Por mais que a mudança tenha efeitos colaterais, como o desastre da Fonte Nova, é notável que há algo sendo erguido
O Flamengo hibernou. Inverso a toda reestruturação financeira pelo qual passou, um planejamento esdrúxulo para com o futebol jogou seguidas temporadas no lixo. Mesmo com elencos cada vez mais caros, a melhor fase técnica da equipe, nos últimos anos, foi quando um menino de 17 anos carregava o time.
Não havia padrão, filosofia, nada. Era a bomba na mão de técnico novato ou um “bora lá” qualquer com algum baluarte do clube da boleiragem. E depois de quase direcionar também a atual temporada ao fundo do poço, com uma escolha carregada de uva e álcool, enfim pensou-se fora da caixinha, não para salvar apenas 2019, mas sim implantar algo realmente novo.
O Fla pós Copa América é diferente. Por mais que a mudança tenha efeitos colaterais, como o desastre da Fonte Nova, é notável que há algo sendo erguido. Que deveria já estar sendo construído quando se enfrentava Madureira e Cabofriense em períodos carnavalescos e não em meio a decisões. Mas embora tardia e cercada de tensão, a remontada já se iniciou.
Ninguém vai dormir embriagado – excesso de vinho pode ser prejudicial – e acordar novinho em folha. Não dá pra esperar um time totalmente pronto com o trabalho se iniciando no meio do ano. Estamos acordando, ainda.
Vai sendo construído um Flamengo objetivo, vertical, intenso, para ser superior e levar pra casa muito além de três pontos.
Com o elenco atual, vencer o Grêmio reserva é perfeitamente possível, até provável, mesmo nos comandos anteriores. Mas é na forma como vencemos que notamos, aos poucos, o que vem mudando.
Vencemos criando, jogando, não os deixando jogar. O Grêmio criou uma chance no jogo inteiro, onde foi marcado um impedimento inexistente (o VAR provavelmente corrigiria se a bola entrasse), e achou o gol num pênalti infantil do Pablo.
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Houve chances, gols perdidos, pênalti não marcado e uma vitória incontestável. O Flamengo em construção é o Flamengo incontestável, que pega um time inferior ou desmantelado dentro de casa e massacra. Sábado, poderia ter acontecido outro 6×1, assim como contra o Goiás. Para iniciar uma corrida ao topo, isto é necessário. Não se almeja algo grande passando perrengue contra os reservas do Athletico, comandados pelo saudoso camisa 10 Marcelo Cirino.
Ainda é muito cedo para exigir uma regularidade nessa forma de ser superior. Acidentes como a porrada que tomamos do Baêa podem se repetir. Embora individualmente nossos zagueiros estejam em fase espetacular, ainda falta o entendimento geral da defesa com relação ao posicionamento, principalmente em bolas longas vindas do segundo terço do campo, o que pode nos custar pontos se o adversário souber explorar.
Também precisamos de outro centroavante, para que não sejam necessárias mudanças radicais quando Gabigol estiver ausente. Mas a cada passo, as mostras do que pode vir são animadoras.
O Flamengo do Mister faz o torcedor sair do Maraca não só aliviado como também esperançoso.
Ainda estamos bem longe, mas dessa vez, há claramente um destino a chegar.
Já avistamos. Não é uma adega.
Saudações,
Twitter: @_LeoLealC
Insta: @leoleal_cl
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