O Flamengo largou na frente nos primeiros 90 minutos da decisão do Campeonato Carioca. Com grande atuação do seu quarteto ofensivo e Bruno Henrique fazendo história. Saiba o que os principais comentarista do rádio e da televisão falaram a respeito da partida.
Eraldo Leite (Rádio Globo)
O Flamengo venceu demonstrando o que foi sua superioridade. Podia ter saído mais um gol. Ficou de bom tamanho esse dois a zero. Tem segundo jogo. Tudo pode acontecer. A gente já viu de tudo no futebol. Ainda que houvesse uma goleada do Flamengo sobre o Vasco, seria possível inverter a situação. O Flamengo foi muito superior o tempo inteiro. No primeiro tempo até finalizou menos. Teve poucas oportunidades reais de gol. Mas essa superioridade comprovada pelos números, resultou no seu poder de pressionar o adversário e criar oportunidades de gol.
Mauro Cézar Pereira (ESPN Brasil)
Esse jogo foi marcado por obviedades. Número 1: o Flamengo tem obrigação de ser campeão carioca. Clássico uma pinoia. Time do Vasco é fraquíssimo e sob um comando ruim do Alberto Valentim. Mal treinado, sem repertório nenhum, sofrível. Chegou à final porque alguém tem que chegar. O Flamengo com o investimento que tem, tem a obrigação de ser campeão em cima desse time do Vasco. O Arrascaeta titular é óbvio também. Não acontece há mais tempo pela teimosia do técnico. No jogo mais difícil do ano, contra o Peñarol, ele não jogou. O Diego tem que ser no Flamengo o que o D’Alessandro é no Internacional: um jogador experiente, um camisa 10 que vai entrar em alguns jogos. Começa a haver uma boa combinação entre o Arrascaeta e o Everton Ribeiro. O jogo não foi fácil como parece. Por incompetência do Flamengo o primeiro tempo. Chutou uma bola no gol apenas. E o último lance do primeiro tempo. O Flamengo pressionou a saída de bola e o Vasco não consegue trocar três passes para sair dessa marcação. É um time sofrível.
Paulo Nunes (Premiere/Sportv)
Foi o melhor jogo do Flamengo na temporada. Não foi que o Vasco não conseguiu jogar. O Flamengo que não deixou o Vasco jogar. Adiantou a marcação desde o começo da partida. Adiantando o Arão para marcar o Lucas Mineiro, que não conseguiu sair com a bola, e o Raul menos ainda. Os laterais do Vasco não passaram, principalmente o Cáceres, que ficou muito preso porque tinha o Bruno Henrique do lado, às vezes o Arrascaeta e o Gabigol. Essas mexidas que o Flamengo teve na partida tiveram a cara do Abel.
Washington Rodrigues (Rádio Tupi)
Não gostei do primeiro tempo. O Flamengo teve mais a bola mas não houve objetividade. Em 45 minutos, tivemos um chute no alvo, dado pelo Everton Ribeiro. O futebol está sendo jogado assim. Nessas decisões de 180 minutos é sempre um com medo do outro. Nós estamos jogando um futebol aqui no Brasil em câmera lenta. Uma rotação diferente. Hoje assisti Liverpool x Chelsea numa intensidade os 90 minutos. Aqui a gente não vê. É furada, passe errado de dois metros. Futebol brasileiro parece que só tem 45 minutos. Segundo tempo foi totalmente diferente do primeiro. Esquentou. Não foi um baita jogo, mas tem o seguinte: só o Flamengo jogou. O Vasco não jogou nem mal nem bem. O Vasco não jogou. Uma decisão e o Diego Alves não fez uma defesa. Tomou o primeiro gol e parece que foi um soco na ponta do queixo. Parou de jogar. Podia ter sido três a zero se um não tivesse sido mal anulado. Se o Flamengo insistisse poderia ter feito mais. O Vasco simplesmente abandonou o jogo.
Gian Oddi (ESPN Brasil)
Indiscutivelmente, a gente tem visto já nos últimos clássicos o Flamengo tomando a iniciativa, indo pra cima, fazendo o que tem a obrigação de fazer, com os jogadores que tem, com a diferença de elenco que tem em relação aos seus adversários no Rio de Janeiro. Flamengo dominou o jogo e mereceu a vitória. O Vasco foi muito mal e não conseguiu causar perigo em momento algum. O 2×0 ficou de bom tamanho e acho que poderia ter sido mais. E aí a gente parte, depois dessa avaliação coletiva do Flamengo, pra avaliação individual. E aí não tem gente. Nem acho que o Arrascaeta tenha feito um primeiro tempo tão bom mas no segundo cresceu muito e foi determinante para os gols e acaba saindo como destaque porque havia um holofote muito grande em cima dele. talvez tenha ganhado essa posição que não dá nem para dizer que é a posição do Diego, né? A gente viu o Arrascaeta jogando mais pela esquerda com o Everton jogando centralizado na posição que é do Diego. Gabigol pela direita e o Bruno Henrique de centroavante. Tinha muita gente reclamando da posição do Bruno Henrique, mas ele acaba fazendo não dois mais três gols, embora apenas dois fossem validados.
Zinho (Fox Sports)
O Flamengo pode encarar o Vasco com time reserva. Já encarou. Esse elenco que o Flamengo tem. Se você coloca todos no segundo jogo da decisão e perde jogadores importantes para o jogo da Libertadores e perde o jogo lá e deixa a classificação para a última partida. Tem uma semana agora para descansar. Mas do jogo do Vasco para o outro o tempo é bem menor.
André Kfouri (ESPN Brasil)
Eu acho que o Vasco vai sofrer muito. Não vejo nenhuma, nenhuma, do Vasco dá a volta no Flamengo nessa decisão. (…) A gente vem falando das convicções e das escolhas do Abel, em relação ao Arrascaeta, Arão e tal… Na quinta-feira (contra o San José), aconteceu um problema de afunilamento, os jogadores de lado estavam com o chamado pé invertido. Naturalmente o movimento era do lado para dentro. A bola não girou. Estou falando do primeiro tempo. Hoje começaram de um jeito, foi feita a inversão mas tem uma coisa: o Abel não pensa no Gabriel como centroavante. Está clara essa decisão. Eu acho que ele enxerga o Bruno Henrique como uma cara que tem mais condição de disputar, de ser referência, de ser o homem da bola aérea. O que eu quero ressaltar é que são tantas as opções que ele tem, pela qualidade e quantidade dos jogadores muito acima da média que ele tem para usar nessas funções que é de supor que o Flamengo deveria estar exibindo algo mais, ainda no campeonato estadual.
Lédio Carmona (Premiere/SporTV)
Todas as mudanças do Abel deram muito certo. A decisão inicial de escalar o Arrascaeta no lugar do Diego e as trocas no segundo tempo. O que não deu errado para o Vasco, no fim das contas, foi o placar. Do jeito que foram as coisas no segundo tempo, poderia ser bem pior. O Vasco ainda vai com uma certa vida para o segundo jogo mas pelo que jogou aqui hoje é muito difícil pensar na possibilidade de reverter. Vai ter que jogar muito mais.
Dé Aranha (Rádio Globo)
Taticamente, os times até podem ser escalados parecidos. Mas vamos falar sério: pra mim o sistema defensivo do Vasco é melhor do que o do Flamengo. Agora, do meio pra frente, é sacanagem a gente fazer uma comparação técnica. E para completar o expediente, o De Arrascaeta, tão cobrado por todos, foi colocado em campo. E não foi no lugar do Diego. Mas houve uma série de mexidas no time do Flamengo. O Gabigol veio para o lugar do Everton Ribeiro. O Everton Ribeiro foi para o lugar do Diego. O Arrascaeta foi para a ponta esquerda. E de centroavante quem jogou foi o
Bruno Henrique, que diante do San José jogando nessa função, não jogou mal mas foi quem destoou um pouco. Mas hoje não. Teve intensidade o tempo todo.
Zé Elias (ESPN Brasil)
Gostei do Flamengo. Teve essa variação tática com o Bruno mais centralizado. Eles tiveram muita movimentação. Nós vimos o Gabriel por dentro também. O Arrascaeta por dentro e o Everton por fora e o Bruno pelo lado direito. Essa movimentação toda dificultou muito para a defesa do Vasco porque não tinha a referência, por conta dessa movimentação, e aí a defesa não consegue se armar, o meio-campo, sabendo disso, tem que encontrar um posicionamento para fazer que essa bola não chegue à defesa e ataque do Vasco foi nulo. O Flamengo jogou da maneira que desejava e teve o controle total do jogo. Faltou um pouco de capricho nos últimos passes dentro da área. Tem que arriscar mais de fora da área para condicionar o adversário a sair um pouco mais para evitar e ter uma certa facilidade.
Edmundo (Fox Sports)
A camisa do Vasco é gigante. Merece todo o respeito. É chamado o time da virada. Mas para isso é preciso jogar com onze. E hoje não jogou com onze. Uns dois, três ali não tocaram na bola. Escolhas do técnico. Foram presas fáceis.
Eduardo Tirone (ESPN Brasil)
A diferença de um time e de outro já imensa, do ponto de vista técnico. Final, clássico, sempre se imagina que o time que é mais fraco possa dar uma enroscada. Como o Fluminense. Mas o Fluminense tem mais ideia de jogo. Eu acho muito difícil o Vasco conseguir vencer esse campeonato. E se acontecer, é uma tragédia para o Flamengo, depois de fazer uma vantagem dessa, conseguir perder um título desse. O Flamengo tem a obrigação de vencer.
Eugênio Leal (Fox Sports)
O Flamengo dominou amplamente. Diante de um rival mais fraco tecnicamente. Mas eu achei que o Abel mexeu demais no time. Tanto que no primeiro tempo o Flamengo, embora tenha dominado, não conseguiu traduzir isso em gol. Muita gente pensa no Arrascaeta jogando por dentro, no lugar do Diego. Ele construiu sua carreira jogando pelos lados do campo. Inicialmente pela direita, no Defensor-URU. E no Cruzeiro muito mais pela esquerda. Claro que eventualmente ele pode jogar por dentro. Me parece que ele se sente mais à vontade pelo lado do campo. Então para o Arrascaeta entrar no time, ele não pode ter o Bruno Henrique, que ocupa aquela faixa esquerda. Então ele (Abel) tira o Bruno Henrique dali, bota de centroavante, ora trocando com o Gabriel, que começou pela direita e trocava como o Bruno Henrique o tempo inteiro. E tirou da direita o Everton Ribeiro para o lugar do Diego. Mexeu em muitas peças. Talvez o time tenha demorada a se entender com isso daí. Mas indiscutivelmente foi melhor do que o Vasco, mais intenso, marcou melhor a saída de bola, dificultou demais a vida do Vasco para trocar passes. E chegava toda hora. Primeiro tempo muito afobado, errando passes decisivos. No segundo tempo as coisas aconteceram com mais tranquilidade.
Sálvio Spinola (ESPN Brasil)
A polêmica está no gol anulado. O árbitro foi lá olhar (para o VAR). Werley tenta tirar a bola e o assistente valida o gol. O árbitro vai olhar no monitor. É um lance de interpretação. É um lance de uma complexidade, no que diz respeito à mudança da regra. O que diz a regra como exceção? Vamos tirar o Werley e colocar o goleiro… Quando o Renê chuta é indiscutível que o Bruno está em posição de impedimento. Mas a bola vai em direção ao Werley. O Werley não salva o gol. A bola iria para fora. Se é o goleiro ou qualquer zagueiro que está dentro do gol e espalma ou defende o gol, salvando o gol e a bola vai para o Bruno Henrique, é impedimento. O que é importante aqui? O Werley agride a bola, vai de encontro a ela. Deixa de ser um desvio acidental e é um passe. Antigamente teria que ter uma intenção, que seria um recuo para o goleiro. Mas isso mudou. O bandeira Tiago Correa, de alto nível inclusive, bem posicionado, vê que o Bruno Henrique está impedido e mesmo assim corre para o meio. Ele tem certeza que o gol é legal.
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