Com o acerto cada vez mais próximo, Gerson está prestes a iniciar sua segunda passagem pelo Flamengo. Apesar da possível rápida adaptação ao clube após um ano no Olympique de Marseille, uma pergunta já está na cabeça do torcedor: como o volante pode jogar no atual modelo de Dorival Júnior?
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Com Gerson precisa se adaptar a nova forma de se defender do Flamengo
Antes de mais nada, é preciso recapitular como Gerson se consagrou vestindo o Manto Sagrado. Na lendária equipe comandada por Jorge Jesus, o Coringa era o volante atrás do quarteto ofensivo. O atleta tinha o papel de gerar equilíbrio entre as ações com e sem bola. Dessa forma, se tornou o termômetro da equipe atacando e defendendo.
Defensivamente, era responsável por coordenar os movimentos de pressão pós-perda no campo adversário, bem como controlava o espaçamento no entrelinhas. Os blocos de defesa e ataque eram bem compactos e marcavam de forma zonal.
Algo que difere bastante do modelo de Dorival Júnior, especialmente sem bola. Por exemplo: ao invés da marcação em bloco, o treinador prefere utilizar encaixes individuais por setor ao longo de todo o campo. Assim, perseguições mais longas e espaçadas são realizadas.
Logo, uma adaptação inicial de Gerson ao atual modelo do Flamengo está na marcação. O volante precisará cobrir espaços de forma mais individualizada, atuando numa equipe menos compacta e mais dependente das vitórias nos duelos mano a mano realizados.
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Como o Flamengo de 2019 e o atual funciona com bola?
Ofensivamente, Gerson sempre atuou no Flamengo como o responsável por iniciar as construções. Muitas das vezes recebendo pressão de costas, acionava seus companheiros mais bem posicionados e menos marcados para entrar em último terço.
Além disso, atuava mais centralizado e próximo do primeiro volante, de modo a auxiliar com maior frequência na saída de bola. Assim, o volante não participava tanto com bola as ações próximas do gol adversário Como resultado, o jogador tem poucos gols pelo clube: sete em 109 jogos.
Já com Dorival Júnior, o modelo também se difere com bola. No atual Flamengo, não existe um homem responsável por realizar a conexão ofensiva entre os blocos. Os volantes pelos lados têm esse papel, já mais avançados no campo.
Graças às suas características distintas, Everton Ribeiro tem um impacto bem superior a João Gomes nas ações com bola. O camisa 7, em muitos momentos, recua para auxiliar Thiago Maia na saída de bola, como também pode receber mais avançado e já acionar Gabigol, Arrascaeta e Pedro mais próximos do gol.
Como Gerson pode atuar no Flamengo de Dorival Júnior?
A fim de extrair seu o melhor com bola, é muito possível imaginar Gerson atuando pelo lado esquerdo do losango de Dorival Jr. O jogador tem uma capacidade associativa de construção com bola superior a de João Gomes e elevaria ofensivamente a equipe pela esquerda.
No entanto, Gerson precisaria se adaptar aos movimentos de cobertura realizados no setor. Dado o meio-campo curto, os volantes precisam cobrir grandes espaços com muita intensidade, algo que não é sua característica, já que se destacou coordenando uma marcação por zona.
Enfim, prós e contras que fazem parte da adaptação de um ídolo de volta ao lar. Independente das possíveis dificuldades, é pouco provável imaginar que Gerson não chegue para ser titular. Em caso de confirmação, será uma grande adição ao já espetacular elenco tri da América.
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