O Flamengo voltou a tropeçar na noite do último domingo (11) contra o Goiás e se distanciou ainda mais do eneacampeonato brasileiro. Com pouquíssimo volume ofensivo durante o jogo, a equipe sentiu mais uma vez a falta de Pedro durante o duelo.
Sem Pedro, Flamengo fica distante do gol do Goiás no primeiro tempo
Sem o camisa 21 (suspenso), Dorival Jr. optou por começar o jogo com Victor Hugo centralizado. A princípio, o meia tentou emular os movimentos de arraste dos zagueiros feitos por Lázaro, a fim de gerar espaços às suas costas. Todavia, sem compensações para atacar a profundidade.
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Enquanto com Lázaro o próprio Victor Hugo mais recuado atacava esse espaço gerado, por outro sem ele não havia nenhuma movimentação coordenada para progredir no campo. Marinho e Cebolinha majoritariamente mantinham-se abertos, buscando vencer duelos individuais, sem êxito.
A dupla recebia o auxílio de Matheuzinho e Ayrton Lucas em alguns momentos, mas os laterais também não tiveram uma noite inspirada. Erros nas tomadas de decisão e execução limitam os ataques rubro-negros.
Como resultado, o Flamengo teve uma posse distante do gol adversário, forçando o jogo pelo lado com os ponteiros e sem opções para atacar pelo corredor central. Ainda assim, a equipe conseguiu alguns chutes a gol através das bolas longas de David Luiz.
Com Arrascaeta de “nove”, Flamengo se descompacta em campo
O panorama dos 45 minutos iniciais se manteve no início do segundo tempo: Flamengo distante do gol e dependente das tomadas de decisão de Marinho e Cebolinha. Com o volante Dieguinho aberto pela direita, após a saída de Dadá Belmonte lesionado, as dificuldades aumentaram.
O time se tornou ainda mais anulado pelo lado e sem opções para empurrar a linha defensiva goiana. Num lance esporádico, Vidal se projetou à área para emular a movimentação de Victor Hugo quando atuava com Lázaro. O volante cabeceou com perigo.
Em busca do resultado, Dorival sacou Marinho e Everton Ribeiro para as entradas de Rodinei e Arrascaeta. Inicialmente, o uruguaio atuou no meio-campo. Mas logo trocou de posição com Victor Hugo e passou a se posicionar na referência do ataque.
A ideia era nítida de tentar transformar o camisa 14 num “Falso Nove”, gerando espaços para Victor Hugo se projetar. Na prática, a execução passou longe disso. O meia tentou gerar profundidade e pouco baixou para buscar apoio na linha de meias.
Dessa forma, além de não conseguir progredir verticalmente no campo, a equipe conectava mais os setores. Ou seja, gerando blocos espaçados e sem associação entre si. O Flamengo passou por seu pior momento ofensivo no jogo.
Mateusão entra e enfim Flamengo empurra Goiás para seu campo de defesa
O técnico rubro-negro voltou a mexer na equipe e enfim trouxe uma solução mais prática para o contexto: colocar em campo um jogador que tentasse emular os movimentos de Pedro. Com Mateusão e Matheus França em campo, o Flamengo se reorganizou num 4-2-3-1.
Entretanto, em seguida sofreu o gol de Dieguinho. Mesmo assim, a equipe conseguiu empurrar o Goiás para o campo de defesa. Ao passo que a postura mais recuada do time esmeraldino pode ser explicada pela vantagem no placar, também aconteceu pela presença de um centroavante.
O jovem jogador de 17 anos forçava os zagueiros do Goiás a acompanhá-lo a grande área, fazendo com que os laterais também baixassem a linha. Logo o Flamengo conseguia avançar e trocar passes no campo de ataque, gerando assim maior volume ofensivo por estar mais próximo do gol.
Apesar de a mudança não ter causado diretamente o gol de empate com Matheus França, por alguns minutos o Flamengo conseguiu pressionar o Goiás de fato. Porém, as modificações não foram suficientes para chegar à vitória.
Isso porque mesmo com o problema de profundidade resolvido, as dificuldades na execução dos jogadores persistiram até o apito final. Em especial com Matheus França, que apesar do gol, errou muitas decisões. Principalmente nas conexões com Arrascaeta.
Sem Lázaro, Dorival Jr. precisa encontrar soluções para atuar sem Pedro
A venda de Lázaro tirou de Dorival Jr. sua principal alternativa para escalar o Flamengo sem Pedro. Sem o meia-atacante (agora jogador do Almería), a equipe B não possuí mais dinâmica para gerar profundidade.
Gabi e Victor Hugo podem conseguir emular seus movimentos, mas nos testes em que atuaram mais avançados não funcionaram. Já nos poucos minutos em sua estreia pelo Campeonato Brasileiro, Mateusão conseguiu ser mais eficiente em emular o impacto de Pedro em campo.
Nesse sentido, o técnico deve encontrar soluções para atuar sem Pedro e pode conseguir atuar sem um centroavante. Mas parece que a realidade indica que o mais prático a se fazer é usar Mateusão. De qualquer maneira, há um nítido problema que Dorival precisa solucionar.
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