João Luis Jr: Um Flamengo ruim encontrou um adversário ainda pior

Primeiro é preciso deixar claro que o Flamengo x Santos desse domingo (25) foi uma pelada. O nível de apuro técnico foi semelhante ao de um jogo solteiros contra casados em que os reservas estão bebendo cerveja no banco, e o nível de aplicação tática foi pareado com um futebol de fim de ano da firma em que o árbitro está segurando uma bandeja de churrasco e alguns atletas abandonam a jogada no meio porque ouviram o celular tocando.

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Então para realizar qualquer análise sobre a partida, seja ela positiva ou negativa, é preciso levar isso em consideração. 

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Porque sim, o Flamengo venceu, foi superior, teve mais posse de bola e marcou três gols. Mas fez isso contra um Santos que parece ser, com uma boa margem, uma das equipes mais desorientadas, confusas e distraídas pra morte do futebol brasileiro, sem absolutamente a menor consistência defensiva, com espaços imensos na marcação e transmitindo uma estranha sensação de já estar conformada com seu destino ainda que o Brasileirão mal tenha passado da metade do primeiro turno.

E ao mesmo tempo, o Flamengo sofreu dois gols. E dois gols desse mesmo Santos. De um um time que parecia sem a menor vontade de atacar, errava passes simples, tinha imensas dificuldades de construção, e dependia de lançamentos em velocidade e falhas do adversário para ter qualquer remota chance de fazer um gol. Situações que o Flamengo fez a mais absoluta questão de oferecer, realizando o triunfo de sofrer dois gols de uma equipe que, nos 11 jogos anteriores, havia marcado apenas nove.

Vitória do Flamengo mostra evolução?

Então sim, é preciso valorizar a vitória. O Flamengo se estabelece no G4, não se afasta dos líderes e conquistou três importantes pontos fora de casa, contra um adversário tradicional. Ainda que a partida que tenha sido um tanto quanto sofrida.

Mas é preciso também reconhecer que, em relação ao jogo contra o Bragantino, foram poucas as mudanças perceptíveis. Continuamos defendendo de maneira displicente, continuamos atacando sem o menor compromisso, continuamos sendo uma equipe muito aquém do esperado. A grande diferença? Neste domingo tivemos a sorte de encontrar uma equipe que estava ainda mais de sacanagem que a nossa.

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Porque é visível que qualquer evolução que o Flamengo vinha tendo antes da data Fifa foi absolutamente abandonada. Amar a bola? Nosso time mal consegue ter uma relação profissional com ela. Intensidade? Só se for a intensa vontade de não se esforçar. Matar a partida quando está em vantagem? Pra que, se é bem mais divertido matar o emocional do torcedor sofrendo um gol de empate.

Então a vitória desse domingo, mais do que motivos pra comemorar, nos dá mais razões ainda pra questionar o que diabos está acontecendo com esse time do Flamengo e quando ele vai finalmente deslanchar. Porque vendo os jogos que temos pela frente, a tendência é enfrentar mais Bragantinos do que Santos, e já sabemos bem como as coisas podem terminar no primeiro caso. 

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