O Flamengo continua sua caminhada em busca do tricampeonato da América nesta quinta-feira (28), contra a Universidad Católica. O clube chileno passa por um momento complicado na temporada e precisa vencer em casa para seguir sonhando com a vaga nas oitavas de final da Libertadores.
É preciso dizer que a Católica demitiu há duas semanas o treinador Cristian Paulucci e está na sua maior crise na temporada. Vamos analisar Los Cruzados com base os últimos cinco jogos da equipe em 2022, buscando extrair padrões e projetar o duelo contra o Mengão.
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Como ataca a Universidad Católica?
Utiliza como estrutura tática básica o 4-1-4-1 em primeira fase de construção. Os laterais Fuenzalida e Parot realizam uma saída sustentada auxiliando os zagueiros Ampuero e Paz quando recebem mais próximos do goleiro Perez.
Ao passo que a Católica progride no campo, mudanças importantes acontecem no posicionamento dos jogadores. Na segunda fase de construção, o volante Gutiérrez baixa entre os zagueiros, formando uma saída de três.
Com isso, Fuenzalida e Parot passam a ter liberdade para se tornarem alas. O meia-atacante Marcelino Nuñez passa a ajudar o volante Leiva a frente da zaga e por vezes a equipe faz uma saída em 3+2.
Devido ao posicionamento mais avançado dos alas, Tapia e Valencia passam a atuar mais centralizados, por trás do centro-avante Zampedri. A princípio a dupla inicia as jogadas como ponteiros, mas não possuem características para atuar no setor.
Valencia é um atacante alto e relavitamente lento. Busca bastante as projeções pelo o corredor central e por vezes se torna outro atacante dentro da grande área. Já Tapia é mais rápido que seu companheiro e eventualmente busca a linha de fundo com velocidade, mas não tem a capacidade de duelar contra os laterais adversários em situações de 1×1.
Dado que a equipe chilena não possui pontas que buscam superioridade qualitativa, o ataque pelo lado do campo fica muito condicionado as ultrapassagens de Fuenzalida e Parot.
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Por dentro, a Católica possui algumas dinâmicas de terceiro homem, que visam tanto a infiltração dos meias Nuñez e Leiva, como dos atacantes Tapia e Valencia através de passes realizados pelos zagueiros. Por exemplo: O volante Leiva (1º homem) aciona o zagueiro Paz com um passe para trás. O defensor (2º homem) aciona o atacante Valencia (3º homem), que realiza facão buscando receber próximo da grande área.
Apesar de algumas dinâmicas bem estabelecidas para atacar, a Católica apresenta muitas dificuldades para agredir seus adversários. Principalmente quando precisa estabelecer ataques posicionais. Isso tem muito a ver com a má execução desses mecanismos com bola: lentidão da troca de passes e dificuldade para identificar vantagens dentro do campo.
Em transições ofensivas, a Católica privilegia os contra-ataques acionando rapidamente Tapia e Valencia em direção ao gol. Nessas condições a dupla possui velocidade e força suficientes para dificultar bastante os defensores adversários.
Como se defende a Católica?
Analogamente ao momento com bola, a Católica tem como estrutura base em organização defensiva o 4-1-4-1. Com Gutiérez no entrelinhas, a equipe busca se compactar e marcar numa área de 30 a 40 metros. Esse comportamento é majoritário quando a equipe está em bloco médio/baixo.
Os ponteiros Tapia e Valencia e o centrovante Zampedri não são agressivos na abordagem defensiva. Buscam proteger o setor e eventualmente sobem a pressão caso surja uma oportunidade de interceptação.
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Na linha defensiva, Fuenzalida e Parot possuem um comportamento diferente. A dupla é orientada a subir pressão quando o ala/ponteiro recebe próximo da região que são responsáveis. Um encaixe individual por setor é realizado onde algumas perseguições mais longas acontecem dependendo da forma como o ataque se desenvolve.
Assim como em organização ofensiva, os chilenos também possuem uma variação dependendo da altura da marcação. Quando marcam em bloco alto, o meia Nuñez passa a atuar mais próximo de Zampiedri e a equipe passa a marcar num 4-4-2. Dessa forma, os volantes Gutiérrez e Leiva passam a atuar alinhados junto aos ponteiros Tapia e Valencia.
Em transição defensiva, a equipe opta por realizar a recomposição de suas linhas de marcação para proteger a profundidade. Não é possível constatar padrões de pressão pós-perda – se acontecem são factuais.
Por causa das subidas constante dos alas, a Católica vem apresentando dificuldade para proteger os corredores laterais quando perde, o que gera largos espaços para os ponteiros adversários.
Projeção para o duelo Universidad Católica x Flamengo
Pensando no duelo contra o Flamengo, a Católica deve preferir dividir a posse de bola. Assim é possível imaginar a equipe chilena iniciando a construção ofensiva em linha sustentada e, formando uma saída de três com Gutiérrez, liberando os laterais para progredir no campo.
O Mais Querido precisa buscar formas de dificultar as dinâmicas ofensivas da Católica. Pressionar a saída de bola com João Gomes mais avançado e próximo a Gutiérrez é uma possibilidade para Paulo Sousa realizar mais constrangimento na saída adversária e forçar ligações mais longas.
Sem bola, a Católica deve inicialmente tentar subir pressão na saída de bola do Flamengo, porém, com o tempo, tente baixar seu bloco de marcação e explorar contra-ataques, tanto com os alas quanto com os ponteiros.
Se a execução com bola for efetiva na saída de três, o Flamengo vai encontrar espaços para atacar o último terço. As movimentações de Everton Ribeiro e Lázaro serão essenciais para acionar Gabi e Arrascaeta em profundidade.
O Flamengo é favorito para o confronto contra a Católica. Enfrentar um adversário que possui ideias estabelecidas, porém mal executadas. Além do fato de tecnicamente ser superior aos chilena.
Contudo, também precisa apresentar a evolução estabelecida nos jogos contra Talleres, São Paulo e Palmeiras. Se repetir uma atuação parecida com a qual perdeu para o Athletico-PR, no último sábado (23), terá dificuldades no Chile.
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