Em entrevista à ESPN, o vice-presidente de Relações Externas do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista, o Bap, falou sobre a demora para o acerto de indenizações para as famílias das vítimas do incêndio no Ninho do Urubu, tragédia que completou ontem 11 meses. Bap foi questionado pelo jornalista William Tavares sobre a suposta incoerência entre os altos gastos do Flamengo para reforçar o elenco e o não pagamento de indenização a todas as famílias — até o momento, três famílias e meia aceitaram o que o clube propôs e com as demais ainda não houve acordo. Bap respondeu que não há relação entre uma coisa e outra, que a resolução não depende só do Flamengo e que os dirigentes do clube estão com “as consciências absolutamente tranquilas de que estamos fazendo o melhor que pudemos”. Veja a resposta completa do dirigente:
“O Flamengo tomou uma decisão interna de como deveria se posicionar. Esse assunto acabou sendo judicializado. Eu não acompanho detalhes, e ninguém no Flamengo está autorizado a falar sobre esse assunto que não sejam os advogados do Clube de Regatas do Flamengo. O que eu posso dizer é que o Flamengo sempre fez muito mais do que qualquer outro caso semelhante na história do Brasil nos últimos 30 anos. Vamos lembrar aqui que casos como Mariana e Brumadinho até hoje não tiveram indenizações. Outros casos de incêndio importantes como o da boate de Santa Maria em que jamais houve uma indenização. Isso não é uma desculpa em nome do Flamengo. Vamos combinar que esse é um assunto bastante delicado. É impossível você colocar preço na vida de uma pessoa, a vida de uma pessoa não tem preço. O que está se discutindo agora são indenizações que não tem nada a ver com você repor a vida de uma pessoa, até porque a vida de uma pessoa não tem preço. Mas o Flamengo não se pronuncia sobre o assunto especificamente. Nós estamos com as nossas consciências absolutamente tranquilas de que nós estamos fazendo o melhor que nós podemos em função das circunstâncias. Vamos lembrar que o Brasil não é um país que seja nem simples, nem fácil, nem rápido das coisas acontecerem. Tem muitas coisas importantes no Brasil que a gente gostaria que acontecessem logo e que demoram anos, às vezes décadas e não acontecem. Não vai ser o Flamengo que vai ser ou as autoridades públicas que vão acomodar isso no ritmo ou na velocidade que as pessoas gostariam e que eventualmente as famílias merecem. Infelizmente não é uma coisa que dependa só da vontade do Clube de Regatas do Flamengo. Isso é um assunto que está sendo muito bem cuidado pelos nossos advogados, é um assunto que nós estamos sensíveis também, mas não tem absolutamente nada a ver com o futebol do Flamengo. Isso foi uma tragédia horrorosa que aconteceu num espaço do Flamengo, a maior tragédia, com certeza, e nós somos sensíveis a isso. O que eu posso dizer é isso.”