A distância entre Madrid e Rabat é de 971km, de acordo com o Google Maps. O voo entre as duas cidade dura pouco menos do que uma hora e meia. Mesmo assim, para Vinícius Júnior, são dois mundos diametralmente opostos quando se fala do tratamento da torcida.
Na Espanha, onde brilha no Real Madrid, o craque formado no Flamengo é vítima constante de ataques racistas dos torcedores rivais. Os casos se sucedem sem que a a Liga Espanhola ou as autoridades do país façam algo de concreto. No caso mais recente, contra o Mallorca, Vinícius foi atacado dentro de campo e fora dele.
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Craque de bola e homem de cabeça feita, o moleque de São Gonçalo não parece se abalar. A cada ofensa racista, Vinícius Júnior levanta ainda mais a cabeça. Depois de cada absurdo preconceituoso gritado das arquibancadas, mais Vini dribla e arrebenta as redes adversárias. Após cada comentário racista e xenófobo na mídia, mais Vini dança na cara dos racistas.
“Vinícius é como nós’, disse torcedor marroquino
No Marrocos, porém, o clima é completamente diferente. O craque do Real Madrid é um dos mais requisitados e queridos pelos torcedores locais. O marroquino Ahmed Al-Sabah, de 24 anos, falou com o repórter Bruno Braz, do UOL. Ele resumiu bem a questão.
Ahmed disse: “O Vinícius sofre preconceito porque é como nós. Ele é negro e latino. Nós somos africanos e também sofremos preconceito. Para alguns, é difícil aceitar quando um de nós faz sucesso pelo seu talento.”
Neste sábado (11), o Real Madrid decide o Mundial de Clubes da FIFA 2022 com o Al Hilal, da Arpábia Sáudita. Vinícius Júnior está confirmado na partida e mais uma vez deve fazer a alegria dos torcedores. Nos braços do público marroquino, o Garoto do Ninho vai driblar, bailar e sorrir.