Parecer com críticas a contrato com Globo é trocado antes de votação no Flamengo

Um parecer da Comissão de Finanças do Conselho Deliberativo do Flamengo que tinha algumas críticas ao novo contrato do clube com a Globo foi substituído por um texto mais favorável ao acordo antes da sessão na qual o assunto foi votado e aprovado na noite desta segunda-feira (8).

Um conselheiro da oposição leu no microfone trechos do parecer que tinha lido na manhã de segunda-feira. Entre outras críticas, o parecer calculava que o Flamengo perderia R$ 73 milhões em 2023 caso o novo contrato já estivesse em vigência. Essa conta não constava do parecer final apresentado no plenário, no qual a comissão de finanças deu opinião favorável à aprovação.

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O trâmite de contratos no Conselho Deliberativo do Flamengo exige pareceres da Comissão de Finanças, da Comissão Jurídica e do Conselho Fiscal. Estes documentos ficam à disposição dos conselheiros para consulta entre a convocação e o início da sessão.

Além do parecer trocado da Comissão de Finanças, também houve irregularidades com os outros pareceres. Os conselheiros não tiveram acesso prévio ao parecer da Comissão Jurídica, que só ficou pronto momentos antes da sessão. O texto propôs uma série de alterações no contrato definitivo, inclusive em relação à divisão dos recursos e à forma de pagamento. Entretanto, a proposta aprovada é explícita que mudanças no contrato definitivo só podem ser feitas se não entrarem em conflito com a proposta, ou seja, para acrescentar termos que não foram incluídos, não para alterar os que já foram assinados.

Já o parecer do Conselho Fiscal era acompanhado, nos documentos consultados pelos conselheiros, por uma mensagem do presidente do Conselho Deliberativo Antônio Alcides afirmando que os pareceres tinham sido aprovados de maneira “unânime”. Entretanto, ao ser apresentado em plenário o parecer do Conselho Fiscal, foi informado que ele foi aprovado com cinco votos a favor e dois contrários.

Após muita discussão, o contrato acabou aprovado com 218 votos a favor, 149 contra e sete abstenções. O acerto entra em vigor em 2025 e vale até 2029.