Por Maurício Neves, blogueiro e apoiador do MRN – Siga-o no Twitter: @flapravaler
O Flamengo venceu o São Paulo com uma atuação mediana. Ninguém foi muito mal, e apenas Guerrero teve uma atuação acima da nota 7. O time padece por ter volantes que não jogam, o que sacrifica o papel ofensivo dos laterais e sobrecarrega os meias. É pouco, para o elenco que tem. Os dois times acima na classificação possuem elencos menos abastados, mas mais explorados por seus treinadores. Valeu pelos dez minutos finais do primeiro tempo, quando o talento individual superou a limitação coletiva de um time que parece eternamente em pré temporada. Em alguns momentos, o time mostrou que os talentos individuais podem fazer deste um Flamengo de toque de bola refinado.
THIAGO: Não chegou a ser incomodado. Demonstra ainda dificuldade na reposição, o que atrapalha a transição para o ataque. Nota 6.
PARÁ: Bem defensivamente, prejudicado ofensivamente pela lentidão dos volantes e, no segundo tempo, pela partida ciriniana de Berrío. Nota 5.
RÉVER: Seguro, perdeu apenas um lance contra Pratto quando fez a cobertura de Trauco. Soube impor respeito quando o São Paulo esteve mais próximo da área. Nota 7.
RHODOLFO: Tão seguro quanto seu companheiro, tem mais explosão para antecipação e ainda quase marcou um gol no segundo tempo, o que lhe valeria uma avaliação melhor. Nota 7.
TRAUCO: Esbarrou na falta de diálogo com os volantes. Por conta disso, precisou alongar o jogo com Éverton e não se aproximou dos meias. Tem espírito coletivo, renderia muito mais em um time mais organizado. Nota 6.
CUELLAR: Começou o jogo aproximando-se dos meias, mas logo caiu na burocracia improdutiva gerada pelo seu companheiro de setor. Fez bem a recomposição, errou alguns botes, sumiu no segundo tempo. NOTA 5
MÁRCIO ARAÚJO: Uma boa roubada de bola servindo a Diego no primeiro tempo e só. Não deixa o jogo fluir e faz Diego voltar em excesso. O jogo no segundo tempo foi a sua cara: arrastado, lento (ou falsamente veloz), estéril. É um obstáculo à evolução do time. Nota 4.
DIEGO: Fez leitura perfeita dos espaços a serem ocupados para municiar o ataque. Foi perdendo intensidade por precisar buscar o jogo. Mais um golaço, com o mérito de ser o gol que rendeu tranquilidade, e nem quero pensar no que teria sido o segundo tempo se a vantagem fosse apenas de 1×0. Mostrou-se mais entrosado com Everton Ribeiro. Está em 70% de sua melhor forma no Flamengo, e crescendo. Nota 7.
EVERTON RIBEIRO: Bem coletivamente, e demonstra que precisa ganhar ritmo para crescer individualmente. Deu vida inteligente ao setor direito, e é um entreposto entre Diego e Guerrero, entre Diego e as subidas de Pará. Assistência simples para Diego, mas que bem demonstra seu pensamento coletivo. Ao cansar, errou passes. Nota 6.
GUERRERO: O melhor em campo. Uma ação dupla sua – inteligência para induzir o adversário à falta e a cobrança de almanaque – tirou o Flamengo de uma enrascada de 35 minutos. Participou do segundo gol. Prendeu os zagueiros, mas saiu da área no segundo tempo para dar opção com qualidade. Quase fez o terceiro, o que valeria um ponto extra nesta análise. Nota 8
EVERTON: Muito fôlego, mas parecia em uma frequência diferente dos demais. Abusou das posições de impedimento, o que sepultou alguns ataques e atrapalhou outros. Igualmente sofreu com a bola lenta que (pouco) vem dos volantes. NOTA 5
BERRÍO: Em contraste com a atuação de quarta-feira, foi um horror. Não ganhou divididas, não arrancou, errou passes. Parecia desligado. Parecia perdido. Parecia Cirino. Nota 4.
RENÊ: Nada digno de nota.
MATHEUS SÁVIO: Nada digno de nota.
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ZÉ RICARDO: Mais uma partida sem mostrar evolução. Seu time está estagnado. Parece confortável com o terceiro lugar, quando poderia estar ombro a ombro com o líder. Era uma partida mais para Vinicius Júnior e menos para Berrío, eis que os espaços eram mais para toques e dribles curtos do que para arrancadas, e a escolha pelo segundo comprometeu as chances de qualificar ainda mais o escore. Nota 5.
Imagem destacada no post e redes sociais: Gilvan de Souza/ Flamengo
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