Junior relembra caso de racismo na Itália: ‘Só quem passou sabe’

Um dos maiores ídolos da história do Flamengo, Junior se solidarizou com Vinicius Júnior por mais um episódio de racismo contra o ex-Garoto do Ninho na Espanha. Junior lembrou ter sido vítima de racismo quando jogava na Itália, nos anos 80.

“Eu já passei por isso e sei como é. Só quem passou sabe como é”, desabafou Junior no programa “Boleiros”, do Sportv.

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Os caso de racismo contra Junior aconteceu na temporada de 1984/85, quando ele jogava no Torino. Ele foi vítima de uma faixa com ofensas racistas da torcida da Juventus no clássico local.

“Escreveram ‘Junior negro sujo’. Eu nunca tinha vivido uma situação como essa. Já tinha sofrido no Brasil um preconceito diferente, que eu sou paraibano. Quando você se depara com uma situação como essa, é mais complicado ainda”, falou.

Junior cobra ação do Real e da Liga contra o racismo

Junior, porém, disse que o que acontece com Vinicius é muito mais grave do que o que ele sofreu.

“No meu caso, foi uma faixa. Ontem foi um estádio. Não foram 10, 20, 200 imbecis não. É difícil, principalmente pra um garoto. Não é a primeira vez, foi a 11ª vez que aconteceu o mesmo problema”, disse o Maestro.

Junior cobrou uma ação mais enfática do Real Madrid contra o racismo. Hoje o clube pela primeira vez se pronunciou de maneira mais dura contra a federação e a arbitragem e prometeu ir até o fim em defesa de Vinicius.

“Essa atitude deve primeiro partir do Real Madrid. O clube teria que ter se posicionado desde a primeira vez que aconteceu. Depois a Liga. Por mais que a Liga queira defender o seu produto, o Vinicius faz esse produto ser extremamente valorizado porque ele está ali. Se ele tomar uma atitude radical e disser ‘não quero mais jogar na Liga espanhola, prefiro jogar em qualquer outra Liga’, imagina a perda que vai ser”, afirmou.

‘Uma coisa é raiva, outra coisa é ódio’

Junior se mostrou assustado pelo ódio expresso pelos torcedores do Valencia contra Vinicius.

“Uma coisa é raiva, outra coisa é ódio. Aquilo ali não é raiva, não é rivalidade, tem uma coisa além, é ódio”, lamentou o Maestro.

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