Vinicius Paiva tece comentários sobre o custo Maracanã, em cima da importante coluna de Walter Monteiro publicada no MRN esta semana
Por Vinicius Paiva – Twitter: @vpaiva_btj
Tecerei aqui alguns comentários a respeito da coluna do amigo Walter Monteiro aqui neste mesmo Balanço do Flamengo, acerca de questões relativas aos prejuízos resultantes do contrato do Flamengo com o Maracanã.
Como o articulista diz, o contrato atual é mais vantajoso que o anterior. Por anos (período 2013-18), reclamou-se do altíssimo custo de se jogar num Maracanã privatizado – mas lidou-se com o problema. Tudo porque a maioria das operações do Fla dava lucro. Não tanto quanto deveriam, mas davam.
Durante o período, o Fla foi o único que conseguiu fazer frente ao ticket cobrado por clubes de estádio próprio e demanda rica (Palmeiras e Corinthians). A Nação, inelástica a majorações de preço (como certa vez comprovei), nunca reagiu mal, desde que os jogos tivessem importância.
Aí veio a famigerada Libertadores 2018. Imaginando haver demanda reprimida após jogos com portões fechados – e ignorando o litígio da torcida com a diretoria, seus protegidos e celebrações por classificação via G-6 – a administração Bandeira de Mello optou por cobrar R$ 75 de ticket.
O valor, diga-se, era o mesmo cobrado um ano antes, quando os estádios lotaram. Mas em 2017 o Fla vinha de um Brasileirão 2016 surpreendente, bem como os ranços ainda não haviam chegado ao limite como um ano depois. Resultado? Um terço dos ingressos encalhou.
Em face disto – e até eleitoreiramente, visando o pleito que se avizinhava – a diretoria fez desmoronar os valores a níveis inéditos: algo em torno de R$25 já no BR-2018. A demanda respondeu positivamente, óbvio – ela é MUITO elástica a reduções, como eu também já havia calculado.
Com a boa campanha e luta pelo título, a política se manteve, e os preços baixos (pra ST) seguem no Estadual 2019. Com a diferença de que agora (diferente do que eu pensava no Brasileiro) estão corretíssimos. Carioca tem que cobrar barato. Prejuízo com 40 mil? Quem mandou não ter estádio…
Moral da história: nada mudou, apenas a redução do ticket fez expor o enorme corpo do “iceberg dos sem-teto” – outrora só com sua pontinha pra fora. A solução pra deixar de sê-lo, por óbvio, é a construção de um telhado pra chamar de seu.
Em tempo: reitero que os cerca de R$ 20 cobrados neste Carioca são absolutamente apropriados. Mas pagar para jogar em BR e Libertadores, brigando, com o elenco estelar e torcida disposta a gastar é BURRICE. Assim, pro nacional me parece apropriada a faixa dos R$ 40. Pra Liberta, R$ 60.
Infelizmente aos que pensam como eu (futebol como conjunção equilibrada negócio + paixão), o bom ticket para a 1ª fase da Libertadores deste ano já era: pacotes com valores irrisórios (R$ 24 por jogo) foram vendidos. Que ao menos bombe o ST, que este ano não caiu como às vezes acontece.
Publicado originalmente aqui:
https://twitter.com/vpaiva_btj/status/1090991722019123200
*Créditos da imagem destacada no post e nas redes sociais: Alexandre Vital / Flamengo (Arte
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