enésima vez, do porque de sua presença em campo e porque não, pelo amor de Deus, aproveitar Matheus Sávio, Paquetá, Mancuello, ou mesmo o cara que entrega Gatorade pro time.
Atlético PR começou assustando em bom lance que terminou com bola na trave. Primeiro cartão de visitas. Logo depois, Guerrero fez bonita jogada pelo centro, deu um drible de corpo, se livrou do marcador, ia marcar o golaço e…chutou para fora. Flamengo começava a exercer um certo domínio do meio para frente. Atlético-PR, um time muito bem treinado pelo Autuori dava poucos espaços, se recompunha com velocidade e se compactava muito bem. Pecava na falta de talento do time, porém sobrava em motivação.
Até que em um lance de bola parada, o “general” (não sei porque a transmissão insistia em chamar o zagueiro assim) Thiago Heleno deu uma cabeçada de DVD, jogando o corpo para trás, no alto, e fazendo a cabeça dar uma “chicotada” na bola. Estava marcado pelo controvertido Rafael Vaz, que preferiu não ir no corpo e anular esta jogada. Mas a bola subiu e foi descaindo em trajetória elíptica. Talvez embevecido pela beleza da jogada, Muralha demorou a saber o que fazer e quando foi na bola, era tarde. Gol do Atlético. Até imerecido na hora, mas futebol não é justo, e está nem aí para o que você acha.
Flamengo tentou avançar o time mas de forma inócua. As jogadas de ataque não fluíam.
Aí veio o intervalo. A ordem do Autuori foi:”Façam cera. Muita”. A ordem do Zé Ricardo foi: “Deixem Marcio Araujo organizar a saída de bola”. E assim foi, Marcio Araujo, o dono do time com este Zé Ricardo ainda de treinador, entrou no segundo tempo desfilando sua enorme dificuldade em organizar lances mais decisivos. Mas a bola tinha que passar por ele. Flamengo no modo arame liso chegava perto do gol e nada. A hora passando. Zé Ricardo devia estar dormindo no banco e nenhuma mexida, troca de posição mais ousada, nada. Estava satisfeito. Talvez confiava em um milagre espontâneo. Deve ser bem religioso. Eis que em um lance perigoso, em mais um belo lance do Guerrero, Gabriel se enrola todo na área e perde gol feito. Não que se esperasse muito, mas é aquilo, vai que?
Foi a senha para que perto dos 30 minutos o Zé Ricardo despertasse de sua letargia e resolvesse substituir. Colocou Damião e Matheus Sávio. Guerrero passou a ter companhia, Flamengo ganhou um meio mais talentoso, e Trauco voltou bem à lateral. Time melhorou demais. As chances começaram a pipocar. E o Flamengo perdeu um gol atrás do outro com Damião, sempre por um triz para a bola entrar.
E ela entrou. No gol do Flamengo. Zé Ricardo tirou Marcio Araujo, enfim, para colocar Mancuello. No desespero. Mas isto culminou em gol de contra-ataque do Atlético pegando a frente de zaga aberta. Desta vez Muralha não falhou.
Logo depois Flamengo faz seu tão merecido e suado gol, pelo Arão. Juizão então dá apenas 3 minutos de acréscimo, favorecendo a cera praticada pelo Atlético-PR durante todo segundo tempo. Matheus Sávio, cagando e andando pro mito “vai sentir pressão”, ainda tentou uma última jogada, como “dono do time” na ocasião, mostrando boa personalidade.
Fim do jogo. Zé Ricardo elogia a atuação do time. Orgulhoso. Vitória para ele é só mero detalhe. Estamos bem.
Flávio H. de Souza escreve no Blog Pedrada Rubro-Negra. Siga-o no Twitter: @PedradaRN
Foto destacada nas redes sociais: Gilvan de Souza / Flamengo
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