Com um Maracanãzinho recebendo apenas um público razoável, FlaBasquete perde para Pioneros de Quintana Roo e disputa neste domingo o terceiro lugar da Liga das Américas 2015.
Diogo Almeida (@DidaZico)
Depois de assistir um verdadeiro passeio do Bauru contra o time uruguaio do Peñarol (URU), no primeiro jogo da noite, o Flamengo entrou na quadra do ginásio do Maracanãzinho para defender o seu título conquistado de maneira invicta ano passado.
O adversário seria um conhecido da primeira fase. O time mexicano havia ganho em Cancún, numa virada espetacular no segundo tempo e acabou derrotado por 86 a 81. Ontem novamente aconteceu o inesperado, com uma atuação de gala do pivô Justin Anthony Keenan, o Pioneros desbancou a vantagem imposta no Q1 e dalí em diante os comandados de José Neto não conseguiram mais impor seu jogo. Em um festival de erros ofensivos e uma defesa frágil que não conseguia segurar sequer os tiros de três, que entravam inabaláveis aos gritos da torcida do Mengão. Tudo começava a dar certo para os caras, o Orgulho da Nação mostrou algo que estamos começando a nos acostumar a ver nesta temporada: Falta de nervos no lugar.
O cestinha do jogo não conseguiu evitar a derrota sofrida (Foto: FIBA)O JOGO
O Quintana começou melhor, fez 6/2 mas não abalou a confiança da torcida, que sabia que o jogo estava apenas começando. Logo essa postura foi recompensada com um rolo compressor de pontos. O Flamengo fez 17/6 e mostrou pela primeira e única vez no jogo uma supremacia que o credenciava a disputar o primeiro lugar de igual para igual com o Bauru. Final de quarto: 23/14.
O Q2 começou. E logo a postura dispersivo começou a dar o ar da graça, deixando apenas a torcida mexicana com sorriso nos lábios. O time ficou praticamente 4 minutos sem converter um ponto! Fatal para um jogo que pode ser decidido em milésimos de segundo. O time do “baixinho” armador Angley Manjarres (1,85m) dominou o perímetro ofensivo e fazia uma marcação muito forte, atordoando a nossa equipe. José Neto pediu tempo e rodou o time mas efetivamente nada disso foi preponderante para a melhoria da equipe do Maior do Mundo. A partida agora era toda do time de Cancún, que, se ainda não tinha passado do placar, encostara como um trem desenfreado. Era questão de tempo. O Orgulho da Nação terminou o primeiro tempo nas cordas.
O segundo tempo começou do jeito que terminara o primeiro. Um Flamengo frágil, que não conseguia empolgar seu torcedor. Parecia um pesadelo, mas a esperança no jogo rubro-negro vinha com a garra de Meyinsse e o jogo formidável de Marquinhos, o cestinho do jogo com 27 pontos. Olivinha errava muito. Não vibrou em nenhum momento do jogo, com 23 minutos em quadra chutou 3 bolas de três e zero aproveitamento, e marcou incríveis apenas 2 pontos. Marcelinho teve desempenho ainda pior, mesmo saindo do banco, o veterano capitão não comandou o quinteto em quadra. Não ajudou, errou de maneira bizonha as bolas de três importantes para o time.
E assim trancorria o jogo. Um sacríficio. O terceiro quarto terminou com Soriano, Clemente e o tanque Keenan jogando um belo balocesto. 60/58 para o time mexicano.
Laprovittola errava. Marquinhos, Meyinsse e o Hermano Herrmman não conseguiam carregar o time lá na frente. As escolhas do nosso armador se mostravam erradas. Nico não estava em um bom dia. Não infiltrava. Marcou apenas 10 pontos em pouco mais de 35 minutos em quadra. Gegê mostrou mais uma vez na temporada que não consegue reverter uma partida ruim do argentino e Benite talvez tenha sido pouco utilizado por José Neto. O técnico carrega um pouco de culpa quando pouquíssimas vezes consegue dar outra cara ao time em quadra depois de mexidas e tempos pedidos.
Destacava-se a raça e o domínio de Keenan perante nossa defesa. O pivô norte-americano comandou o time de Quintana Roo e até bola de três ele meteu! Era um terror. Mesmo com 4 faltas desde o início do período, seu tempo de quadra só foi interrompido por um breve descanso.
O jogo se encaminhou do Q4 para a prorrogação. Foi um alívio. O time mexicano poderia utilizar 6 segundos para ganhar o jogo mas não soube concatenar as ideias com os nervos à flor da pele e segurou para a prorrogação. 71 x71.
A prorrogação rubro-negra foi um desastre, tivemos tudo para ganhar a partida. Lances livres, bolas de 3, rebotes ofensivos. Não vale elencar os erros e seus artifícies. Falar da última jogada desperdiçada e/ou mal tramada apenas encobrirá os erros cometidos ao longo de 40 minutos regulamentares de basquete muito abaixo do que tem que mostrar um Campeão Mundial. Faltou calma, o time não jogou com a torcida.
Depois de uma falta em Soriano a três segundos e meio do fim, não adiantou a reza da Nação: O ala mexicano não se intimidou e colocou o seu time no topo. O fato é que a última bola se desenhou para dois pontos salvadores a 3.5 segundos do fim. E desperdiçamos. Final: Flamengo 81 x Pioneros 82.
O Flamengo faz a preliminar hoje, contra o Peñarol.
Agradecemos a luta do Orgulho da Nação. Porém estamos preocupados com uma temporada que vem se desenhando sem títulos grandes. Será muito difícil ganhar o NBB com esse basquetebol. Talvez seja a hora de uma grande reformulação. O ciclo acabou.
Flamengo perde e luta pelo terceiro lugar neste domingo (Foto: FIBA)
DETALHE 1
O Maracanãzinho, do exemplar parceiro glutão Consórcio Maracanã SA não conseguiu colocar o telão para funcionar na partida contra o Bauru. O Equipamento continuou apagado no nosso jogo.
DETALHE 2
Mais uma vez a torcida rubro-negra mostrou o quanto é difícil criar uma cultura poliesportiva no Rio de Janeiro. Não lotar o sagrado piso do Maracanãzinho em uma defesa de título continental? Temos que mudar essa postura, Nação! Que Orgulho é esse – tão aclamado e desferido aos gritos quando se é campeão – que não pode lotar um ginásio de basquetebol, sabádo 20h??
Difícil entender.
DETALHE 3
Toda a torcida para o Pioneros de Quintana Roo agora! Que o Bauru se contente com o vice-campeonato!
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